O desejo de preparar os estudantes para o mundo, visando à internacionalização do ensino, é uma tendência na educação básica. O número de colégios com ensino bilíngue ou formação internacional é crescente, o que facilita a migração de alunos entre diferentes países. "Nesses modelos, o aluno termina a educação básica bem preparado para enfrentar a realidade mundial, com uma visão mais ampla e muitas vezes com o domínio de um segundo ou terceiro idioma", afirma o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Jacir Venturi.
A maior parte das escolas bilíngues e de ensino internacional funciona em tempo integral mais um atrativo para as famílias. "Escolhem esse tipo de ensino em virtude da profissionalização de pais e mães, que têm optado por não deixar a criança em casa, sob os cuidados de familiares ou empregados", diz Giselli Padilha Hümmelgen, gerente pedagógica do Grupo Bom Jesus. Entretanto, o preço elevado da mensalidade torna-se um limitador, já que, além de ter estrutura para atender em tempo integral, é preciso professores com um perfil específico, lembra Venturi.
Ao escolher uma escola, alguns pontos devem ser levados em conta. "É importante verificar a proposta pedagógica, o currículo, os profissionais e materiais usados, além da frequência em que os alunos estarão expostos ao idioma estrangeiro", diz a coordenadora do Ensino Bilíngue e High School do Grupo Dom Bosco, Adelita Casella Martinez. Como a criança passa bastante tempo na escola, cuidados com a alimentação, períodos de descanso e higiene também devem ser observados.
High School
Concluir o ensino médio brasileiro, mas também com diploma estrangeiro. Essa é a proposta do high school. Segundo Adelita Martinez, do Dom Bosco, o aluno trabalha de forma dinâmica e com materiais importados, que ajudam a imergir no idioma por meio dos conteúdos acadêmicos. O Bom Jesus também oferece o high school. Giselli Hümmelgen explica que a dupla diplomação equivale a uma formação fora do país. "De manhã é currículo brasileiro e à tarde faz o exigido pelo governo americano", diz. Para ingressar, o aluno passa por testes, simulados e prova oral em inglês.
Diferenças
Escolas internacionais são, no mínimo, bilíngues e há escolas bilíngues que podem oferecer diploma internacional, mas há diferenças entre elas. Enquanto a bilíngue oferece ao menos dois idiomas durante as aulas, que seguem o currículo nacional, a internacional é habilitada para oferecer o currículo de outro país, além do ensino brasileiro.
Internacional
Aulas em inglês. O português é usado nas próprias aulas do idioma e em História e Geografia do Brasil. Quem estuda no Colégio Internacional de Curitiba (ISC) tem diploma reconhecido no Brasil e no exterior. O calendário é adaptado, com férias normais e ano letivo iniciado em agosto. As aulas vão das 8 horas às 15h30, com atividades extras até as 17 horas. 65% dos estudantes são brasileiros e o restante é de 26 nacionalidades diferentes, explica a diretora do Programa Brasileiro do ISC, Claudia Lebiedziejewski.
Bilíngue
O Bom Jesus oferece educação bilíngue em duas sedes, com ao menos 10 horas de aulas de inglês. Segundo a gerente pedagógica Giselli Hümmelgen, ao final do 9º ano os estudantes são proficientes em inglês e têm nível intermediário em espanhol. O Dom Bosco também oferece a modalidade. "As aulas em inglês permitem o aluno ter entendimento contextualizado da língua. Os alunos demonstraram um nível de interpretação, de fala, de escrita muito mais acurado", afirma Adelita Martinez, coordenadora do colégio.
Suíço
O Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba combina o conteúdo nacional obrigatório com um currículo internacional. O colégio é bilíngue (alemão-português) nos primeiros anos de formação e multilíngue a partir do 6º ano. A maioria dos alunos é brasileira e, para o diretor José Oberson, a busca pela modalidade se dá principalmente pelo estilo de educação oferecida. "Em geral, o colégio é procurado pelo fato de o ensino ser voltado aos princípios da Europa, que visa a uma educação integral do ser humano, com autonomia, responsabilidade e criatividade", diz.
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