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Ela é um dos primeiros tópicos do programa de História dos vestibulares, mas também está ligada às Artes e à Filosofia. Estamos falando da Grécia Antiga, que deixou para a cultural ocidental uma série de heranças que resistiram ao peso dos séculos. Além das características da cultura helenística e da colonização grega, o aluno que quer se dar bem nas provas deve conhecer a evolução política de Atenas, uma das principais Ci­­dades-Estados gregas. "Normal­­mente os vestibulares enfatizam a questão da democracia em Ate­nas", explica o professor de His­tó­ria Renato Mocellin, do Curso Positivo.

A Grécia da Antiguidade não formava um Estado único. Embora os gregos tivessem a mesma religião e falassem a mesma língua, a região era composta por um conjunto de Cidades-Estados independentes politicamente, com destaque para Atenas e Esparta. "A região da Grécia apresenta muitas ilhas e terreno montanhoso, o que facilitou a fragmentação política", afirma Mocellin.

No Período Homérico (XII – VIII a.C.), a sociedade ateniense seguia o modelo aristocrático, baseado na figura dos eupátridas (bem-nascidos), um grupo de privilegiados que mantinham o poder político e o controle das melhores terras. A partir do Período Arcaico (VIII a VI a.C.), o sistema foi substituído pela tirania e mais tarde pela democracia.Há várias diferenças, porém, entre a democracia ateniense e as democracias modernas, explica o professor Júlio Cezar Siqueira, do Curso Acesso. "A característica comum é que em ambas ocorre a participação do cidadão. O que diferencia é o conceito do que é para eles e para nós o tal cidadão. Poderiam participar da democracia em Atenas apenas homens livres e filhos de pais atenienses", exemplifica. Segundo o professor Mocellin, no auge da democracia ateniense, os cidadãos representavam apenas 10% da população.

Outra diferença é que a participação política dos cidadãos atenienses ocorria de forma direta, em assembleias populares, enquanto na democracia atual a população delega poderes a representantes (vereadores, deputados, senadores e presidente da Re­­pú­blica). "Para que a população mais pobre pudesse participar das reuniões da Eclésia (principal assembleia popular ateniense), o governo pagava uma contribuição.

Os cargos públicos eram preenchidos tanto por eleição quanto por sorteio. Os membros da Bulé, por exemplo, eram sorteados", afir­­ma Mo­­cel­­lin. A Bu­­lé, ou Con­se­­lho dos Qui­nhen­­tos, era responsável pela administração geral, pela preparação da Eclésia e pela fiscalização dos magistrados, entre outras funções. O mandato no órgão durava apenas um ano, para que não se perpetuassem as mesmas pessoas no poder.

As duas pólis gregas

Além de Atenas, outra Cidade-Estado de destaque foi Esparta. Segundo o professor do Positivo, os vestibulares costumam cobrar as diferenças entre as duas pólis gregas. "Existiram centenas de Cidades-Estados, mas sugerimos que os alunos estudem o modelo político de Atenas e Esparta", diz.

Ele explica que durante muito tempo a economia de Atenas foi movida pela agricultura. Mas a Cidade-Estado acabou desenvolvendo um forte comércio marítimo e tornou-se um centro econômico de grande importância na Grécia. Esparta, por sua vez, era uma Cidade-Estado conservadora e militarista. "Atenas era uma cidade cosmopolita, aberta a influências de outros lugares. Pessoas de diversas nacionalidades confluíam para a região com o objetivo de trabalhar e participar de sua vida cultural. Já Esparta tinha uma economia pobre, agrícola", explica Mocellin.

Na prática

Veja como as características sociais e políticas da Grécia Antiga foram cobradas no vestibular

(UFPR-2005) Sobre a invenção da pólis, no Mundo Antigo (séc. VIII e VII a.C.), o historiador Pierre Vernant afirma:"O que implica o sistema da pólis é primeiramente uma extraordinária permanência da palavra sobre todos os instrumentos de poder. Torna-se o instrumento político por excelência; (...) a palavra não é mais o termo ritual , a fórmula justa, mas o debate contraditório, a discussão, a argumentação."(VERNANT, Pierre. As origens do pensamento grego. São Paulo: DIFEL, 1984, p.34)

A respeito do assunto, é correto afirmar:

a) Em virtude do lugar central da palavra a lei se instaura e, com ela, a abolição da escravidão.b) Com o advento da pólis, o saber mítico volta a ocupar um lugar central na sociedade, reinstaurando o sagrado como o principal forma de ordenação política da sociedade.c) A palavra a que se refere o autor diz respeito à palavra do rei, que substitui ordem do sagrado e organiza a economia da pólis.d) A ética na política, segundo o modelo da pólis, é recuperada à época da Revolução Francesa, sendo a principal inspiração para a "Declaração dos Direitos do Homem e o Cidadão".e) Os homens considerados iguais entre si passam a discutir seu destino, a ser desenhado por eles mesmos, valendo-se, pois, da persuasão.

Resposta: e)

(UFPR-2006) "Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais complexo. Segundo o pesquisador Moses Finley, 'a chegada os gregos significou a INTRODUÇÃO de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam'."(FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001).

Com base no texto acima, é correto afirmar:

a) As pesquisas recentes indicam que o povo grego se formou a partir de um amálgama de culturas que se expandiram por diferentes territórios.b) A cultura grega constituiu-se a partir de um único povo.c) Com a expressão "nova civilização", o autor indica o fim do primado da pólis em favor do estado teocrático.d) Os estudiosos, ainda hoje, acreditam na superioridade dos gregos sobre outros povos da Antiguidade.e) Os gregos não souberam incorporar, aos seus, elementos culturais dos povos conquistados.

Resposta: a)

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