
Para um alimento sair da lavoura, ir para as prateleiras do supermercado e só então chegar à sua mesa de jantar ele passa por um longo processo de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. O engenheiro de alimentos é o principal profissional responsável por este ciclo produtivo dentro das indústrias, que envolve a seleção, processamento e armazenamento.
O profissional de alimentos possui uma formação ampla e multidisciplinar nas áreas de Química, Física e Biologia e está habilitado a trabalhar nos principais setores da linha de produção de empresas e indústrias do ramo alimentício. "Nós dizemos que o engenheiro de alimentos trabalha no caminho que vai da fazenda à mesa. Ele pode atuar desde o desenvolvimento do alimento, no controle de qualidade da matéria-prima, até projetar a melhor embalagem, verificar os equipamentos necessários e também gerenciar os funcionários", descreve Laura Beatriz Karam, professora do curso de Engenharia de Alimentos da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR).
Muitas disciplinas e oportunidades
Durante o curso de graduação, que tem duração de cinco anos, o aluno encontrará um equilíbrio entre as cargas horárias das matérias teóricas e práticas. "As disciplinas do tronco comum a todas as engenharias, como Matemática, Cálculo e Noções de Computação, são ofertadas nos primeiros semestres e vão dar a base para a área de engenharia. Isso vai embasar as disciplinas práticas de Análises Químicas e Biológicas", afirma Mirela Vanin dos Santos Lima, coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Campo Mourão. Nos outros anos o aluno frequenta laboratórios de Microbiologia, Bioquímica e Física, onde irá estudar e analisar as principais características dos alimentos, para então desenvolver as melhores técnicas de manipulação, industrialização e conservação do produto final.
Tallita Nunes, de 25 anos, formou-se em Engenharia de Alimentos na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 2008 e conta que a instituição oferece uma grande estrutura para incentivar projetos e pesquisas entre os alunos. Ela fez dois anos de iniciação científica e também realizou estágios em várias empresas do ramo de alimentos durante a graduação.
Sobre o trabalho de conclusão de curso, Tallita conta que ele exigiu muita dedicação, mas que o resultado foi uma vitória. "Passamos um ano desenvolvendo uma indústria de alimentos. Desde a pesquisa de mercado para saber qual produto vamos desenvolver até a implementação total da fábrica, com equipamentos e a escolha das linhas de produção. É um projeto muito legal porque aplicamos os conhecimentos do curso de maneira prática e inovadora", afirma. Segundo ela, isso facilita a entrada no mercado de trabalho, que oferece diferentes oportunidades em vários setores das indústrias, e torna o engenheiro de alimentos apto para trabalhar em todas as etapas da produção.
Verdadeiro ou Falso
Veja o que você sabe sobre a Engenharia de Alimentos:
O curso é muito semelhante ao de Nutrição
R: Falso. Apesar de terem como objeto de estudo os alimentos, os dois cursos são bastante diferentes. O engenheiro de alimentos trabalha no processo de industrialização e desenvolvimento de tecnologias e novos produtos alimentícios para o consumo.
Disciplinas de Matemática, Física e Biologia fazem parte do currículo
R: Verdadeiro. O curso tem uma formação multidisciplinar que abrange o tronco básico das engenharias com matérias de Cálculo e Computação, mas também tem aulas práticas em laboratórios de Química e Biologia.



