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Os gastos com cursinho e alimentação são os que mais pesam no bolso da vestiba de Direito Maira | Walter Alves/Gazeta do Povo
Os gastos com cursinho e alimentação são os que mais pesam no bolso da vestiba de Direito Maira| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Os gastos vão além da mensalidade

O preço do material normalmente já está incluído na mensalidade, no entanto há outras despesas que o estudante precisa levar em conta, como transporte, alimentação, inscrições em vestibulares e até as viagens para fazer as provas. E isso foi o que mais chamou a atenção da estudante Maira.

Durante o período de preparação, Maira passava quase o dia todo no cursinho para estudar. Gastava duas passagens de ônibus (num total de R$ 4,40) e tinha despesa com almoço (entre R$ 5 e R$ 7), além dos lanches de manhã e de tarde, que juntos somavam cerca de R$ 4. Ao todo, por dia, gastava entre R$ 13,40 e R$ 15,40. Pode não parecer muito mas, por mês, com aulas de segunda a sexta-feira, a conta passa dos R$ 300 por mês. No ano, são mais de R$ 4 mil.

Maira também desembolsou com as inscrições nos vestibulares. Como não passou na Federal (R$ 80), além do Enem (R$ 35), decidiu fazer as provas da UFSC e UEPG (R$ 90 cada). Ao todo, só de inscrições, foram R$ 295. Isso sem contar o preço das viagens para fazer as provas, hospedagem e alimentação.

Fazer um cursinho para se preparar para o vestibular é a solução encontrada por muitos estudantes, principalmente aqueles que estão se candidatando às graduações mais concorridas. O curso preparatório não garante a aprovação – isso depende muito mais do estudante –, mas pode ajudar. Porém, isso tem um preço. As parcelas de alguns superam o valor de mensalidades de faculdades particulares. Além disso, há diversas despesas extras que podem passar despercebidas. Mas, afinal, quanto custa se preparar para o vestibular?

O preço do preparatório varia entre diferentes cursos, modalidades e até mesmo em relação ao perío­do do dia escolhido para as aulas, explicam os diretores de cursinhos consultados. Um extensivo, que dura o ano todo e é indicado para quem precisa reforçar todo o conteú­do, varia entre R$ 200 e mais de R$ 1 mil por mês. O semiextensivo, mais indicado para quem já fez cursinho e quer apenas revisar os conhecimentos, costuma ter mensalidades 20% mais baratas durante os seis meses de curso.

As aulas à tarde e à noite são mais baratas que as da manhã. "Isso acontece porque há uma diferença na carga horária entre os períodos. De tarde há o mesmo número de aulas, mas com menos tempo em cada uma. A noite, o tempo por aula diminui mais um pouco", explica Sergio Garcia Júnior, diretor do curso Dynâmico. Há também cursos integrais, com aulas durante todo o dia, que são mais caros. "A vantagem é que o aluno passa o dia todo estudando, com assistência dos professores, e em casa realmente descansa e passa o tempo com a família", explica o diretor do Dom Bosco, Luiz Otavio Stocco.

Investimento

Mas vale a pena tamanho investimento? Maira Najara Crocetti, de 19 anos, que completou em 2010 o segundo ano de cursinho, diz que sim. Apesar de não ter conseguido vaga no curso de Direito da UFPR, ela garante que sem o cursinho não teria chegado tão longe. "Estava muito nervosa e ansiosa, por isso não fui bem na prova".

Os diretores enfatizam que há vários componentes envolvidos e não apenas o financeiro: o clima, o envolvimento com outros estudantes, a troca de experiências e a motivação são alguns. Mesmo em relação ao investimento, Stocco aconselha que se façam as contas. "Um curso de Medicina em uma faculdade particular, por exemplo, sai por cerca de R$ 3 mil por mês. Isso é R$ 36 mil por ano. E são seis anos de curso", explica.

"Um estudante de um ex­­tensivo vai desembolsar cerca de R$ 12 mil por ano para se preparar. Tudo isso deve ser colocado na ponta do lápis para o estudante ver se vale a pena", conclui.

Descontos

O preço pode assustar, mas não é raro alunos obterem desconto nos cursinhos. Os critérios para definir a margem do benefício que o estudante terá variam entre os preparatórios, mas normalmente se baseiam no desempenho. No Dom Bosco, explica Stocco, são consideradas a pontuação na prova da UFPR e no Enem. No Dy­­nâ­mico, a média das notas no Ensino Médio pode ser usada como critério. Além disso, alguns cursos oferecem a opção de monitoria, na qual o estudante auxilia os professores e ganha desconto em troca do trabalho.

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