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Camila e Lana são gêmeas idênticas, mas com interesses diferentes. A primeira quer Veterinária e a segunda, um curso de Humanas | Walter Alves/Gazeta do Povo
Camila e Lana são gêmeas idênticas, mas com interesses diferentes. A primeira quer Veterinária e a segunda, um curso de Humanas| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Cada um para um lado

Ana Carolina e Heron não concorrem pelas mesmas vagas. Heron, que já havia começado um curso de Publicidade e Propaganda, vai prestar vestibular para Medicina pela terceira vez. Ana Carolina vai por uma caminho diferente: quer cursar Arquitetura.

Os pais, segundo eles, não interferiram na escolha das profissões e a família reconhece as diferenças de cada um. "Meu irmão é visto pela família como alguém que consegue o que quer. E também tem muita lábia, por isso chegou a cursar Publicidade", conta Ana Carolina.

Heron diz que a irmã tem fama de ser mais séria. "Hoje ela está bem-humorada, mas não costuma ser assim", brinca. O coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco, Gilberto Gnoato, afirma que o conflito na escolha das profissões é inevitável, principalmente por causa dos pais. "Existe a expectativa dos pais, que às vezes é diferente da expectativa dos filhos.

O pai bem-sucedido quer que o filho siga o mesmo caminho, mas é necessário procurar orientação vocacional para identificar o perfil de cada um", explica.

Filhos de pais separados, Ana Carolina e Heron voltaram a conviver juntos neste ano, quando ela se mudou para a casa do pai, em Curitiba, com o objetivo de se preparar para o vestibular.

Camila e Lana, por outro lado, nunca estudaram em salas de aula separadas e participam dos mesmo círculos de amizade até nos fins de semana. Embora ainda não tenham pensado na separação, a realidade das gêmeas logo vai mudar.

Camila vai prestar vestibular para Medicina Veterinária, enquanto a irmã, que ainda não decidiu o que quer fazer, prefere as Ciências Humanas.

As gêmeas Camila e Lana Gillies, de 16 anos, são tão parecidas que alguns não sabem dizer quem é uma ou outra. "Já aconteceu de uma levar bronca pela outra ou de um professor dar nota de participação menor para uma pensando que fosse a irmã", diz Lana, a mais extrovertida das duas. Ao contrário delas, quem olha Ana Carolina Fabrizzi, 17 anos, e Heron Eduar­do Fabrizzi, 19 anos, nem diz que são irmãos. "Já brinquei dizendo que somos primos e as pessoas acreditaram", diz Heron.

Iguais ou diferentes, esses irmãos têm algo em comum. Além de conviverem diariamente em casa, também estão na mesma turma de cursinho. Quando os irmãos estudam juntos, é preciso tomar cuidado para evitar comparações e permitir que cada um siga o seu próprio caminho.

Gêmeos, por exemplo, podem ser iguais fisicamente, mas apresentam habilidades diferentes e precisam aprender a tomar as próprias decisões. Segundo o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco, Gilberto Gnoato, pessoas que passam tantas horas juntas devem estar preparadas para a mudança de rotina. Quando a questão não é tratada com antecedência, surgem problemas na hora de separá-los e até mesmo na escolha da profissão.

A convivência entre irmãos de idades diferentes também pode dar origem a situações complicadas, pois o irmão mais velho tende a proteger o mais novo. De acordo com o psicólogo, a proteção entre irmãos é necessária e benéfica, mas quando excede os limites impede que o protegido aprenda com a própria experiência e a agir na ausência do outro. Há também a possibilidade de um dos irmãos passar e do outro continuar no cursinho. Para Gnoato, cada um precisa reconhecer suas capacidades e limitações. Nesse caso, a mediação dos pais também é fundamental. "Os pais não devem reforçar a reprovação, mas destacar outras habilidades. As pessoas tendem a colocar o estudante para baixo ou a fingir que nada aconteceu. Se você diz que todos são iguais ou que o filho não se equivocou, a situação vai continuar a mesma", alerta.

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