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Avaliação seriada

A conquista da vaga em três etapas

No processo seletivo seriado, o aluno precisa passar por uma prova a cada ano do ensino médio para chegar ao objetivo final

 | Gilberto Yamamoto
(Foto: Gilberto Yamamoto)

O nome varia de uma instituição para outra, mas a essência dos processos seletivos seriados é a mesma. Avaliar o candidato ao fim de cada ano do ensino médio, co­­brando apenas o que o aluno estudou na­­quele perío­do, é a principal característica dessa forma de ingresso no ensino superior. Em­­bora ainda pouco usado por faculdades, centros universitários e universidades do Paraná, o sistema recebe muitos elogios de analistas, que veem uma clara diferença na atitude do aluno que assume mais cedo o compromisso de chegar à graduação.

Essa forma alternativa de acesso ao ensino superior foi adotada pela primeira vez na Universidade de Brasília (UnB), em 1996, e desde então selecionou cerca de 9 mil estudantes da instituição. Hoje a universidade destina 50% de suas vagas aos candidatos que optam pela avaliação seriada.

Apesar de já ser usado em outros países há mais tempo, o modelo passou a ser uma possibilidade no Brasil a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e dos debates que buscaram facilitar o ingresso no ensino superior, ocorridos na década de noventa.

No Paraná, as instituições públicas que adotam o sistema são a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Em ambas o candidato faz três provas. Os exames avaliam o conteúdo referente apenas ao programa estudado naquele ano letivo.

Assim, o aluno que concluir o segundo ano do ensino médio vai fazer uma prova exclusivamente com os assuntos que viu nessa série. Não terá de responder sobre conteúdos vistos no primeiro ano e não lhe serão propostas questões que dependam de matérias a serem estudadas no terceirão.

Vestibular aos poucos

O alívio de não precisar enfrentar uma única prova, na qual são exigidos conhecimentos de três anos de estudo, é o benefício mais lembrado quando se fala dos vestibulares seriados, mas há outras vantagens significativas.

A pró-reitora de Ensino da UEM, Ednéia Rossi, destaca a relação de proximidade que se cria entre escola e universidade. "O vínculo é maior, pois o acompanhamento do aluno se dá durante três anos. Emitimos relatórios ao fim de cada etapa e a escola usa essas informações para corrigir deficiências no aprendizado", diz a professora.

Para que o aluno possa entrar no processo, basta a escola se inscrever no PAS da UEM. Podem participar escolas públicas e particulares.

Universidades privadas

Não são só as instituições públicas de ensino superior que têm chamado a atenção de candidatos interessados nas avaliações seriadas. O estudante José Roberto dos Santos, 18 anos, é calouro no Centro Universitário Curi-tiba (UniCuritiba) e conquistou a vaga graças ao Processo de Seleção Seriada da instituição.

Obstinado a cursar Direito desde o início do ensino médio, ele procurou o UniCuritiba já no primeiro ano, soube que aplicavam as provas e desde então estudou com foco nas avaliações anuais. "O sistema tem muitas vantagens sobre o vestibular comum, mas não é mais fácil. Tudo depende da dedicação do aluno", conclui.

PUC e UFPR

A PUCPR passou a oferecer a avaliação seriada em 2006, mas não adota mais o modelo. Por enquanto, a UFPR também não pretende utilizar o sistema

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