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Hábitos

Durma bem para se garantir nas provas do vestibular

Transferir as horas de sono para os estudos pode ter resultados catastróficos

Sinnara dorme apenas cinco horas por dia | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Sinnara dorme apenas cinco horas por dia (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Em ano de vestibular, tempo de sono e horas de estudo costumam ser inversamente proporcionais: aumenta-se o período em cima das apostilas e diminui-se o descanso, especialmente quando o concurso se aproxima. Mas não se engane. Tão importante quanto a intensidade da preparação é o período em que o aluno passa repondo as energias.

"É especialmente durante a noite que se faz o processo de memorização. Para isso é necessário um sono profundo, o que não se consegue sem boas horas dormindo", alerta a médica do Hospital das Nações Olga Judith Fustes, especialista em Medicina do Sono e Neurofisiologia Clínica.

Ela explica que cada pessoa precisa de um tempo mínimo de sono para acordar com disposição na manhã seguinte. Na adolescência, esse período normalmente dura de oito a nove horas por dia – ou melhor, por noite. De acordo com Olga, não se pode compensar uma noite maldormida com uma soneca durante o dia. "O sono do dia tem menos qualidade que o da noite. De dia as pessoas passam apenas por estágios superficiais do sono, mesmo que durmam várias horas seguidas", afirma. Cada estudante deve conhecer o ritmo do seu organismo e descobrir se precisa dormir mais ou menos.

Segundo a médica, os vestibulandos precisam de um esforço extra para colocar o sono em dia. Ela afirma que os adolescentes normalmente sentem vontade de dormir mais tarde, e isso não tem nada a ver com a tentação das baladas. Enquanto na idade adulta a melatonina, hormônio que regula o sono, é liberada pelo organismo entre 21 e 22 horas, na adolescência o pico de produção pode demorar até quatro horas a mais. "Os vestibulandos estão em uma fase em que dormiriam naturalmente mais tarde. Como eles precisam acordar muito cedo, terminam apresentando a privação de sono", diz.

A estudante Sinnara Santos Lopes, 18 anos, ainda está se acostumando com a rotina de vestibulanda. Neste ano ela passou a dormir cinco horas por dia, enquanto no ano passado ficava dez horas na cama. "Durmo da meia-noite às 5 da manhã e chego ao cursinho às 7 horas. Se eu dormir antes, não consigo fazer tudo o que eu preciso. No começo da manhã é bem difícil, tenho de ler umas duas ou três vezes a mesma coisa para entender. Mas meia hora depois eu já pego o ritmo", conta. Como a cama pode ser uma tentação grande demais, Sinnara passa o dia estudando no cursinho. "Se eu estivesse em casa, iria ver televisão ou dormir, não teria tanta disciplina."

Interatividade

Quer saber se a sua rotina de sono está correta? Descreva o seu dia a dia que a gente responde. Mande paravestibular@gazetadopovo.com.brA avaliação será feita pela médica Olga Judith Fustes e publicada no blog Língua Solta.

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