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Estudantes protestaram nesta quinta contra decisão da secretaria. | Oswaldo Eustáquio/Gazeta do Povo
Estudantes protestaram nesta quinta contra decisão da secretaria.| Foto: Oswaldo Eustáquio/Gazeta do Povo

Um grupo formado por professores, ex-alunos e moradores do bairro Uberaba, em Curitiba, contesta o estudo da Secretaria Estadual de Educação (Seed) que aponta a viabilidade de fechamento do Colégio Pio Lanteri . A comunidade da região se reuniu nesta quarta-feira (28) para debater o assunto. De acordo com Luiz Wanderley Seleme, diretor da escola, os números de alunos e de turmas levados em consideração no levantamento da Seed estão desatualizados.

Um ofício encaminhado pela Superintendência de Desenvolvimento Educacional da Seed ao Núcleo Regional de Educação de Curitiba informa que a escola apresenta 507 alunos e 19 turmas. No entanto, no próprio site de consulta de escolas do governo do estado, o número apontado é de 37 turmas e 770 estudantes. A informação de que a quantidade de turmas do Colégio Pio Lanteri seria quase o dobro da relatada no estudo foi confirmada pelo diretor. “O estudo feito pela Seed não levou em consideração quase 300 alunos, a maioria deles de atividades complementares dos contraturnos, pessoas com deficiência que contam com atendimento especializado e alunos que precisam de reforço escolar nas disciplinas de Português e Matemática”, disse.

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A notícia sobre o possível fechamento do Colégio Pio Lanteri causou indignação entre os 59 servidores e professores da escola. Um abaixo-assinado contra o fechamento da escola já tem aproximadamente mil assinaturas.De acordo com docentes, não houve consulta à comunidade nem à direção da escola.

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A reportagem da Gazeta do Povo teve acesso ao documento da Seed. No ofício, a secretaria afirma que “nos últimos anos houve redução do número de alunos atendidos em instituições de ensino de determinadas regiões do município, ocasionando ociosidade de muitas salas de aula e redução do número de turmas, em instituições de ensino de propriedade do estado; por outro lado verifica-se que esta Secretaria de Estado de Educação mantém na mesma região instituições de ensino em imóveis locados por valor consideravelmente elevado”. Com base nessas informações, a Seed diz que verificou “a possibilidade de redistribuição da demanda de alunos de determinadas regiões, utilizando instituições de propriedade estadual com estrutura física ociosa, e consequentemente otimizando a aplicação dos recursos destinados à Educação, com redução das custas com locação de imóveis”.

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Na saída da escola, um grupo de alunos se abraça, entre choro e palavras de consolo. “A gente está sendo obrigado a ir para outro lugar e a gente não quer”, afirma Rembrandt Soares Santos, 14, estudante do 1º ano do ensino médio, do colégio Miss Browne, em Perdizes.

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Ainda de acordo com o documento, a secretaria paga R$ 15.197 no aluguel do imóvel onde funciona o Colégio Pio Lanteri. No final do ofício, a Diretoria de Informação e Planejamento da Seed sugere que os alunos do Colégio Pio Lanteri sejam direcionados gradativamente para os colégios Paulina Pacífico Borsari, Isolda Schmid e Máximo Asinelli a partir de 2016.

A estratégia de realocação, no entanto, também levou em consideração números errados sobre o corpo discente dos colégios que receberiam os estudantes.

A reportagem entrou em contato com o Núcleo Regional de Educação de Curitiba, que informou ter recebido o estudo referente ao Colégio Pio Lanteri, mas disse que o processo ainda está em análise. A Seed também foi procurada, mas até o fechamento desta reportagem não havia respondido aos questionamentos.

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