Amor pelos bichos e pelo ambiente

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É comum encontrar quem adora animais de companhia, como cães e gatos, e que já tenha pensado, pelo menos uma vez na vida, em ser médico veterinário. Gostar de animais, porém, não é o único requisito para quem quer seguir a profissão. É preciso, além disso, estar antenado na relação deles com o meio ambiente e ter outras habilidades.

"É um curso com um currículo eclético, que tem desde uma formação médica até inspeção de produção de alimentos de origem animal, passando por controle de zoonoses", diz o coordenador da Unidade Hospitalar de Animais de Companhia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) , Marconi Rodrigues de Farias. Segundo ele, essas duas últimas áreas estão em crescimento no mercado, ao lado da pesquisa em biotecnologia da reprodução, que estuda novas técnicas de fertilização e melhoramento de espécies.

Com um campo de atuação tão vasto, dificilmente o recém-formado sairá da faculdade sem emprego. Mas para isso é necessário estudar muito, pois o curso é bem puxado e requer também que o aluno coloque em prática o que aprendeu em sala, seja pelo estágio obrigatório – que costuma ser no último período – ou pelo voluntário, em que o aluno busca por conta própria conhecer um pouco de cada ramo, para decidir qual caminho seguir depois de formado.

A coordenadora de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Ana Laura Angeli, conta que mesmo com tantas opções a preferência dos alunos é pela clínica e que, embora exista uma grande quantidade delas em centros urbanos, ainda há espaço para o bom profissional, principalmente para o que atende a várias demandas. "Está se criando uma cultura de procurar um especialista, como dermatologista, cardiologista ou oftalmologista. Enquanto isso não cresce o ideal é que se tenha uma clínica bem equipada, que atenda a tudo que o paciente precisa em um só lugar."

Na prática

Quem segue por esta área precisa também ter em mente que o dia a dia é cansativo e requer alguma coragem do profissional, pois nem sempre o animal é dócil. "Conforme vamos atendendo perdemos o medo. Este sentimento até atrapalha a consulta, pois os bichinhos percebem e ficam mais arredios", diz a estudante do penúltimo ano Mariane Miranda Gonçalves. Para ela, o mais complicado é o fato de os pacientes não poderem dizer o que sentem, o que acaba exigindo uma boa dose de sensibilidade do médico veterinário, que deve prestar atenção aos pequenos sinais para ter sucesso no diagnóstico.

Assim como na medicina humana, na veterinária também existe a residência, que é uma especialização remunerada que o aluno faz depois da graduação. A diferença é que na primeira ela é obrigatória – um pediatra, por exemplo, deve ter passado pela residência em pediatria –, enquanto na segunda não. "O formado pode atuar em todas as áreas, mas a residência vai capacitá-lo a dominar mais um assunto do que o outro", explica o vice-coordenador do curso na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Antônio Waldir Cunha da Silva.

Ficha Técnica Conheça outras características do curso:

Onde estudarSegundo o Ministério da Educação (MEC), existem 19 instituições no Paraná, entre elas a Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), Universidade do Norte do Paraná (Unopar) e Centro Universitário Filadélfia (Unifil). DuraçãoCinco anos.

ConcorrênciaNo último vestibular da UFPR a relação era de 12,79 para o câmpus de Curitiba e de 6,51 para o câmpus de Palotina.

Mensalidade Na PUCPR o valor da mensalidade é de R$ 2.082.

RemuneraçãoPara um profissional recém-formado fica entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, embora exista um piso salarial de R$ 4,9 mil para 40 horas semanais. Depois de dez anos de carreira o valor pode chegar a R$ 10 mil.

DisciplinasGenética veterinária, histologia veterinária, princípios básicos da técnica cirúrgica, doenças parasitárias de animais de fazenda e equinos.