Tempo de meia-vida
Saber quanto tempo um elemento químico radioativo, natural ou artificial, leva para se desintegrar (ou decair) é outro ponto importante da radioatividade que o vestiba não pode deixar de lado.
O professor do Curso Acesso Cláudio Elói Vieira explica que cada elemento tem um tempo de meia vida, período que ele leva para reduzir sua massa à metade.
O tempo de meia vida do urânio, por exemplo, é 4,5 milhões de anos, mas existem outros elementos que podem levar segundos, dependendo do seu grau de instabilidade.
O aluno não precisa se preocupar em saber o período de meia-vida de cada elemento, pois o enunciado da questão trará essa informação.
O mais importante é dominar o conceito, pois assim vai ele conseguir desenvolver os cálculos. Por causa da preocupação com o Japão, sobre o tempo em que a água do mar pode ficar contaminada, é possível que a meia-vida seja cobrada de forma contextualizada.
A tragédia que aconteceu no Japão em março não levantou apenas discussões sobre terremotos e tsunamis, mas sobre o conceito de energia nuclear. Como a tendência dos principais vestibulares é verificar se o estudante está antenado com assuntos atuais, os professores apostam que questões relacionadas à radioatividade podem aparecer, inclusive no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em primeiro lugar é preciso entender o conceito. "Radioatividade está ligada diretamente ao núcleo do átomo e ocorre quando ao final do processo de reação esse núcleo sofre alteração. Ao contrário da reação química, em que o núcleo permanece inalterado, sofrendo mudanças apenas na eletrosfera do átomo. As alterações no núcleo geralmente consistem na emissão de partículas e/ou ondas por um núcleo instável, liberando energia", explica o professor de Química do Curso Acesso Cláudio Elói Vieira.
Essas partículas podem ser alfa, que tem carga positiva dois, e beta, que tem carga negativa um.
Quando as provas cobram esse conceito, é comum que ele venha em forma de cálculo, para que o aluno saiba, a partir de quantas e quais partículas um núcleo emitiu, em qual elemento químico ele se transformou. O que caracteriza cada elemento é o seu número de prótons. Quando a quantidade muda, ele se transforma em outro elemento (transmutação).
Urânio
Alguns elementos têm tendência a liberar partículas até que seu núcleo fique estável, como é o caso do urânio, tório, césio e actínio. Entre eles, o mais usado para liberar energia em reatores nucleares é o Urânio de massa 235.
O Urânio mais abundante na natureza é o de massa 238. Mas ele não é físsil (a fissão é o processo de quebra de um núcleo grande em outros menores por bombardeamento de nêutrons). Por isso é comum que nos laboratórios se faça o seu enriquecimento, isolando e concentrando o Urânio de massa 235. "O único problema é que o processo é caro e demorado", diz o professor de Química do Curso Dom Bosco Luiz Roberto de Lima.
Reatores
O enriquecimento de urânio é usado para produzir combustível para os reatores nucleares, que transformam a energia térmica da fissão nuclear em energia mecânica e posteriormente em energia elétrica. Como a fissão libera muito calor, é necessário resfriar constantemente o reator.
É comum que ele fique próximo do mar, para aproveitar a água em abundância no resfriamento.
Esse sistema explica porque o grande temor da população após o terremoto no Japão era que o material radioativo contaminasse a água e se acumulasse em animais e vegetais marinhos. Pela alimentação, a radiação passaria também ao homem, com sérios prejuízos para a saúde dos indivíduos contaminados. "Na espécie humana o maior problema provocado pela radiação é o câncer", explica Cláudio Elói.
Segundo os professores, as provas podem exigir que o aluno saiba como funciona um reator e as consequências de um acidente radioativo. Não só pelo que houve no Japão, mas pelo que ocorreu no Brasil em 1987, quando um aparelho de raio X foi encontrado abandonado em Goiânia e contaminou a população com Césio 137.
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