Separados, mas sempre presentes

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Divórcio é sinônimo de afastamento da vida escolardos filhos? Para o consultor empresarial Nestor Nunez e a empresária Deise Cristine Durand, separados há quatro anos, não há nada disso. Hoje, eles têm um acordo de que, a cada semana, Rafael, de 8 anos, aluno do 2.º ano do ensino fundamental do Colégio Positivo, fica na casa de um deles.

Para o plano de gerenciar a vida escolar dele dar certo, os dois conversam com frequência e decidiram manter a rotina bem flexível.

"Nós brincamos, vamos ao cinema, passeamos no parque, mas ele tem horários para fazer a lição e sempre estou de olho na agenda escolar para ver se está correndo tudo certo no colégio. Nada me dá tanto prazer quanto poder fazer tudo e mostrar que ele é muito importante para mim", conta o pai.

Proximidade

Para a orientadora educacional do Colégio Dom Bosco, Francisca Maria de Fauw, a principal dica é tentar deixar os problemas um pouco de lado e se focar no que é melhor para a criança. "Na medida do possível, os adultos precisam conversar entre eles periodicamente para construir um cenário em que os dois sabiam o que acontece na escola, quais são as necessidades da criança e trabalhem em conjunto para que ela não se sinta pressionada ou culpada por eventuais problemas entre eles."

Segundo os especialistas, histórias como essa, de pais separados que passam por cima das diferenças para se revezar no cuidado dos filhos, são cada vez mais comuns e a atitude é muito positiva para as crianças, já que permite que elas se desenvolvam tendo contato tanto com o pai quanto com a mãe.

"A criança precisa sentir que os pais a amam, são autoridades e fontes de inspiração, mesmo quando um deles não mora na mesma casa. Se eles se preocupam em manter contato e ter um tempo de qualidade, balanceado entre deveres e lazer, ela terá muito mais chances de se desenvolver de maneira completa", explica Yone Dantur, gestora de 4.ª a 8.ª série do Ensino Fundamental do Colégio Bom Jesus Água Verde.

Outro ponto importante é que os pais precisam colaborar para que as crianças tenham noção clara das regras que precisam seguir e possam desenvolver sua rotina de estudos e lazer nas duas casas. "O dia a dia será diferente porque são duas pessoas que têm jeitos diferentes de cuidar dessa criança. Porém, os limites devem ser os mesmos e tanto a casa do pai quanto a da mãe devem ser ambientes propícios para brincar, se divertir, estudar e cumprir com suas tarefas", diz.