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Dificuldade de acesso preocupa

Durante o dia de ontem, as principais mídias sociais refletiam o ânimo de milhares de brasileiros que tentavam se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e não conseguiam. O estudante deve estar inscrito no site do Sisu para ter a possibilidade de ocupar uma das 83 mil vagas em 83 universidades federais do país.

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O prazo de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que terminaria hoje, foi estendido até a próxima quinta-feira pelo Ministério da Educação (MEC). A prorrogação foi provocada por dois motivos: pela dificuldade de alunos da região serrana do Rio de Janeiro de se inscreverem, devido às chuvas que castigam a área nos últimos dias, e a decisão judicial que mudou o processo seletivo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), am­­pliando as vagas da instituição para alunos da rede pública de todo o país.

O MEC também divulgou ontem alterações no sistema de inscrição pela internet. A navegação excessiva no site do Sisu e os problemas técnicos de acesso percebidos pelos candidatos (leia matéria abaixo) desde a liberação do cadastro, no último domingo, levaram o ministério a criar um limitador de tempo de permanência na página. O estudante terá, no máximo, 20 minutos para se inscrever. Além disso, caso não haja navegação no site, ele será fechado em dez minutos.

O último balanço divulgado pelo MEC ontem indicava 500 mil inscritos no Sisu até o meio-dia. A capacidade do sistema é de 50 mil inscrições por hora. O curso mais procurado era o de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFCE), com 7.680 inscrições.

Confiabilidade

Para o coordenador da pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ângelo Souza, os problemas percebidos nos últimos tempos nos sistemas de avaliação educacional usados pelo MEC em todo o país podem colocar em dúvida a confiabilidade dos processos de seleção. Por desconfiança, ou por economia, acredita ele, o MEC resolveu manter uma política de autoexecução das provas nos últimos quatro anos, período em que foram constatados problemas nos exames. Antes isso era terceirizado.

Os problemas no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), por exemplo, ficam mais evidentes porque servem tanto para garantir uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni) quanto, desde o ano passado, para o Sisu, além de ajudar na composição de notas em vestibulares de diversas universidades do país. "O resultado do Enem rebate nos filhos de todo mundo", afirma Souza.

Usando as notas do Enem, o Sisu foi criado em 2009 para ser uma solução que enfrentaria a indústria do vestibular e dos cursinhos, lembra o especialista. O sistema tem o objetivo de buscar a padronização da qualidade de ensino. Porém, houve a resistência das universidades. A expectativa do educador é de que esse sintoma diminua e haja o fortalecimento do sistema.

Bolsa assistência

Estudantes que vivem em Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e demais municípios atingidos pelas inundações na região serrana do Rio receberão bolsas de assistência estudantil do MEC no valor de R$ 350 por mês. A condição é terem sido selecionados para cursos de educação superior pelo Sisu ou para obtenção de bolsas do ProUni. Além da bolsa, os estudantes terão acesso gratuito à internet, em lan houses, a fim de poderem fazer a inscrição no Sisu.

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Interatividade

De que forma o MEC poderia aumentar a confiabilidade de suas provas? Que prejuízos esses problemas trazem para os estudantes?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.brAs cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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