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Comportamento

Irmãos vestibas

Irmão que é irmão não se desgruda nem em ano de vestibular. Mas os estudantes devem estar preparados para tomar decisões individuais e enfrentar as próprias dificuldades

Camila e Lana são gêmeas idênticas, mas com interesses diferentes. A primeira quer Veterinária e a segunda, um curso de Humanas | Walter Alves/Gazeta do Povo
Camila e Lana são gêmeas idênticas, mas com interesses diferentes. A primeira quer Veterinária e a segunda, um curso de Humanas (Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo)

As gêmeas Camila e Lana Gillies, de 16 anos, são tão parecidas que alguns não sabem dizer quem é uma ou outra. "Já aconteceu de uma levar bronca pela outra ou de um professor dar nota de participação menor para uma pensando que fosse a irmã", diz Lana, a mais extrovertida das duas. Ao contrário delas, quem olha Ana Carolina Fabrizzi, 17 anos, e Heron Eduar­do Fabrizzi, 19 anos, nem diz que são irmãos. "Já brinquei dizendo que somos primos e as pessoas acreditaram", diz Heron.

Iguais ou diferentes, esses irmãos têm algo em comum. Além de conviverem diariamente em casa, também estão na mesma turma de cursinho. Quando os irmãos estudam juntos, é preciso tomar cuidado para evitar comparações e permitir que cada um siga o seu próprio caminho.

Gêmeos, por exemplo, podem ser iguais fisicamente, mas apresentam habilidades diferentes e precisam aprender a tomar as próprias decisões. Segundo o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco, Gilberto Gnoato, pessoas que passam tantas horas juntas devem estar preparadas para a mudança de rotina. Quando a questão não é tratada com antecedência, surgem problemas na hora de separá-los e até mesmo na escolha da profissão.

A convivência entre irmãos de idades diferentes também pode dar origem a situações complicadas, pois o irmão mais velho tende a proteger o mais novo. De acordo com o psicólogo, a proteção entre irmãos é necessária e benéfica, mas quando excede os limites impede que o protegido aprenda com a própria experiência e a agir na ausência do outro. Há também a possibilidade de um dos irmãos passar e do outro continuar no cursinho. Para Gnoato, cada um precisa reconhecer suas capacidades e limitações. Nesse caso, a mediação dos pais também é fundamental. "Os pais não devem reforçar a reprovação, mas destacar outras habilidades. As pessoas tendem a colocar o estudante para baixo ou a fingir que nada aconteceu. Se você diz que todos são iguais ou que o filho não se equivocou, a situação vai continuar a mesma", alerta.

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