
Trabalhar com aquilo que se gosta é uma máxima que serve para todas as áreas. Mas, desde a chegada dos cursos de graduação em Jogos Digitais, o senso comum leva a pensar que se trata de puro divertimento. Naturalmente, é difícil achar algum profissional da área que não adore aquilo que faz, mas a formação de quem atua na indústria de games não é brincadeira.
Em Curitiba, há dois cursos tecnológicos voltados ao desenvolvimento de jogos digitais. Um na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e outro na Universidade Positivo (UP). Segundo o Ministério da Educação (MEC), no Brasil são 33 as instituições de ensino superior que oferecem vagas na área.
O professor Fábio Vinícius Binder, criador do curso na PUCPR, explica que o setor geralmente é dividido entre três tipos de profissionais com formações específicas: artistas, game designers e programadores. Enquanto os artistas preocupamse com o visual do jogo, o game designer faz ele ficar atrativo pela facilidade dos comandos, a história envolvente e outros recursos que aperfeiçoam o divertimento. Ao programador foco da formação na PUCPR cabe criar a estrutura que vai sustentar tudo isso.
Para dar conta do trabalho, o profissional precisa de conhecimentos em banco de dados, inteligência artificial, simulação de movimentos, diferenças entre sistemas operacionais e até matemática.
Plataformas
Outro item fundamental na formação dos desenvolvedores de jogos é conhecer todos os tipos de plataformas possíveis. A Newzoo, uma das principais empresas de pesquisa sobre a indústria de games no mundo, considera que há pelo menos sete plataformas para as quais são produzidos jogos hoje: consoles (XBox, Playstation, etc.), mídias sociais, dispositivos móveis (celulares, iPads, etc.), para computadores via download, para computadores via CD/DVDROM, sites de jogos e os chamados MMOs (Massive Multiplayer Online), que exigem a participação de vários usuários ao mesmo tempo.
Numa pesquisa divulgada em junho deste ano, a Newzoo revelou que o Brasil tem 35 milhões de jogadores ativos, ocupando a 4.ª colocação no mercado mundial de jogos online. Por aqui, os sites de games fazem sucesso e contam com a preferência da maior parte dos usuários (77%). Em seguida estão aqueles que se entretêm com os jogos das mídias sociais, celulares e MMOs (69%).
Apesar do enorme número de usuários, de acordo com Binder, ainda são poucas as empresas nacionais se destacando no setor. "Curitiba certamente é um dos polos, mas a maioria das iniciativas locais ainda é de pequeno porte. Há muito espaço para crescer", diz.
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