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Os professores das universidades estaduais realizam nesta quinta-feira (16) um dia de paralisação para fazer assembleias que decidirão sobre o indicativo de greve da categoria. Nesta quarta, o governo enviou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a proposta de reajuste salarial de 31,73% prometida aos professores das universidades estaduais, em quatro parcelas até 2015. Mesmo assim, como o governo atrasou o trâmite e os docentes não confiam na possibilidade de aplicação já neste ano da primeira parte do aumento, os sindicatos decidiram manter a mobilização desta quinta, anunciada em julho, e não descartam entrar em greve para pressionar a Alep e o governo a aprovar o anteprojeto de lei e sancioná-lo com rapidez. Com a paralisação, os cerca de 100 mil alunos das sete universidades estaduais poderão ser prejudicados.

"Depois do descumprimento da parte do governo de todos os acordos anteriores, firmados desde março de 2011, não podemos confiar neste trâmite até que a proposta vire lei", diz Antonio Bosi, presidente do Sindicato dos Docentes da Unioeste (Adunioeste).

Em 21 de março de 2012, depois de um ano de negociações com a categoria e vários protestos dos professores, o governo prometeu enviar à Alep até o dia 1º de maio um projeto de lei que equipara o piso salarial de um professor universitário ao de um técnico de nível superior das universidades estaduais. A equiparação dos vencimentos das duas categorias seria feita em quatro anos, de outubro de 2012 a 2015, em quatro parcelas de 7,14% que, sobrepostas, chegam aos 31,73% de reajuste. A promessa não foi cumprida na data prevista e, para justificar a omissão, o governo afirmou que ainda precisa equacionar as contas para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo extrapolou os gastos com pessoal neste ano, apesar de não ter oficiado o governo formalmente. A argumentação, no entanto, não foi aceita pelos docentes como desculpa para o atraso no envio do reajuste.

"O governo teve desde março de 2011, quando começamos a negociar, para reorganizar as suas contas. Por que então ele firmou um novo acordo com a categoria no início desse ano se não tinha como honrá-lo?", pergunta Bosi.

Na semana passada, as assembleias sindicais das sete universidades tinham aprovados indicativos de greve para datas diferentes. Nas assembleias sindicais que serão realizadas nesta quinta, elas podem ser confirmadas ou prorrogadas em função da apreciação do anteprojeto de lei na Alep. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a paralisação pode começar já no dia 17 de agosto. Nas estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e do Oeste do Paraná (Unioeste), a greve está marcada para o dia 21. E o dia 23 é a data programada pelas universidades de Londrina (UEL), do Norte do Paraná (Uenp) e na Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea). Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a decisão deve ocorrer em uma assembleia marcada para o dia 16 de agosto.

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