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 | Brunno Covello /Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello /Arquivo Gazeta do Povo

Um em cada quatro cursos oferecidos em instituições públicas de ensino superior obteve uma classificação insatisfatória no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2015. Os cursos receberam pontuações nos níveis 1 e 2, de uma escala que vai até 5. Tiveram indicador 5, o maior, o equivalente a 8,9% dos cursos públicos avaliados.

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Entenda: Enade, IGC e CPC

Os dados compõem os Indicadores de Qualidade de Educação Superior que nesta edição analisou 8.121 cursos nas áreas de Ciências Sociais, Ciências Humanas e afins (como Administração, Ciências Contábeis, Direito e Psicologia) e cursos tecnológicos em Gestão de Negócios, Apoio Escolar, Lazer, Produção Cultural e Design (Como Comércio Exterior, Gestão Pública e Design Gráfico). Os dados foram divulgados pelo nesta quarta-feira, 8.

Dos cursos de ensino superior de instituições privadas, 31,2% obtiveram classificação 1 e 2, em virtude do desempenho insatisfatório dos alunos; e 4,5%, o conceito 5, o mais alto.

O Enade é feito a partir da análise de dois componentes: uma prova geral, com 10 questões, aplicada para alunos de cursos das áreas que estão sob avaliação. Há ainda uma prova de habilidades específicas, que varia de acordo com o curso. A média obtida pelos alunos na prova de formação geral em nenhum curso ultrapassou 60 pontos, de uma escala de 0 a 100.

O desempenho mais baixo foi dos estudantes de Tecnologia, com uma média de 52,8. A média mais alta foi de Administração Pública, com 57,9. Na prova que analisou os componentes específicos, os resultados foram ainda mais baixos. Em nenhum curso o índice de acerto dos alunos ultrapassou a média de 45 pontos, também de uma escala que vai até 100.

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CPC

Feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o estudo de Indicadores de Qualidade de Ensino Superior analisa o desempenho do aluno, o desempenho do curso e da instituição.

O CPC, sigla para Conceito Preliminar de Curso, envolve, além do desempenho do aluno no Enade, a formação e carga horária de professores e a percepção do estudante sobre a infraestrutura do curso. Integrantes do Inep consideram esse indicador mais completo.

O desempenho obtido pelos cursos no CPC também foi considerado preocupante: 11,3% receberam classificações insatisfatórias (notas 1 e 2 de uma escala que chega a 5, a nota mais alta). Dos cursos de instituições públicas, 10,5% receberam CPC insatisfatório. Nas instituições particulares, 11,5% receberam conceitos 1 e 2. O CPC 5 foi alcançado por 0,4% dos cursos de escolas públicas, um desempenho ainda pior do que o das escolas privadas. Do universo das particulares, 1,5% alcançou a avaliação máxima.

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IGC

O Inep divulgou ainda um terceiro indicador, o Índice Geral de Cursos (IGC), que leva em consideração o desempenho do aluno, a formação do professor, a infraestrutura do curso e a classificação na pós-graduação. Em 2015, apenas 1,1% das instituições teve a nota máxima. Das instituições públicas, 4,9% alcançaram conceito 5, enquanto entre particulares apenas 0,6% chegaram à marca.

Entenda os indicadores

Agência Brasil

Anualmente o Inep avalia o ensino superior por meio de uma série de indicadores. Um deles é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), aplicado aos estudantes concluintes do ensino superior. A cada ano um grupo diferente de curso é avaliado. A cada três anos, todos os cursos são apreciados.

Além das provas do Enade, os estudantes respondem a um questionário sobre condições socioeconômicas e sobre o curso e a instituição. O questionário contém, por exemplo, questões sobre infraestrutura e condições de ensino e aprendizagem. Tanto as provas do Enade quanto o questionário são obrigatórios para os concluintes dos cursos avaliados, que ficam impedidos de receber o diploma caso deixem de fazer o exame sem justificativa.

O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é calculado com base principalmente no desempenho dos estudantes Enade, nos dados obtidos por meio do questionário do estudante e nos dados dos professores obtidos no Censo da Educação Superior. São considerados por exemplo, o número de mestres e doutores na instituição, bem como as condições de trabalho.

O Índice Geral de Cursos (IGC) é calculado com base no CPC e em avaliações dos cursos de pós-graduação feitas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para que todos os cursos da instituição sejam considerados, o cálculo é feito com base nos três últimos CPCs.

Tanto o CPC quanto o IGC são distribuídos em conceitos de 1 a 5, por meio da chamada curva de Gauss - gráfico de distribuição normal de um determinado conjunto de dados e representa uma função que possui propriedades peculiares. A faixa 3 é definida pelo Inep como a média. Os cursos que mais se distanciam da média seja para cima ou para baixo são distribuídos nos demais conceitos.

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