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A Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, presidida por Fabio Marcassa, tem cerca de 200 funcionários | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
A Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, presidida por Fabio Marcassa, tem cerca de 200 funcionários| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

CONTRATAÇÃO

Mobilidade interna em grandes empresas e entre ONGs é comum

É comum em fundações ou institutos vinculados a grandes empresas a escolha de profissionais já alocados em outros departamentos. É como faz a Fundação Itaú Social, onde a maior parte de seus 30 funcionários já trabalhou em algum setor do banco. Mesmo tratando-se de uma seleção interna, a diretora Valéria Riccomini conta que só entra para a equipe quem se destaca na capacidade de mobilizar pessoas e formar redes, características importantes para o foco educativo da fundação.

"Além de identificar as competências do candidato, procuramos verificar se elas são usadas para obtenção de resultados efetivos", diz Valéria. A mobilidade entre organizações sociais também é bastante frequente, confirma Alessandra Françoia, da Criança Segura. Mesmo quando a causa defendida pelas instituições varia, profissionais interessados no terceiro setor tendem a ser fiéis às causas humanitárias e raramente trocam a área social pelo mercado.

É BOM SABER

Conheça alguns detalhes que podem ajudá-lo a conquistar uma vaga no terceiro setor:

>>> A remuneração varia muito. Fundações e institutos ligados a grandes corporações pagam os melhores salários.

>>> Experiências em projetos de voluntariado são bem valorizadas nas seleções.

>>> Afinidade e conhecimento prévio sobre a causa defendida pela organização são indispensáveis.

>>> Há sites especializados na divulgação de oportunidades no terceiro setor. Alguns deles são o www.gife.org.br e o www.setor3.com.br.

Nem sempre um trabalho voluntário temporário é o suficiente para satisfazer o anseio de universitários e recém-formados interessados em ajudar outras pessoas e lutar por uma causa, seja ela social ou ambiental. É crescente o número de jovens que buscam realizar-se profissionalmente diante de atividades ligadas a uma forma de engajamento. No entanto, quem pensa ser fácil ingressar nesse mercado de trabalho pode estar enganado.

O terceiro setor – nome dado ao conjunto de organizações privadas que conduzem ações de promoção social – ganhou força no Brasil há cerca de duas décadas e hoje emprega uma grande variedade de profissionais. Associações, institutos, fundações, organizações não governamentais (ONGs) e outras iniciativas semelhantes não julgam apenas a boa intenção de jovens altruístas na hora de contratar. Essas instituições adaptaram sistemas de medição de desempenho típicos do mundo corporativo e atuam com metas bem definidas e cobrança de resultados.

Rigor

"Há quem diga que somos rigorosos demais nas contratações, mas há uma carência de profissionais especializados na área. O candidato precisa ter espírito humanístico para contribuir bem", diz Fabio Marcassa, presidente da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), que tem cerca de 200 funcionários.

Na instituição trabalham psicólogos, fisioterapeutas, médicos, administradores, contadores entre outros. A área contábil, aliás, exige conhecimentos bastante específicos, já que é preciso dominar quais são as isenções e imunidades tributárias de que as fundações têm direito.

Mesmo em instituições de menor porte, a exigência pode ser grande. Segundo Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura (que promove a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos), para ingressar em sua equipe é preciso falar inglês e comprovar alguma experiência na área social, mesmo que voluntária. A instituição conta hoje com dez funcionários.

Na Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), a contratação de novos profissionais se dá por projetos. A cada nova iniciativa elaborada pela instituição, um comitê define o perfil de profissional de que necessita e a vaga é anunciada. Em qualquer área da SPVS, no entanto, a afinidade com temas ambientais é essencial. "Na entrevista já é possível notar o quanto o candidato realmente gosta de discutir as questões relacionadas ao meio ambiente", conta a analista de recursos humanos Fabiane Zaclikevic.

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