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Atualmente, a Unopar treina 350 meninas em polos distribuídos em bairros de Londrina e Cambé. | Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
Atualmente, a Unopar treina 350 meninas em polos distribuídos em bairros de Londrina e Cambé.| Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina

Treino Atletas têm rotina puxada e sem glamour

Quem vê uma apresentação de ginástica rítmica (GR) pela televisão, com brilhos, música alegre e sorrisos, não imagina a dura rotina das ginastas. "São oito horas de treinamento por dia, para se apresentar em apenas 2min30s", explica Márcia Lourenço. Na Unopar, as três equipes de competição estudam em um período e treinam em outro. Em períodos que antecedem competições, elas deixam de ir à escola por 15 dias para treinar em tempo integral.

Orgulhosa do bronze na Copa do Mundo, que define como "inesperado", a londrinense Gabrielle Silva, 16 anos, entrou para a seleção há quatro meses. "É bem cansativo. A gente chega ao colégio à noite, já cansada. Estou no segundo ano e pretendo fazer faculdade." A distância de casa também pesa. Atualmente, a seleção treina em Aracaju (SE), a cerca de 2,5 mil quilômetros de Londrina. "Falo com meus pais todo dia", conta Beatriz Pomini, 16 anos, integrante da seleção desde o ano passado.

Aos 17 anos, a cambeense Débora Falda é a veterana da Unopar na seleção. "Precisa de muita disciplina; dormir oito horas por dia, se alimentar corretamente, ter disciplina no treino. Cada campeonato é um treinamento para chegarmos 100% à Olimpíada." (BK)

Participar da Olimpíada de 2016. O sonho unânime está longe de ser o único ponto comum na vida das adolescentes Débora Falda, Beatriz Pomini, e Gabrielle Silva. Atletas da seleção brasileira de ginástica rítmica (GR) que conquistou um bronze inédito na Copa do Mundo da categoria, em maio, o destino das três começou a se entrelaçar há cerca de dez anos, quando começaram a treinar no projeto de GR da Universidade Norte do Paraná (Unopar), em Londrina.

Pelos cálculos da coordenadora, Márcia Aversani Lourenço, 15 mil meninas já passaram pelo projeto nos últimos 40 anos. Incontável é o número das que integraram a seleção e ajudaram a popularizar o esporte no país. Uma fábrica de talentos. "Já teve época da seleção ser formada exclusivamente por atletas da Unopar", recorda. Atualmente, quatro meninas integram o grupo de dez atletas que treinam em Aracaju, Sergipe.

A história do projeto de GR da Unopar, conta Márcia, confunde-se com a história da instituição. Ela própria começou a treinar GR na Unopar, aos 10 anos, integrou a seleção de 1986 a 1990, foi treinadora até 2004 e, atualmente, é arbitra internacional. "O segredo do sucesso é muito trabalho. Somos excelência no conjunto, esse é o nosso talento."

Três treinadoras, uma professora de iniciação, três monitores do curso de Educação Física e 80 atletas integram hoje o projeto de GR na Unopar. Se contados os polos distribuídos por bairros de Londrina e Cambé, são 350 meninas em treinamento.

Embora qualquer menina de 5 ou 6 anos possa fazer os testes semestrais para entrar na equipe de GR da Unopar, Márcia garante que alguns fatores genéticos – como estrutura longilínea e flexibilidade – são fundamentais para o sucesso na modalidade. Por isso, o projeto é dividido em fases: popularização (para todas as meninas), iniciação (na qual são feitos testes de aptidão para meninas de 5 a 8 anos), competição e profissionalização (com cursos acadêmicos e de especialização).

20 meninas

entre 9 e 15 anos fazem parte atualmente das três equipes – pré-infantil, infantil e juvenil – que competem ginástica rítmica pela Unopar.

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