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Correção

A redação do Enem é corrigida por dois professores, sem que um saiba a nota atribuída pelo outro. A nota final é a média simples das duas pontuações. Caso ocorra diferença de 500 pontos ou mais, a redação passa por um terceiro corretor.

Palpite

Para a professora Cleuza Cecato, a redação deste ano pode trazer como tema o respeito à diversidade, abordando o período do apartheid na África do Sul, país que sediou a Copa do Mundo.

Muita gente subestima a importância da Redação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), embora a disciplina tenha um dos maiores pesos na nota final dos candidatos. Assim como a Ma­­temática, ela é responsável, sozinha, por uma das cinco notas que compõem o Enem. Ou seja, equivale a 20% da pontuação total. Nas outras três provas (Linguagens, Ciências da Natureza e Ciências Humanas), as questões envolvem mais de uma matéria, que por esse motivo têm seu peso individual diluído. A prova de Ciências da Natureza, por exemplo, inclui perguntas de Química, Física e Biologia. "A Redação vale mil pontos, mesma pontuação de qualquer uma das outras áreas do exame", explica o professor Marlus Ge­­ronasso, que apresenta o programa Eureka, da TV Paraná Educativa, e trabalhou como corretor das redações do Enem em 2009.

Neste ano, as provas objetivas do exame representarão 10% da nota final dos vestibulandos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A redação do Enem não será incluída na pontuação. Mes­mo assim, ela não deve ser esquecida pelos candidatos, pois cerca de 10% das vagas de cada curso da UFPR serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona os estudantes com base na nota total do Enem – que considera as provas objetivas e a redação.

O Enem solicita que o aluno escreva uma dissertação argumentativa. Em outras palavras, ele deve redigir um texto opinativo com introdução, desenvolvimento e conclusão. Segundo Ge­­ronasso, o primeiro passo para mandar bem na prova é entender os critérios de correção do texto. Ele explica que são avaliadas cinco competências: domínio da norma culta da língua; adequação ao tema e ao gênero textual exigidos; seleção e organização de argumentos; capacidade de desenvolvimento desses argumentos e apresentação de uma solução para o problema. "Na terceira e na quarta é que os alunos esbarram. Além de defender uma tese, o estudante deve sustentar essa tese, com dados e argumentos, para fugir do lugar comum", afirma Geronasso. Não basta, por exemplo, afirmar que há muitos casos de corrupção na política; é necessário apresentar situações concretas.

De acordo com a professora Doralice Araújo, que dá aulas particulares de redação e também foi corretora do Enem no ano passado, uma das maiores dificuldades dos estudantes é fazer com que a discussão evolua. "O problema mais acentuado é a falta de progressão expositiva. O aluno vai escrevendo, mas não progride. Ele não vai adiante e fica se repetindo", diz. A professora Cleuza Cecato, do Colégio Bom Jesus, afirma que os temas das redações do Enem são sempre polêmicos, para permitir posicionamentos diferentes. Ela ressalta que o aluno pode trazer conhecimentos de outras disciplinas para enriquecer o debate. "Se o tema for o desafio de conviver com as diferenças, ele pode usar o que aprendeu em História e Geografia", afirma.

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