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Depois de dois anos, Giancarlo Alejandro Rúbio decidiu colocar em prática o seu antigo TCC e revolucionou a empresa da família | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Depois de dois anos, Giancarlo Alejandro Rúbio decidiu colocar em prática o seu antigo TCC e revolucionou a empresa da família| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O QUE FAZER

Os caminhos para dar um futuro ao TCC após a faculdade variam. Dependem do tema, da criatividade, dos contatos e de um bom faro para oportunidades. Mesmo assim, há iniciativas que podem ser tomadas por qualquer um, independentemente da área de pesquisa. Confira algumas dicas elencadas com o auxílio da professora de Metodologia Científica na FAE Centro Universitário Annelore Spieker de Oliveira:

>> Dedique-se a conhecer o público que pode se interessar pelo seu trabalho. Se for um produto, pesquisas sobre o mercado ajudam muito.

>> Mantenha suas leituras atualizadas. Depois de definir o tema, leia tudo o que puder sobre o assunto.

>> Envolva outras áreas no seu trabalho. Peça opiniões para quem é de cursos completamente diferentes do seu. Cada especialista nota detalhes que são quase invisíveis para outros.

>> Se pretende transformar o TCC em um livro, procure entidades de classe que possam se interessar pelo projeto, como sindicatos e conselhos profissionais, ou alguma instituição que apoie publicações de estudantes, como a Câmara Brasileira de Jovens Escritores.

>> Publique o texto na internet. Há vários sites que armazenam monografias e artigos gratuitamente. Você também pode usar um disco virtual ou um blog para deixar seu trabalho disponível.

>> Procure constantemente por necessidades não explícitas na sociedade. Quando determinada carência já é discutida por muitos, é difícil chamar a atenção.

Um bom trabalho de conclusão de curso (TCC) exige mais tempo, esforço e envolvimento do universitário do que qualquer outra atividade curricular. O TCC é a pesquisa que encerra os longos anos de formação e que ficará à disposição de toda a comunidade acadêmica para consultas futuras. Para alguns, no entanto, o reconhecimento de que o trabalho foi bem feito e a formatura não são suficientes. Eles querem que o resultado de seus esforços seja útil à sociedade, seja lido por um público mais numeroso e (por que não?) os deixem ricos! A Gazeta do Povo foi atrás de ex-alunos que resolveram tirar os TCCs da gaveta e levá-los além da faculdade. Eles contaram os passos que deram para que as ideias saíssem do papel e se tornassem realidade. Confira!

Ideia inovadora transforma a empresa da família

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Estudo em equipe vira empreendimento promissor

>>>Ideia inovadora transforma a empresa da família

Com cerca de 7 mil visitas diárias, o site Livronauta começou como trabalho acadêmico. Em 2007, o então universitário Giancarlo Alejandro Rúbio, 25 anos, estudava Análise de Sistemas na PUCPR e procurava uma ideia lucrativa para propor como TCC. Influenciado pelo negócio do pai, proprietário de um sebo, Rúbio e um colega elaboraram um site que funcionaria como comparador de preços voltado para o mercado de livros.

Depois de dois anos na prateleira, a proposta foi retomada por Rúbio, que a deixou mais próxima do empreendimento da família. O comparador de preços virou um buscador de livros usados em sebos de todo o país, incluindo, logicamente, o de seu pai.

Destaque

O site paranaense concorre com um gigante do ramo, o Estante Virtual, mas vem ganhando cada vez mais destaque na mídia nacional e, consequentemente, mais usuários. Embora o projeto original tenha passado por várias alterações, Rúbio remete o sucesso do site à boa escolha de tema no passado. "Antes de decidir por um tema de TCC, você precisa se perguntar se a ideia é viável, nem que seja para realizá-la no futuro", afirma, deixando a dica para quem está em busca de uma boa ideia.

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Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Ivan Ricardo Fernandes descobriu que nenhuma universidade do país oferecia informação adequada sobre cuidados para situações de incêndio

Quando o bombeiro Ivan Ricardo Fernandes, 32 anos, cursava Engenharia Civil na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), uma dúvida o intrigava. Por que engenheiros erram tanto na adequação de projetos às normas de segurança exigidas pelo Corpo de Bombeiros? Acostumado a fazer vistorias para a corporação, ele resolveu fazer dessa pergunta o tema do seu TCC.

Pesquisou universidades de todo o país e descobriu que nenhuma oferecia a formação adequada sobre cuidados necessários para situações de incêndio. "Primeiro eu pensei em criar uma disciplina, mas notei que a carga horária máxima permitida seria 60 horas, o que é pouco. Sugeri um curso de especialização", conta Fernandes.

Surpresa

Motivado a ver a ideia implantada, ele buscou o apoio do orientador para fazer a proposta chegar aos departamentos responsáveis pela análise de novos cursos de pós-graduação na PUCPR. Para sua surpresa, o projeto foi aprovado dois meses antes da formatura, em julho de 2009.

Hoje, o curso Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico está na quarta turma e já capacitou cerca de 80 profissionais de todo o Brasil. Fernandes é o coordenador e professor de algumas disciplinas. "Queria aplicar os conhecimentos que adquiri na faculdade em algo que fosse importante para o Corpo de Bombeiros e para a sociedade. Acho que estou conseguindo", diz.

Os frutos do TCC de Fernandes não pararam aí. O trabalho foi apresentado ao Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Paraná (Crea-PR) e virou livro, distribuído gratuitamente a engenheiros de todo o estado. Em 2010, a obra ganhou o Prêmio Brasil de Engenharia. O livro pode ser acessado pelo site do Crea-PR, no setor de Manuais e Publicações.

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Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Gustavo Macedo Gubert teve de largar o emprego que tinha para se dedicar ao novo negócio

Um conceito norteou o TCC da equipe de Gustavo Macedo Gubert, 23 anos, no curso de Administração da FAE Centro Universitário, em 2009. "Queríamos tornar a vida das pessoas mais feliz. Algo que as fizesse perceber o que realmente importa na vida", conta Gubert. Um pouco de pesquisa e um bom brainstorm levaram o grupo a cartões comemorativos, usados em diversas ocasiões com a intenção de demonstrar algum sentimento.

Na coleta de dados, os estudantes notaram que muitas pessoas deixavam de comprar cartões devido à insatisfação com as mensagens ou os desenhos impressos. Foi o suficiente para a equipe propor como TCC uma nova linha de cartões, com arte mais moderna e textos mais criativos.

Orientação

O trabalho foi apresentado, todos foram aprovados e cada um seguiu seu caminho. Mas, a hipótese de a ideia virar realidade perseguia Gubert. Em 2010, sozinho, ele voltou a trabalhar com o projeto, levando-o paralelamente ao seu emprego. Foi orientado no Sebrae e conversou com pequenos empresários. Depois, fez as adaptações que viabilizaram a transformação do TCC em seu negócio. Em vez de venda direta a consumidores, como previa o projeto inicial, os cartões começaram a ser oferecidos a papelarias, tabacarias e outras lojas.

Assim a nasceu a Smile House, empresa especializada em cartões comemorativos, que tem pouco mais de um ano, mas vislumbra um futuro promissor. "Chegou um ponto em que precisei largar meu emprego para me dedicar com exclusividade ao negócio", conta Gubert, que deixa a dica para quem pretende seguir o caminho do empreendedorismo. "O principal passo é tomar a decisão e encarar. Se ficar esperando o momento certo para arriscar, ele nunca vai chegar".

Compartilhe a sua experiência. Você já conseguiu concretizar um projeto acadêmico? Que caminho percorreu? Deixe seu comentário.

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