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O ministro da Educação, Ricardo Vélez, participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
O ministro da Educação, Ricardo Vélez, participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na manhã desta quarta-feira (27), enquanto o MEC (Ministério da Educação) vive uma crise que envolve demissões, disputas entre grupos e recuos de ações, o ministro da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez, foi convidado a dar esclarecimentos na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

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Sabatinado das 10h às 15h, o colombiano foi, sobretudo, pressionado por deputados que cobraram ações e metas mais consistentes. E, embora muitos parlamentares tenham criticado sua administração e pedido por sua saída, ele afirmou que não irá renunciar: "Só me demito se o presidente da República pedir, se ele achar que minha colaboração não está sendo adequada". Vélez também respondeu a perguntas sobre as demissões no MEC, influência de Olavo de Carvalho e Lava Jato da Educação. Confira abaixo:

Demissão no INEP: presidente "puxou o tapete"

Questionado sobre as muitas exonerações na pasta de Educação desde o início do novo governo, Vélez afirmou que todas foram motivadas "por critérios técnicos". "Quanto às mudanças no aparelho administrativo do MEC, tenho me pautado, sobretudo, por critérios administrativos, e não critérios políticos", disse.

Em relação a Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos Educacionais) demitido na noite desta terça-feira (26), Vélez disse que ele "puxou o tapete". "O presidente do Inep puxou o tapete, ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para preservação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais", afirmou o ministro.

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Nesta semana, uma portaria do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Educacionais) suspendeu a avaliação de alfabetização. No dia seguinte, a pasta voltou atrás.

Olavo de Carvalho: "Brigas políticas dele são outros 500"

Ainda sobre as demissões, e questionado sobre a influência do filósofo Olavo de Carvalho nas mudanças, o ministro afirmou que "valoriza nele as ideias gerais; de formação humanística através da leitura de obras literárias, que, aliás, não são exclusivas dele, há muitos outros formadores que têm essa mesma proposta. Só isso".

Ele finalizou a discussão sobre o assunto dizendo que "as análises e brigas políticas dele são 'outros 500'". "Não tomo conhecimento disso", afirmou.

Lava Jato da Educação: "Honestidade total, não toleramos desvios"

Desde o anúncio da Lava Jato da Educação, projeto que promete investigar supostos favorecimentos indevidos em alguns programas do setor, Vélez e o MEC como um todo têm sido amplamente criticados. O próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou que sabia que a criação da medida poderia "acarretar greves e movimentos coordenados".

Na audiência pública desta quarta, não foi diferente. Questionado sobre o programa anunciado, o ministro da Educação disse que uma das linhas gerais de políticas públicas a ser seguida pela pasta é a "honestidade total sobre dinheiros públicos". "Há uma série de falhas que encontramos no MEC, nas gestões anteriores (...) há elementos danosos para o orçamento, para o dinheiro público, o tesouro e sociedade brasileira. Não somos polícia, juízes, magistrados. Mas como funcionários públicos que ficaram sabendo de desmandos, temos a obrigação moral de tornar ciente, a quem dê direito, desses fatos. E é isso que temos feito", afirmou.

"Não toleramos desvios, de forma alguma, e, por isso, criamos a Lava Jato do MEC", disse aos deputados. "Nossa prioridade é 'desengessar' o MEC e colocá-lo a serviço do município".

Pedidos de renúncia: "É um abacaxi do tamanho de um bonde, mas topei"

Durante a sabatina, vários deputados, questionando sua administração, 'sugeriram' a Vélez que 'fizesse suas malas' e deixasse o cargo. Ele, no entanto, afirmou, em vários momentos, que não irá deixar o posto.

"Não vou sair"; "Não seguirei dicas para renunciar"; "Não renuncio, não faz sentido"; "Só me demito se o presidente da República pedir, se ele achar que minha colaboração não está sendo adequada"; "É um abacaxi do tamanho de um bonde, mas topei", disse, com firmeza, aos deputados presentes.

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