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Gustavo Loiola, formado em Publicidade, da UFPR, não se limita às festas do seu próprio curso. Na foto, ele participa da Costelada | Arquivo pessoal
Gustavo Loiola, formado em Publicidade, da UFPR, não se limita às festas do seu próprio curso. Na foto, ele participa da Costelada| Foto: Arquivo pessoal

Graduado em badalação

Gustavo Loiola, 21 anos, se formou em Publicidade na UFPR e pode ser considerado especialista em festas de faculdade. Ele não se limitou às confraternizações do próprio curso. Na foto, Loiola está na Costelada, de Agronomia. "Nos eventos eu conhecia pessoas de outros cursos e ficava sabendo das festas." Segundo ele, os eventos têm muitos diferenciais. Entre eles variedade musical, amigos reunidos, integração e custo-benefício. Para Loiola, a agenda lotada nunca atrapalhou os estudos. "Por trabalhar com comunicação, foi importante ter contato com pessoas de outras áreas, saber como elas pensam. além disso, era fácil conseguir apoio para meus eventos e projetos."

Logo que entram na faculdade, os calouros percebem que, além dos estudos, os anos seguintes serão repletos de festas, churrascos e confraternizações. Quase todos os cursos organizam recepções aos calouros, festas juninas e eventos para arrecadar dinheiro para a formatura. Mas alguns cultivam festas tradicionais que simbolizam a história e a identidade do curso. Esses eventos possuem características peculiares e são cercados por lendas e rituais que chegam a manter antigos alunos ligados à faculdade. Conheça algumas das principais festas acadêmicas tradicionais de Curitiba.

>>> Você conhece outras festas tradicionais que existem nos câmpus das universidades paranaenses além das que estão abaixo? Como elas são? Deixe o seu comentário!

Vinhada: do Turismo para a Comunicação

A festa que reúne alunos e ex-alunos do curso de Comunicação Social da UFPR é regada a muito vinho e música. O público é interno e não há intenção de ampliá-lo. Pessoas de fora não costumam ser bem-vindas. "Elas não zelam pelo câmpus, sujam, quebram", explica Guilherme Glir, organizador do último evento. Uma das confusões até virou caso de polícia, o que fez com que a promoção da festa no câmpus fosse proibida pelo departamento do curso.

A primeira edição da Vinhada ocorreu em 1986 e, para a surpresa das novas gerações de calouros, foi organizada pelo curso de Turismo, que dividia o Prédio Histórico com o pessoal da Comunicação. O nome da festa deriva dos garrafões de vinho que os alunos de Turismo conseguiam de brinde para outros eventos. O que sobrava passou a ser consumido nas Vinhadas, conta o turismólogo Pakho Cornelsen, um dos integrantes do Centro Acadêmico de Turismo na época.

A festa também contava com a presença massiva de alunos de direito, História e Psicologia. Contudo, os comunicadores incorporaram o espírito da Vinhada e quando o curso foi transferido para o câmpus do Juvevê, em 2001, a festa foi junto.

Churras de Medicina: confraternização de R$ 30 mil

Churrasco para os calouros tem em todo lugar. Mas é difícil encontrar um como o do curso de Medicina da PUCPR. Realizado desde 1999 com o intuito de integrar calouros e veteranos, o evento superou a fase da "linguiçada" faz tempo. Hoje, movimenta cerca de r$ 30 mil por edição e o público passa de mil pessoas. A festa, organizada pelos estudantes, ocorre duas vezes por ano. No menu, aperitivos, saladas, carnes e outros pratos.

A música também é variada: "Sempre tem duplas sertanejas, bandas de samba, DJs e um Mc para o funk", conta o estudante Attilio Galhardo, que participou da organização das duas últimas edições. Com seus gritos de guerra, marcam presença estudantes de Medicina de todas as instituições. A interação é uma espécie de preparação para os jogos universitários e ajuda a unir casais e amigos.

Costelada: costela de chão em ritmo sertanejo

É a costela de chão – que começa a ser preparada na noite anterior à festa – o chamariz para a Costelada de Agronomia da UFPR. A primeira edição da festa ocorreu em 2009 e contou com a presença de 500 pessoas. Depois do sucesso inicial, o evento continua crescendo. Neste ano, a última festa atraiu mais de 2 mil pessoas, segundo o presidente do centro acadêmico do curso, Thales Portugal. Promovida em chácaras, a festa tem atrações do universo country e a maioria dos frequentadores é ligada aos cursos de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária. "Tem música sertaneja, além de atrações como shots de tequila para as mulheres, touro mecânico com premiações e, no fim da noite, funk. o clima é sempre muito agradável e de muita diversão", conta o estudante Fernando Tosin, que participou das seis Costeladas feitas até o momento.

Triunviratum: noite de gala dos cursos de Direito

Enquanto a maioria dos universitários se contenta com carne, pão e bebida barata, os estudantes de direito têm um baile de gala. O Triunviratum – nome que deu sequência ao baile das Três balanças – é organizado pelos estudantes dos cursos da PUCPR, UFPR e UniCuritiba. Para compor o cenário, o baile ocorre no Castelo do Batel, com open bar de champagne e bombons refinados. "O baile já era tradicional. Esse é o perfil dos cursos de direito, que prezam pelo formalismo", diz Álvaro Rotunno, representante da UFPR na última organização. A festa é aberta e conta com cerca de 1,4 mil ingressos, vendidos por mais de R$ 60. O prestígio do evento levou a festa à Justiça. A briga pela marca envolve Marcelo Veneri, presidente do Centro Acadêmico de Direito da PUCPR em 2007, e os centros acadêmicos. Veneri alega ser o titular do nome, já os centros tentam registrá-lo.

Frangada: várias origens

Depois de mais de 20 anos de existência, é difícil precisar como a festa de Design surgiu. Há quem defenda que o nome Frangada tem origem no preço da carne do frango – por ser mais barata, foi escolhida para o churrasco. Outros dizem que é a primeira oportunidade do ano para os alunos extravasarem as energias. Também circula a teoria de que o nome da festa chamava atenção para o curso. "Um frango simbolizava a necessidade de evidenciar os feitos do próprio curso", conta Naotake Fukushima, formado em design pela UFPR em 1992.

"Tradicionalmente ocorre em abril e é feita para todo mundo soltar a franga", defende Carolina Pizatto, uma das organizadoras da edição de 2011. A festa é promovida pelos alunos do 2º ano do curso da Federal, mas é aberta a todos os designers e simpatizantes de outras instituições. O público é do tipo alternativo e descolado. Para agradá-lo, a trilha sonora fica por conta de bandas de rock indie, convidadas a tocar em troca de muito frango, tietes e doses de chapolin – a bebida da festa.

Chopada da Integrada

O último período do curso de Odontologia da UFPR é a Clínica Integrada: quem chega lá tem motivos de sobra para comemorar. E é isso que os veteranos fazem, em clima de esquenta para a formatura. O dinheiro vem do bolso dos próprios alunos e também de alguns professores e eles não economizam para garantir a diversão. "Para qualquer aluno do curso – seja ele formado ou não – tudo é liberado, de graça", diz Cerilho Stopassolli, organizador da última chopada.

A despedida da faculdade é realizada em uma chácara e o som é eclético: a última teve DJ, e banda de pagode, sertanejo e de samba rock. Mas quem costuma fazer sucesso são os próprios estudantes. "Vira e mexe a galera ocupa o lugar da banda para tocar uma música", conta Stopassolli. Tanta regalia é limitada. Apenas namorados ou amigos muito próximos dos estudantes são aceitos, a Chopada da Integrada é para, no máximo, 200 pessoas.

Junção Carnal

Open bar de vodka, refrigerante, água, cachaça e cerveja. Banda de pagode, hip hop e funk. Carne. Muita gente bonita. Esses são os elementos que fizeram do churrasco de Comunicação da PUCPR uma festa para a cidade toda. "Quando entrei na faculdade, em 2006, era só para o curso, a festa reunia cerca de 600 pessoas. Atualmente elas juntam mais de 2 mil pessoas", conta o relações públicas Tiago Magalhães Gaepmayer, organizador de alguns junções.

O nome lembra uma expressão bíblica, mas a única coisa que ocorre religiosamente é a união entre churrasco e paquera – entre pessoas de carne e osso (daí o título da festa). Cerilho não conta qual é o tamanho do lucro gerado pela festa, que ocorre duas vezes por ano, mas o dinheiro fica com o centro acadêmico e é utilizado pelos alunos. "Fizemos uma visita aos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro, reformamos o centro acadêmico e compramos computadores", diz Gaepmayer.

Cervejada do C7

Quem ainda não se convenceu de que a união faz a força, não conhece os estudantes do setor de tecnologia da UFPR. Em 2006, visando fortalecer a entidade estudantil e melhorar o envolvimento com a Universidade, foi formado o Conselho dos Estudantes do Setor de Tecnologia (CESETE, ou, simplesmente, C7), que é a união do curso de Arquitetura e Urbanismo com as engenharias Ambiental; Civil; Elétrica; Mecânica; Química; de Produção; de Bioprocessos e Biotecnologia.

Além de agir em favor dos interesses acadêmicos dos estudantes, o C7 também organizam a Festa de Recepção dos Estudantes do Setor de Tecnologia: a Cervejada do C7. E a união da organização se reflete no público que comparece em peso: a festa chega a juntar mais de 5 mil pessoas. "A repercussão da festa é tanta que em algumas edições o publicou foi quase três vezes o esperado, sendo necessário ir ao hipermercado próximo ao campus e comprar todas as cervejas do estoque", conta Fabianno Cavalheiro, um dos organizadores da última edição da festa.

A cervejada é a única festa de grande porte realizada dentro do Campus Universitário da UFPR com venda de bebidas alcoólicas. Os recursos vêm dos oito centro acadêmicos que compõe o C7. A organização é feita 100% por alunos e os preparativos começam cedo, com aproximadamente três meses de antecedência – para a Cervejada do próximo semestre, toda a documentação e alvarás já foram solicitados.

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