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Laudemira Maria Krauczuk mostra os pacotes de onde nascem os cogumelos. | Morgani Guzzo / Gazeta do Povo
Laudemira Maria Krauczuk mostra os pacotes de onde nascem os cogumelos.| Foto: Morgani Guzzo / Gazeta do Povo

Testes devem garantir variedade de espécies

Com a conquista do Prêmio Santander, o projeto de produção de cogumelos encabeçado pela Unicentro deve garantir avanços, como a aquisição de novos equipamentos, a construção de uma estufa e mais bolsas para alunos de graduação. "Nosso objetivo, é que dez famílias produzam na nova estufa", afirma o secretário da Coorlaf, Jandir José Teixeira. Segundo a coordenadora Herta Slutz Dalla Santa, o projeto tem a finalidade de emancipar o produtor rural para que ele faça todo o processo, da semente à venda. "Por enquanto, cedemos as sementes, que são caras, mas, no futuro, queremos que eles mesmos produzam e façam todo o processo."

A primeira etapa do projeto consiste em orientar os produtores sobre como produzir os cogumelos. De acordo com Mariana Drewinski, bióloga e bolsista do projeto, a capacitação é feita para a produção de cogumelo-ostra (Pleurotus ostreatus), também conhecido como hiratake ou shimeji-preto. "Essa espécie é mais fácil de produzir, contamina menos, cresce mais rápido e é mais adaptada ao frio."

Para a produção de outras espécies, Mariana conta que estão sendo feitas pesquisas em laboratório. "Estamos fazendo testes com o shiitake e o cogumelo-salmão. O shiitake é mais difícil, pois demora muito tempo para crescer. Para quem está começando agora, a demora desmotiva", diz.

Segundo Herta, a região favorece o plantio e é possível um volume grande de produção. "O clima é muito favorável. O azevém, um dos substratos usados na produção de shimeji, é abundante e acessível na região. O shiitake, produzido nas toras ou serragem dos eucaliptos, é igualmente viável, pois temos grandes áreas plantadas com essa espécie." (MG)

A iniciativa de auxiliar agricultores familiares a complementar a renda a partir da produção de cogumelos tem transformado a realidade de moradores de Boa Ventura de São Roque, no Centro-Sul do Paraná. O projeto desenvolvido no Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem aproximado alunos, professores e produtores da Cooperativa Regional de Leite da Agricultura Familiar (Coorlaf).

Uma das famílias beneficiadas pelo programa é a de Laudemira Maria Krauczuk. Acostumada a vender verduras e hortaliças para projetos de alimentação escolar, ela está animada com a produção de cogumelos. Em uma estufa montada ao lado de sua casa, há 75 pacotes que produzem em torno de 300 gramas de fungos por dia. "Ainda está no começo, mas já dá aumentar a renda. Ainda tem 600 pacotes para colocar", conta.

Os pacotes mencionados por Laudemira contêm sementes de cogumelos que dependem de ambiente úmido e com pouca luminosidade para gerar os fungos. A produção da semente é feita em laboratório. Segundo o professor David Chacón, esse é o maior custo para o produtor. "O mais caro é a semente, que chega a custar 60% do preço total da produção. Desenvolvemos as sementes com uma tecnologia em substrato alternativo e as disponibilizamos para o agricultor", explica. A tecnologia usada foi idealizada pelo professor Durinezio José de Almeida, do curso de Ciências Biológicas da Unicentro, e está em processo de patenteamento.

Venda

Conforme a coordenadora do projeto, Herta Slutz Dalla Santa, esse processo barateia o custo de produção dos cogumelos e torna-se um atrativo para os produtores. Após a colheita, os cogumelos são vendidos em bandejas. "Nossa principal dificuldade é a venda, pois a região não tem tradição no consumo de cogumelos. Além de ser uma grande fonte de proteínas, pouco calóricos, também auxiliam na redução do colesterol ruim, entre outros benefícios. O projeto também prevê a venda do produto em forma desidratada e o desenvolvimento de novos produtos à base de cogumelos", explica.

Premiado com o Prêmio Santander Universidade Solidária 2013, o projeto tem como público-alvo produtores orgânicos com experiência no cultivo de plantas medicinais ou hortaliças. Os interessados são capacitados e têm acompanhamento durante todo o processo de produção.

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