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Elisiane, Suely e José Carlos frequentavam as aulas e estudavam para as provas juntos | Sandra Terena
Elisiane, Suely e José Carlos frequentavam as aulas e estudavam para as provas juntos| Foto: Sandra Terena

Cursar uma graduação inteira em família faz parte dos planos de pouca gente. Entre as exceções está o clã guaratubano Jarnicki de Carvalho, que terá pai, mãe e filha bacharéis em Direito a partir de setembro. Nos últimos cinco anos, Elisiane, 32 anos, teve a companhia dos pais, José Carlos e Suely, 68 e 56 anos, respectivamente, em todas as aulas. A última etapa até o momento foram as defesas das monografias, em que a menor nota do trio foi nove.

A jornada acadêmica conjunta da família começou em 2007, quando Suely reacendeu o desejo de cursar Direito – vontade deixada para trás depois que começou a trabalhar e teve de cuidar dos três filhos. O sonho voltou aos planos quando ela soube que a Faculdade do Litoral do Paraná (Isepe) abriria uma turma do curso em Guaratuba, o que facilitaria a frequência às aulas.

A ideia voltava a parecer distante quando Suely, formada em Ciências Contábeis, pensava nas dificuldades que o retorno às salas de aula implicaria. "A mãe tinha estudado há muitos anos e ela tinha receio dos jovens e de não conseguir se adaptar", diz Elisiane, que também já havia cursado Turismo. Para dar um empurrãozinho, o marido e a filha também toparam fazer vestibular. Os três foram aprovados e decidiram cursar juntos.

Naquele momento, uma formação em Direito seria proveitosa a todos, já que Elisiane trabalhava em um escritório de advocacia e os pais eram serventuários da Justiça em cartórios da cidade.

Rotina

Segundo o advogado e professor Alcelyr Valle da Costa Neto, a família mostrava-se unida em sala de aula e tinha boas relações com os colegas. "A força de vontade deles é muito grande. A atitude deles sempre foi bem ética. Em dia de prova, sentavam longe um do outro e as notas eram diferentes", lembra. Para estudar, eles usavam um único livro. "O nosso convívio melhorou bastante. Fazíamos trabalhos juntos, mas também nos dividíamos em equipes com os colegas. Em casa, estudávamos juntos. A nossa rotina nas vésperas de provas era um questionar o outro", conta a filha.

De acordo com Elisiane, o exemplo de superação dos pais motivou várias pessoas a estudar. "Eles foram guerreiros. Foram mais dedicados e estudavam mais do que eu. O meu pai ficava até as três da manhã e acordava às 6 horas para voltar a estudar", diz. Esta é a primeira graduação de José Carlos, que abandonou o curso de Letras no último ano para tomar conta da família.

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