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Paulo Penha de Souza Filho busca parcerias para reverter o resultado que encontrou em sua pesquisa. | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Paulo Penha de Souza Filho busca parcerias para reverter o resultado que encontrou em sua pesquisa.| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Embora o acesso a livros, revistas e jornais seja bastante difundido entre pessoas com idade superior a 65 anos, o vínculo entre idosos e a linguagem escrita é muito limitado. Essa foi uma das conclusões da dissertação de mestrado do psicólogo Paulo Penha de Souza Filho, defendida em novembro, na Universidade Tuiuti do Paraná.

A pesquisa envolveu observação, atividades e entrevistas com 72 idosos de Curitiba com variadas faixas de renda e níveis de instrução. Mesmo num universo como esse, cheio de singularidades, a pesquisa de Souza Filho revela que a dificuldade de compreensão daquilo que se lê é notória mesmo entre idosos com nível superior da classe média-alta.

"Eles sabem ler e escrever e até acreditam que entendem, mas os testes mostraram que há grandes falhas na compreensão", conta Souza Filho. Sobre a semelhança de resultados entre idosos ricos e de baixa renda, o psicólogo concluiu que os mais carentes têm mais consciência de suas limitações do que aqueles com melhor instrução. "Os de classe mais alta tiveram dificuldade em admitir que não compreenderam o que o texto diz."

Atenção

Com o título "Condições de Letramento no Processo de Envelhecimento", o trabalho de Souza Filho recomenda mais atenção por parte da sociedade civil organizada e da comunidade científica para ampliar a compreensão sobre os processos de leitura e escrita de pessoas com mais de 65 anos.

A dissertação foi recebida por revistas científicas da área e está em processo de avaliação para ser publicada neste ano. O psicólogo ainda planeja captar recursos para aplicar os resultados obtidos na pesquisa em projetos sociais ou compartilhar o estudo com autoridades da saúde em possíveis políticas públicas.

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