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Ariane Saraiva conseguiu renovar a bolsa da Capes para concluir o mestrado em Ciência Política na UFPR | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Ariane Saraiva conseguiu renovar a bolsa da Capes para concluir o mestrado em Ciência Política na UFPR| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Entre no páreo

Confira algumas dicas para conquistar uma vaga em cursos de pós-graduação e ter chances de ganhar uma bolsa de estudo:

>>> Espera-se de um pesquisador, especialmente em mestrado e doutorado, um pré-projeto que contribua para o desenvolvimento e inovação do conhecimento no país, bons conhecimentos acadêmicos e potencial para contribuir com avanços científicos.

>>>Três critérios importantes devem ser considerados em um projeto de pesquisa: a linha tem de ser bem definida e pertinente, o estudante tem de demonstrar interesse na área acadêmica – especialmente com produções anteriores – e é preciso que o orientador se interesse pelo projeto.

>>> Para entrar no programa de pós-graduação, confira a bibliografia básica pedida para a prova de seleção. Leia todas as obras. Inglês afiado é importante. A experiência prévia com pesquisa científica também conta pontos.

>>>Esteja atento a editais de recursos para projetos e veja como solicitar bolsas de estudos ao departamento da universidade onde estuda. Leia atentamente os requisitos, o que é solicitado no projeto e qual a lista de documentos exigidos.

>>>Se dedique ao programa, um bom desempenho no mestrado pode garantir sinal verde para o doutorado, ou seja, passagem sem processo seletivo.

Em busca de resultados

Depoimento de Jefferson Rosa Cardoso, professor da UEL, mestre pela Maastricht University (Holanda) e doutor pela Unifesp

"Quem pensa em pesquisa deve saber que ela é para vocacionados, que o trabalho científico é feito – em quase sua totalidade – a várias mãos e que o trabalho em equipe prospera a partir dos objetivos estipulados e alcançados. Por último, acadêmico e orientador precisam ficar atentos aos editais lançados semestralmente pelos órgãos de fomento, estaduais (Fundação Araucária) e nacionais (CNPq e Capes).

Eu recebi uma bolsa do CNPq pela primeira vez em 2008 e ela foi renovada neste ano. Além de atuar como professor, sempre trabalhei no Grupo de Pesquisa em avaliação e intervenção em Fisioterapia. Tive um projeto contemplado na Fundação Araucária que avaliava o método Pilates por meio da ativação muscular e ele recebeu recursos financeiros para a aquisição de materiais. Esperava-se entender os movimentos dos exercícios do método e fornecer subsídios aos profissionais durante o tratamento de seus pacientes. Durante a execução, surgiu a ideia de se fazer uma revisão sistemática sobre os efeitos do Pilates com pacientes com lombalgia crônica. O estudo rendeu um prêmio no 16º Congresso Mundial de fisioterapia, na Holanda, em junho passado, e será publicado no ano que vem no jornal britânico Clinical Rehabilitation.

Gosto muito de uma frase de um estatístico britânico chamado Doug Altman. Ele diz que precisamos de menos pesquisas, melhores pesquisas e pesquisas que sejam feitas pelos motivos certos. Colocar isso em prática é um desafio diário para um pesquisador, um professor e qualquer envolvido com pesquisa."

A invasão de formigas na agricultura, o desgaste provocado pelos exercícios físicos na terceira idade e o aparecimento de uma nova estrela são assuntos de projetos de pesquisa contemplados com a verba disponibilizada pela Fundação Araucária, órgão de fomento estadual que há 10 anos financia o desenvolvimento de projetos em todas as áreas de conhecimento. No último edital de pesquisa universal, que está em período de análise dos projetos apresentados, a fundação recebeu um número recorde de inscrições. Foram 1.435 projetos enviados neste ano por pesquisadores e cientistas – aumento de 51% em relação às 950 inscrições de 2010.

Seriam necessários R$ 44,7 milhões para contemplar todos os trabalhos inscritos. Apesar de estar longe de atender a toda a demanda, a verba disponível aumentou neste ano. Somente para esse edital foram R$ 7,5 milhões, quase o dobro do ano passado. Para o presidente da fundação, Paulo Brofman, a meta é aumentar esse valor para R$ 10 milhões no ano que vem, decisão que depende da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O aumento permitiria saltar dos 18% de projetos atendidos para 25%, segundo Brofman. "Boa vontade existe. Se tiver disponibilidade, vamos agregar. A quantidade de pesquisa que está sendo realizada muito nos orgulha e esse aumento ano a ano demonstra o grande potencial de pesquisa que o Paraná tem. Provavelmente um resultado também do aumento no número de cursos de pós-graduação no estado", diz.

Qualidade

Os projetos estão mais numerosos e não deixaram a qualidade para trás. A avaliação das propostas inscritas será feita nesta semana pela Fundação Araucária e deve dar muito trabalho aos comitês de cada área, formados por pesquisadores de diferentes universidades. Os projetos são julgados de acordo com a relevância social e benefício que podem trazer para a comunidade. Segundo Alessandra Carraro, técnica do setor de Projetos da fundação, cerca de 70% das propostas costumam ser aprovadas no mérito, mas sem recursos. Ou seja, poderiam ser contemplados caso houvesse mais verba disponível. "Eles ficam em uma espécie de banco e podem ser contemplados se surgem mais recursos, pois já foram aprovados em um trabalho imenso das comissões", diz.

No Paraná algumas das áreas que têm a maior demanda por recursos para projetos são as da Saúde, Biologia, Engenharia e Ciências Agrárias.

Desafiante

Um pesquisador precisa ser apaixonado pela própria pesquisa e não ter medo de desafios. O primeiro passo é escolher um tema de pesquisa e encontrar a universidade em que seja possível desenvolver o estudo. A dica é da mestranda Danuta Leão, 25 anos. Assim que se formou em Publicidade e Propaganda na Universidade da Amazônia (Unama), deixou Belém do Pará e veio a Curitiba fazer uma pós-graduação na Universidade Tuiuti (UTP).

A entrada no mestrado em Comunicação e Linguagens veio na sequência e depois a estudante buscou uma bolsa no CNPq. "O aluno tinha de ter cursado um ano, não podia trabalhar e, como critério de desempate, tinha de ter publicações em congressos. Recebi a bolsa e hoje cuido da editoração eletrônica da revista do programa do mestrado", conta. Em dezembro, Danuta termina as disciplinas e os créditos e volta para Belém. "Voltarei a Curitiba para defender minha dissertação em fevereiro ou março. Apesar de estar quatro anos e meio morando longe da minha família, eu amo morar em Curitiba e sei que todo o esforço vai valer a pena."

>>> Você já conseguiu alguma bolsa de pesquisa? Que dicas podemos dar a quem está começando agora? Deixe o seu comentário!

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