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Mayla Gabriela Silva Borba, que está se formando em Medicina, faz internato no Hospital da Cruz Vermelha e ainda não decidiu qual área vai seguir na residência. | Antônio More/ Gazeta do Povo
Mayla Gabriela Silva Borba, que está se formando em Medicina, faz internato no Hospital da Cruz Vermelha e ainda não decidiu qual área vai seguir na residência.| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Mercado

Profissão em alta

Quem pensa que o mercado para médicos está saturado, está enganado. Muito pelo contrário. Segundo o coordenador de Medicina da PUCPR, Emilton Lima Júnior, ele está bastante aquecido. "Um recém-formado pode ganhar entre R$ 7 mil e R$ 10 mil. Principalmente em cidades do interior."

Mesmo com a crise entre médicos e planos de saúde, que, segundo os profissionais, costumam pagar pouco pelas consultas, os rendimentos mensais ainda são altos. Isto acontece porque há muitas ofertas e geralmente o médico tem mais de um emprego. "Sei de profissionais que ganham cerca de R$ 3 mil por mês para fazerem três plantões de 12 horas", comenta Lima.

Segundo os médicos, todas as especialidades são valorizadas, mas de tempos em tempos há algumas que ganham mais destaques que as outras. Lima diz que atualmente as áreas ligadas à medicina estética, como dermatologia e cirurgia plástica, estão em alta. "Assim como as relacionadas à terceira idade, como geriatria. Isso acontece porque o país está envelhecendo e, consequentemente, cresce a demanda por especialistas", explica.

Apesar do destaque para as especializações, o caminho inverso – ou seja, o médico buscar saber de tudo um pouco – tem ganhado cada vez mais valor, como explica o ginecologista e coordenador de Medicina da UFPR, Edison Luiz Tizzot. Ele diz que existe a tendência de que o profissional saia do hospital e trabalhe com saúde coletiva, principalmente na área de saúde da família. "Desde o começo do curso temos disciplinas que inserem o acadêmico na comunidade. O currículo da UFPR está, inclusive, mudando para se adequar a esta realidade."

"Mais concorrido que o próprio ves­­­tibular". Esta é a definição do mé­­­dico Nicolau Gregori Czeczko, professor de Clínica Cirúrgica da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) e cirurgião do Hospital Evangélico, sobre a concorrência para passar na residência. Em­­bora não seja obrigatória, é por meio dela que o médico vai se tornar especialista em alguma área. Caso contrário, só poderá atender como clínico geral, o que não é, porém, garantia de emprego. Segundo os profissionais, a clínica médica também é uma das especialidades, que forma generalistas, mais valorizados que quem não fez residência alguma.

Por causa da dificuldade de entrar, já que a concorrência pode passar de cem candidatos por vaga, hoje existem cursinhos, assim como os que preparam os estudantes de Direito para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Vale lembrar que para passar no exame da Ordem não é preciso superar os colegas, mas garantir um nível mínimo de acertos. No caso das residências, não basta saber: tem de saber mais que os outros.

Embora existam alguns cursinhos pelo país, Czeczo diz que muitos alunos preferem estudar por conta ou até mesmo montar grupos de pesquisa. "Nos últimos dois anos da graduação o acadêmico faz o internato, um período em que passa no hospital, atendendo casos diversos. Se o internato for levado a sério, e o aluno complementar o conhecimento em casa, é uma ótima preparação."

Segundo o coordenador, a procura varia entre os hospitais, dependendo de que área é mais valorizada em cada instituição. O Hospital de Clínicas, por exemplo, é referência em dermatologia, o que faz com que a concorrência por esta área seja maior nele. "É natural que o aluno queira ir para o hospital referência", explica Czeczo.

Especialista

As residências – são 53 reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) – duram entre dois e cinco anos e quando o aluno conclui ele se torna especialista e se credencia no órgão, o que permite atuar especificamente na área. Porém, dentro de cada especialidade pode haver outras subespecialidades. Um médico que queira tratar problemas do joelho, por exemplo, terá de fazer ortopedia como especialização e depois se aprofundar nesse assunto. O que significa mais anos de estudo.

A menos de um ano de se formar, Mayla Gabriela Silva Borba está na fase de se preocupar com a residência. Por ainda não ter certeza em que quer se especializar, vai deixar para tentar a prova um ano depois de concluir o curso. "Penso em infectologia, mas também na saúde da família, que está crescendo e me interessa, mas enquanto não tiver certeza não farei a prova."

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