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Fernando Siqueira participa pelo terceiro ano consecutivo do programa de iniciação científica da Universidade Positivo. Sentimento de realização. | Marco André Lima / Gazeta do Povo
Fernando Siqueira participa pelo terceiro ano consecutivo do programa de iniciação científica da Universidade Positivo. Sentimento de realização.| Foto: Marco André Lima / Gazeta do Povo

Como participar

A definição dos procedimentos para participar de um programa de iniciação científica varia conforme a instituição, mas algumas exigências são comuns na maioria delas. Confira:

Procure o setor responsável

Toda instituição tende a ter um departamento que administra os processos seletivos e as bolsas.

Mostre interesse

Os professores precisam saber quem se interessa por pesquisa, já que são eles os principais responsáveis pela obtenção de bolsas. Portanto, é preciso ser pró-ativo e conquistar a confiança dos docentes, que costumam investir em quem leve adiante ao menos um ano de projeto.

Leia o edital

Lá estará o passo a passo exato quanto ao que deve ser feito para concorrer a uma bolsa ou a participar de um projeto voluntariamente. Não há uma data ou época padrão para a divulgação do edital, mas ele costuma ser postado no site das universidades.

Capriche no formulário

Todo candidato deve preencher um formulário no qual justifica a necessidade de bolsa e apresenta de modo breve como estará envolvido com o projeto. Esse formulário geralmente é preenchido após uma conversa com professor que orientará a pesquisa, já que deve constar o plano de trabalho combinado. Antes de partir para a prática, é preciso que o projeto seja aprovado por uma comissão de professores.

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Projetos devem exigir mais dos alunos sem muita complexidade

Brunno Covello / Gazeta do Povo

As universidades precisam de aprovação do governo federal para receber bolsas de iniciação científica. "O fato de uma instituição contar com recursos do CNPq para esse tipo de programa é uma boa referência para identificar que há pesquisas sérias feitas ali", diz a professora Cleybe Vieira (foto), da PUCPR. Ela explica que os avaliadores de projetos levam em conta a proposta de trabalho, que deve ser superior àquilo que se espera dos alunos na graduação, mas não tão complexa quanto o nível das pesquisas de pós-graduação.

INTERATIVIDADE Experiência

Se você já participou de um programa de iniciação científica, relate a sua experiência e dê dicas a quem está começando neste caminho. Deixe seu comentário abaixo.

Docência

Outro programa de bolsas que o CNPq disponibiliza às universidades é o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), que tem foco na qualificação de futuros professores da educação básica. Trata-se de um programa dedicado exclusivamente a alunos de licenciatura de instituições que mantenham parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino.

R$ 400 é o valor

das bolsas pagas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a estudantes envolvidos com os programas Pibiti, Pibic e Pibid. Alunos da educação básica participantes do Pibic Júnior recebem bolsa de R$ 100.

Fomento

O CNPq não é o único órgão a fomentar a iniciação científica na graduação. No Paraná, a Fundação Araucária também disponibiliza financiamento para pesquisadores, inclusive antes de chegarem ao ensino superior. É o que faz também o Pibic Júnior, programa federal que oferece uma primeira experiência de pesquisa a alunos da rede pública matriculados do 6º ao 9º anos do ensino fundamental, no ensino médio ou na educação profissional. Segundo a Fundação Araucária, em 2012 foram distribuídas 1,7 mil bolsas destinadas a esse público. Além disso, as universidades são livres para criarem programas, aumentando o número de projetos financiados.

Monografias, artigos e trabalhos de conclusão de curso (TCC) geram calafrios em muitos daqueles que não veem a pesquisa como parte do futuro profissional. Na outra ponta, há quem encare esses desafios como rotina, envolvendo-se com estudos acadêmicos durante a graduação por meio de programas de iniciação científica.

Grande parte dos estudantes que escolhem esse caminho tem o objetivo de seguir carreira acadêmica e tornar-se cientista – sem, necessariamente, assumir o estereótipo do pesquisador de laboratório e jaleco branco. Alunos de qualquer área do conhecimento podem participar de bons projetos e concorrer a bolsas de estudo para investigar e produzir conhecimento.

Fernando de Siqueira, 25 anos, é um desses apaixonados pela pesquisa. Aluno do 3.º ano do curso de Direito na Universidade Positivo (UP), ele participa do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PIC) desde o 1.º ano de graduação e, mesmo sem ser bolsista, diz estar realizado. Para ele, os tribunais, a interpretação das leis e a cultura jurídica viram objeto de estudo. "Estou aqui pela vontade de aprimoramento. A faculdade nos dá uma base geral sobre muitos temas, mas a iniciação científica é o melhor caminho para quem quer saber mais", conta.

Siqueira está envolvido com sua terceira pesquisa. Todos os estudos têm sido concluídos conforme um rigoroso cronograma, que estabelece o prazo de 12 meses para que cada aluno entregue sua produção. Ao longo desse tempo, é preciso apresentar relatórios sobre o andamento da pesquisa e manter contato com o professor orientador. Grande parte do trabalho Siqueira faz em casa, já que não há obrigatoriedade de atividade presencial no programa.

Pibic

Esse sistema é adotado por praticamente todas as universidades que aderem ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), responsável pela concessão da maioria das bolsas de iniciação científica no país. Entre os objetivos específicos do Pibic estão o despertar da vocação científica, a articulação entre graduação e pós-graduação e a redução no tempo de formação de mestres e doutores, incentivando os participantes a prosseguirem continuamente os ciclos de educação, evitando intervalos longos entre essas etapas.

Embora o CNPq pague as bolsas, o processo seletivo é administrado pelas universidades, que normalmente não restringem o programa de iniciação científica aos bolsistas. A professora Leide Albergoni, responsável pela área na UP, conta que a maioria dos projetos é desenvolvida voluntariamente pelos alunos.

Outra modalidade

Inovação e tecnologia também têm espaço nos programas

Nem todo entusiasta da pesquisa se empolga com a produção de artigos ou com discussões teóricas. Diante disso, também há espaço para adeptos da inovação e de abordagens mais práticas em programas federais. Para esse público foi criado o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), cujo foco é fortalecer a capacidade inovadora das empresas no país.

"O Pibiti é mais voltado ao setor produtivo e para a resolução dos problemas no dia a dia", explica a professora Cleybe Vieira, coordenadora da Iniciação Científica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). A distribuição dos auxílios, no entanto, segue o modelo do Pibic, no qual a seleção dos bolsistas é feita pelas instituições de ensino.

Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), por exemplo, assim que se estabelece o número de bolsas, um edital interno é lançado para que os professores solicitem a quantidade de alunos de que precisam para os projetos. "Como a demanda costuma ser maior do que o número de bolsas disponíveis, os pesquisadores mais experientes na formação de recursos humanos e na condução de projetos são selecionados como orientadores", explica o professor Gilson Sato, pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação.

Esses pesquisadores selecionam os bolsistas, geralmente, entre os alunos que já demonstraram interesse pelo projeto do professor. Os escolhidos decidem com o orientador um plano de trabalho e o executam.

O plano pode variar bastante, mas, no caso dos programas voltados à inovação, é comum a realização de experimentos e a construção de protótipos. No final do ano, os bolsistas apresentam seus trabalhos no Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica da UTFPR e redigem um relatório de suas atividades.

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