Programe o tempo livre da garotada

• 0

Faltando menos de 30 dias para as férias vem a preocupação em ocupar as horas livres da criançada. Quando as mães e os pais precisam trabalhar o dia inteiro, o que fazer com os filhos durante o recesso escolar? Alternativas não faltam e, com as férias mais curtas este ano, os pais terão menos trabalho para organizá-las. Uma tendência é o revezamento de mães, sugestão para aliar diversão e segurança e garantir momentos inesquecíveis.

Um grupo de mães se alterna para cuidar das crianças que passam o dia ou até a semana inteira na casa umas das outras. Gincanas, pega-pega, esconde-esconde, piquenique e idas ao parque para andar de bicicleta são algumas das atividades organizadas pela "mãe da vez". À noite, o sono pesado é garantido depois de um dia inteiro recheado de brincadeiras.

Essa é parte da rotina de férias das amiguinhas Débora, 8 anos, Marjorie, 5, e Ana Vitória, 8. Longe das atividades escolares, a oportunidade é perfeita para muita bagunça. "O melhor é a segurança, pois sabemos que estão com pessoas de confiança. Fazemos brincadeiras e acabamos curtindo junto", diz Cláudia Grun­toski, mãe de Ana Vitória. "É uma oportunidade para saírem de casa, da frente da tevê e do computador, e aproveitar as férias de forma mais saudável", diz Carla Roque, mãe de Débora e Marjorie.

"Permitir que o filho brinque com outras crianças é fundamental, pois é pelo brincar que ela tem a possibilidade de se relacionar com o outro, cooperar e respeitar as regras sociais", explica Oralda Adur de Souza, psicóloga, mestre em educação e autora da coleção de livros Família & Escola, da Base Editora. Segundo a educadora, nas férias, os filhos precisam aproveitar o máximo de tempo com atividades livres. Os pais devem passar um tempo brincando com eles, conversando, contando histórias da família e trocando experiências. "Ocupe o tempo em que eles estariam fazendo o dever de casa com brincadeiras divertidas. Isso estreita o relacionamento com os pais". Ao brincar a criança desenvolve a autoestima, lida com seus sentimentos e compreende os seus limites.

Passar um tempo na frente da tevê ou do computador é inevitável, mas a questão vai além do número de horas dispensado a esses meios. "É fundamental permitir que elas assistam apenas a programas adequados à idade e acessem sites selecionados, somente por um período do dia. Os pais precisam saber o que os filhos estão assistindo e acessando". Segundo Oralda, a criança precisa ser orientada e entender porque não deve assistir a determinado programa, e não apenas ser proibida. "Até mesmo desenhos infantis, se tiverem cenas de agressividade o tempo todo, influenciam o desenvolvimento da criança. Os programas escolhidos devem valorizar o lado afetivo das relações."

Diversão e cultura lado a lado

Visitar museus e espaços culturais, participar de oficinas de música e colônia de férias também são atividades interessantes para os dias longe da escola.

Na lista de férias dos irmãos Lucas e Gabrielle Borges, 12 e 11 anos, não pode faltar programas culturais. "Adoramos ir ao museu, aprendemos muito com a cultura. É uma opção ótima para descontrair e sair de casa", diz Gabrielle. A sugestão dos lugares fica por conta de Lucas. "O Museu Oscar Niemeyer é muito legal e sempre tem exposições novas. O Museu Egípcio tem muitas curiosidades."

Na livraria Bisbilhoteca, a diversão é garantida para Caio, 7 anos, Luiza, 5, e Alice, 5. O espaço faz uma colônia de férias que mistura arte, cultura, literatura, teatro e muita alegria. "Durante as tardes, eles participam das etapas de criação de uma peça de teatro, montam roteiro, figurino, cenário, desenvolvem o gosto pela leitura, estimulam a imaginação e a fantasia", diz Lilian Lambert, mãe de Caio e Luiza. Alice conta os minutos para ir à Bisbilhoteca. "Ela não quer assistir à tevê e nem ir ao shopping quando participa da colônia. Todo minuto pergunta se está na hora de ir", diz sua mãe, Simone Sanderson.

Para quem gosta de fazer barulho, a Oficina de Música de Curitiba é uma opção. Rebeca Ferreira de Souza, 12 anos, toca piano e flauta e, em janeiro, vai participar da Oficina pela terceira vez. "Os professores são muito simpáticos, ensinam super bem. Fiz muitos amigos por lá", conta. Para quem prefere futebol, em janeiro acontece o Milan Junior Camp, um programa de férias para meninas e meninos. "Lá eu aprendi novos truques e joguei muito futebol. No último dia os pais podem assistir à partida. É muito emocionante", conta Pedro Gomm, que saiu do Brasil pela primeira vez depois de ganhar uma viagem para a Itália, sorteada no fim do acampamento nas últimas férias.

Programas especiais

Escolas de gastronomia, lojas de artesanato, a Biblioteca Pública do Paraná e o Centro de Criatividade de Curitiba também oferecem atividades especiais para as crianças em janeiro. Com o atraso das férias deste ano, devido à pandemia de gripe, alguns clubes de recreação ainda não definiram se vão realizar colônia de férias. O Santa Mônica confirmou o evento, mas ainda não divulgou a data.

Os shoppings da cidade também oferecem programas para as crianças. A partir do próximo dia 27 até fevereiro, o Shopping Estação abre a pista de patinação no gelo, para crianças e adultos (R$ 20 a hora). No Shopping Cidade, um minitrem passeia com as crianças de 3 a 10 anos pelos pinheiros, postes, casinhas e montanhas cenográficas até o dia 24 de dezembro (R$ 4, seis voltas). Os demais shoppings ainda não divulgaram a programação infantil.