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O ensino da Literatura deve ser feito com mais criatividade, apontam especialistas | Divulgação
O ensino da Literatura deve ser feito com mais criatividade, apontam especialistas| Foto: Divulgação

Assim como naquela popular brincadeira infantil, quando o assunto é criar hábito de leitura, as crianças tendem a seguir como exemplo o comportamento de pais e professores. De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – organizada por Galeno Amorim e publicada em 2008 pela Imprensa Oficial: Instituto Pró-livro, 49% dos adultos brasileiros responderam que a mãe ou responsável mulher foi quem mais os influenciou nos hábitos de leitura. Em crianças, o número cresce para 73%. Para o escritor gaúcho Moacyr Scliar, o ambiente doméstico é um dos principais lugares onde a criança pode ser estimulada. "Foi provado que ver os pais lendo funciona como estímulo positivo para as crianças, e que o contrário também vale", diz ele.

Mas como criar este hábito em família? Para Marta Morais da Costa, doutora em Literatura, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em leitura e Literatura infantil, é preciso que os adultos saibam o poder que exercem sobre as crianças e tornem-se exemplos. "Cabe aos pais orientar, mas para isso eles precisam conhecer a Literatura e os interesses dos pequenos. Como, de modo geral, os adultos pouco leem, eles encontram dificuldades para incentivá-las", aponta. Ainda segundo a pesquisa, 77 milhões de brasileiros não leem, enquanto 95 milhões mantêm este hábito.

Nas escolas

Segundo Marta, é importante que a criança viva em um ambiente de leitores, seja em casa ou na escola. Ler juntos pode ser um exercício prazeroso para os dois lados. "Estar com a criança e ler com ela resulta em uma proximidade afetiva, o que às vezes produz mais efeito que o próprio livro", explica a professora.

O que estimula a criança é a maneira como a leitura é apresentada. Para Scliar, o ensino da Literatura mudou e hoje é feito com criatividade e de maneira integrada. "Na minha geração, leitura significava ler os clássicos de autores falecidos, de lugares e épocas distantes, e com uma redação difícil de entender. Hoje, pelo que eu observo, o livro não é mais de outro mundo. As escolas estimulam as crianças a fazerem adaptações teatrais das obras e a escreverem suas próprias versões dos textos", diz ele.

Em outubro, o escritor participa da 1.ª Bienal do Livro Paraná, que acontece em Curitiba. Ele vai discutir sobre a formação de leitores e diz que esta é uma ótima oportunidade para as crianças terem seu primeiro contato com a Literatura. "Eventos como este proporcionam aos leitores, principalmente aos mais jovens, a oportunidade de encontrar os livros e os autores em clima festivo, descontraído, e isso estimula a leitura", diz.

Segundo Tatiana Zaccaro, gerente do Núcleo de Bienais da Fagga|GL events, que organiza o evento, além de gerar um crescimento no nú­­mero de leitores, a Bienal irá movimentar o mercado de livros. "Com a repercussão, as pessoas co­­nhecem autores e encontram novas obras. Enfim, se interessam pela Litera­tura. Quem ainda não foi to­­mado por esse universo, passa a querer ter contato com ele", afirma.

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