Open Innovation
É a aplicação de conhecimento interno e externo para acelerar a inovação interna e expandir o mercado para o uso externo da mesma, segundo Henry Chesbrough, Ph.D. em Administração de Empresas pela Universidade da Califórnia Berkeley e autor do livro Open Innovation, de 2003.
De um lado, empresas sedentas por ideias inovadoras para sobreviver ao mercado. Do outro, jovens doidos para mostrar ao mundo o que são capazes de fazer. O que tem unido essa turma é a open innovation, conceito relativamente recente no mundo das corporações e que se define basicamente por trazer para dentro das empresas ideias que vêm de fora do quadro de funcionários.
Se ficar ligado, você pode dar ideias para um projeto de uma grande construtora, ajudar a definir um novo sabor de salgadinho, ou propor soluções para navegadores de internet, e ainda sair com seu trabalho divulgado e a chance de ser premiado por isso.
Imagine ter uma grande ideia publicitária, enviá-la para uma empresa por meio de uma rede social, ter seu portfólio turbinado e divulgado globalmente e ainda ser bem pago por isso. O que tem feito a festa dos criativos de plantão é a Zooppa, de origem italiana e no Brasil desde o ano passado, que atua com publicidade de marcas e produtos e oferece prêmios em dinheiro para os melhores trabalhos. Mais amplo, o Battle of Concepts, ou Batalha de Conceitos, foi criado na Holanda e chegou recentemente ao Brasil, colocando a massa cinzenta de universitários e jovens profissionais para funcionar os participantes devem ter até 30 anos. De quanto mais projetos, chamados de batalhas, se participa, maiores as chances de conquistar pontos, ou Battle Points. Quanto maior a quantidade de pontos, melhor o posicionamento no ranking, que divulga os alunos e as universidades mais bem colocadas.
Para o representante do Battle no Sul do Brasil, o engenheiro de produção e mestre em Ciências da Comunicação Ramiro Gonçalez, o site leva grandes oportunidades a novos talentos que de outra forma não teriam esse acesso tão facilitado. "Muitas empresas e instituições públicas e privadas estão à procura de novas ideias e soluções criativas para questões e desafios que elas estão enfrentando. É um processo que cria inúmeras sinergias e ajuda os gestores tradicionais a resolver problemas que muitas vezes não têm solução dentro de casa", diz.
Open Innovation
Riachuelo, Sprite, Axe, Greenpeace e Tecnisa são algumas das empresas que estão aproveitando as ferramentas da inovação aberta. A adoção desse conceito pelas empresas se deve em parte às mudanças tecnológicas, como a Internet, e também à mobilidade dos trabalhadores do conhecimento, elementos que facilitam a disseminação mundial de informações, segundo Carlos O. Quandt, professor da pós-graduação em Administração e coordenador do Grupo de Pesquisa em Gestão do Conhecimento, Informação e Inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). "Outro fator que leva à abertura são os riscos e custos que uma empresa enfrenta para pesquisar e desenvolver sozinha produtos e tecnologias complexas, além de tentar proteger suas invenções dos concorrentes. Assim, as empresas passam a buscar cada vez mais ideias, invenções e processos inovadores, ou seja, propriedade intelectual de fontes externas, como fornecedores ou clientes", afirma.
Para o empresário e professor da FAE Business School Ruy Sant'Ana, doutor em Filosofia e Ph.D. em Engenharia pela Colorado State University, a inovação aberta não é uma tendência, mas uma nova realidade no mundo das empresas que valorizam a inovação porque a entendem como indispensável à sua sobrevivência. "Com a facilidade de comunicação global, perdeu-se a noção de que as empresas têm os melhores talentos dentro de casa. Hoje, um usuário do outro lado do mundo pode ter soluções inovadoras que trazem enormes melhorias nos produtos e processos. E ninguém melhor que o 'usuário' para saber o que é melhor para resolver os seus problemas", afirma.
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