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Fernando Saldanha acredita que a união de turmas é válida para promover rifas de prêmios mais onerosos, como um carro. | André Rodrigues / Gazeta do Povo
Fernando Saldanha acredita que a união de turmas é válida para promover rifas de prêmios mais onerosos, como um carro.| Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo
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Festas

Hugo Harada / Gazeta do Povo

A turma da bacharel em Direito Giovanna Mizrahi Carcereri abriu mão de grandes festas para arrecadar dinheiro e optou por confraternizações caseiras

São memoráveis, rendem boas fotos, mas, quando feitas a qualquer custo, acabam por comprometer o objetivo final. De acordo com Fernando Saldanha, quando a turma quer fazer festas para arrecadar dinheiro, mas economiza demais na propaganda, o resultado pode ser um grande prejuízo por falta de público. "A divulgação tem de ser matadora, incluindo comunicação visual, chamadas em vídeo e a obrigatoriedade da venda de ingresso por todos os formandos."

Com base nas experiências de sua turma, Rafael Loyola reforça a importância dos diferenciais para atrair público. Ele sugere a busca de patrocinadores, em especial cervejarias, que costumam contribuir quando a turma garante exclusividade de venda a uma marca de cerveja na festa. Outras dicas para potencializar o evento são as junções entre diferentes cursos, o convite a duplas sertanejas de renome ou festas temáticas.

Agora, se a turma não tem festeiros de carteirinha para puxar a animação, é mais prudente ser modesto ao investir nesse tipo de ação. A turma de Giovanna Carcereri estava ciente dessa realidade e optou por confraternizações mais caseiras, como churrascos e "pizzadas". "Conseguimos em média R$ 1 mil em cada ação dessas, portanto, as festas nos deram bem menos retorno que as rifas", reconhece.

Ela conta que foi procurada por empresas que promovem festas em conjunto com comissões e casas noturnas, mas a fórmula de arrecadação não agradou a turma. Em geral, o lucro obtido com uma quantidade mínima de ingressos é destinado à empresa e o restante da venda fica com os formandos. "O problema desse sistema é a obrigação de cumprir a meta, sob risco de prejuízo, ou lucro muito baixo para muito esforço", diz Giovanna. (JDL)

R$ 10 mil

foi o valor aproximado arrecadado pela turma de Giovanna Mizrahi Carcereri com a rifa de um par de ingressos para o Cirque du Soleil.

Rifas, festas e churrascos fazem parte do planejamento de qualquer comissão de formatura, mas a receita para uma arrecadação bem sucedida não é a mesma para todas as turmas. A quantidade de alunos e o perfil dos formandos influenciam muito no sucesso dos eventos e, se essas características não forem levadas em conta, o que era para ser um lucrativo divertimento pode virar um inesperado prejuízo. O Vida na Universidade conversou com profissionais do ramo de eventos, formandos e com quem esteve à frente de uma comissão de formatura e elencou algumas boas práticas que podem garantir a tranquilidade e, quem sabe, algum dinheiro extra para a turma quando tudo terminar.

Mensalidade

É o básico e, em grande parte das experiências, representa a maior fatia de toda a arrecadação. Embora, em tese, signifique simplesmente receber dinheiro dos colegas, se não houver compromisso por parte de toda a turma, atrasos e calotes podem gerar furos irrecuperáveis no planejamento de gastos.

Ciente desse risco, quando o engenheiro Rafael Loyola presidia a comissão de formatura de sua turma, no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele definiu com os colegas uma série de medidas que estimulavam os pagamentos em dia. Uma delas era a limitação do direito a voto somente àqueles que não estivessem inadimplentes. "Nas votações de datas, locais para colação de grau e baile, professores homenageados, formandos que fariam as homenagens e escolha de cenário, somente participavam formandos que estavam com as mensalidades em dia", conta Loyola.

Outra medida, adotada para incentivar a adesão de formandos nos primeiros meses de comissão, foi a criação de uma tabela com diferentes valores de mensalidade. A planilha beneficiava quem começasse a pagar antes e estipulava taxas maiores àqueles que só aderissem no último ano. Segundo Loyola, "isso é importante para a comissão ter caixa durante todos os meses de preparação para as festas de formatura". O sistema deu certo e a comissão conseguiu descontos significativos por fechar negociações com antecedência. A turma de Loyola se formou em 2012.

Rifas

Entre os entrevistados, há duas unanimidades sobre rifas. A primeira é que ninguém gosta de vendê-las. A segunda é que sempre dão ótimo retorno. Assim, acatadas como um "mal necessário", as rifas surgem como a alternativa usada com maior frequência entre as ações que vão além da mensalidade.

O sucesso nas vendas, no entanto, depende da definição de público-alvo. Como os familiares são tradicionalmente os maiores compradores, é preciso levá-los em conta. "Se você chegar com uma rifa de cesta de bebidas alcoólicas para sua vó, ela provavelmente vai comprar um bilhete para lhe ajudar, mas vai ser o único. Uma viagem para um hotel fazenda com acompanhante agrada bem mais", defende o engenheiro Rafael Loyola.

Automóveis naturalmente se encaixam bem no quesito da ampla aceitação, mas o preço de um carro não apenas dificulta a aquisição do prêmio, como encarece o preço de cada bilhete, tornando-se uma aposta arriscada. A exceção seriam os casos de rifas coletivas. "Quando várias turmas vendem os mesmos bilhetes, o carro fica mais viável e pode ser uma boa ideia", sugere o diretor comercial do Studio AQuatro, Fernando Saldanha.

Outras opções de prêmios acessíveis e sempre desejados são eletrônicos, como tablets, notebooks e smartphones. Nesse caso, a estratégia de venda deve mirar principalmente no público universitário. Ingressos para eventos concorridos também costumam fazer sucesso. A turma da recém-formada em Direito pelo Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), Giovanna Mizrahi Carcereri, 22 anos, teve essa experiência e gostou do retorno. "Sorteamos dois ingressos para a apresentação que o Cirque du Soleil fez em Curitiba, em 2012, e arrecadamos em torno de R$ 10 mil", conta.

Quanto aos bilhetes da rifa em si, a cerimonial da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Maria Angélica Philipe Costa, conta que tem se tornado frequente as empresas de formatura viabilizarem acordos com gráficas e entregarem os blocos aos estudantes a baixo custo ou até de graça. Vale a pena sondar essa possibilidade.

Investimentos

Os possíveis grandes lucros com o mercado de ações ou fundos de investimento são tentadores, mas não combinam com a necessidade de movimentações financeiras constantes dos formandos, alerta Emilia Cristiane Camargo Kosak, coordenadora de Eventos do Grupo Uninter. Ela lembra que as comissões de formatura fazem pagamentos a fornecedores durante todo o período que antecede a formatura e esse acesso frequente à conta contraria as regras da maioria dos fundos bancários. Por isso, contas bancárias básicas que facilitem a movimentação são opções mais práticas.

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