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Getúlio Vargas | José Cruz / Divulgação
Getúlio Vargas| Foto: José Cruz / Divulgação

Você sabia?

34 pessoas exerceram o cargo de presidente desde a Proclamação da República, de 15 de novembro de 1889 até hoje. Na lista, há apenas uma mulher, a atual presidente Dilma Rousseff, que assumiu o cargo em janeiro deste ano.

Fique ligado

Com o falecimento do ex-presidente Itamar Franco, que aconteceu no dia 2 de julho, voltou-se a falar sobre o início do Plano Real, que foi concebido em seu governo. Segundo os professores, esse é um assunto quente para provas.

  • Juscelino Kubitschek
  • Costa e Silva

Eles não são apenas parte fundamental da História do Brasil, mas também dos vestibulares. Os presidentes da República, que desde a proclamação em 1889 compõem o cenário político do país, fazem parte de um conteúdo importante que todo vestiba deve dominar para fazer uma boa prova. Mas quem pensa que é necessário decorar as características do governo de cada um está enganado. Os professores de História recomendam que é preciso entender o contexto social e político em que cada presidente exerceu seu mandato e saber relacionar com o período histórico de outros países importantes no cenário mundial da época. Até porque a chance de o assunto cair nas provas discursiva, como a segunda fase da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é grande. E, nesse momento, é mais interessante que o aluno seja objetivo e não pontual.

Entre as dezenas de presidentes, há sempre os mais populares. Não estamos falando dos que conquistaram o povo, mas dos que cairam nas graças dos elaboradores de provas e, vira e mexe, batem ponto em vestibulares de todo o país. Pensando nisso, separamos os três mais "assíduos" nos exames, baseado no levantamento realizado por professores de cursinhos. Confira os pontos mais importantes sobre cada um e o que pode ser cobrado em prova. As dicas são de Daniel de Medeiros, professor de História do Curso Positivo e editor da revista Enem.

Quatro vezes na História (foto 1)

Campeão das provas de vestibular, Getúlio Vargas também foi o presidente que por mais tempo ficou no governo: de 1930 a 1934, de 1934 a 1937, de 1937 a 1945 e de 1951 a 1954. Em cada uma das vezes com características que marcaram sua personalidade, como líder da revolução, articulista do próprio golpe de Estado, ditador, nacionalista e populista.

Alguns pontos marcam o período antes e depois de Getúlio: a legislação trabalhista, a indústria de base, a organização burocrática em escala nacional, diversificação das exportações e o trabalhismo.

Na década de 50, enquanto o mundo enfrentava a Guerra Fria, o Brasil vivia o nacionalismo da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDE), que começava a incomodar a elite que estava ligada ao capital internacional.

1950 também foi a década de confusões militares, tenentistas e generais influenciados pela doutrina de segurança nacional, inaugurada por Eurico Gaspar Dutra na Escola Superior de Guerra. Nesse contexto, Getúlio se vê enredado pelas tramas da política e falcatruas que estouram no atentado da Rua Toneleiros, que foi a tentativa de assassinato do jornalista e político Carlos Lacerda em agosto de 1954. Sem saída, comete suicídio.

50 anos em 5 (foto 2)

Juscelino Kubitschek, que governou de 1956 a 1961, fez história com uma administração revolucionária, acompanhado do famoso arquiteto Oscar Niemeyer, que esteve à frente das principais obras urbanísticas do período. Mas é importante destacar que a trajetória do arquiteto nasce com Getúlio na elaboração do projeto do prédio do Ministério da Educação.

Juscelino foi governador de Minas Gerais e saiu candidato à presidente depois da morte de Getúlio. Ganhou a eleição direta mais apertada da história, quase não assumiu, mas no governo se associou ao capital internacional e fortaleceu o poder de compra da classe média, com instalação de montadoras de automóveis e fábricas de eletrodomésticos. Prometeu desenvolvimento acelerado, 50 anos em 5, construiu estradas, refinarias, portos, pontes e aeroportos. A mais famosa de suas obras foi a construção de Brasília, feita em três anos e meio.

No fim do seu governo conviveu com a insatisfação dos mais pobres, assim como frustração, decepção e descrença nos políticos. É nesta época que surge o discurso de moralizar o país que vai ajudar a colocar no poder o "pai" desse discurso, o presidente Jânio Quadros.

Ditadura acirrada (foto 3)

Costa e Silva é um presidente bastante cobrado em vestibular, não pelo que ele fez, mas pelo que significa o período que governou, que é o acirramento da ditadura militar. Ele foi o responsável pelo Ato Institucional número 5, o AI-5, que dava praticamente todos os poderes ao presidente e fechava o Congresso Nacional. A imprensa ficou sob censura e houve uma onda de perseguições, prisões e torturas. Em 1969 ele fica paralítico e morre cerca de cem dias depois.

Durante o pouco mais de um ano em que governou, de 1967 a 1968, a política foi de arrocho e muitas restrições civis, principalmente em 1968, em que muitos movimentos eclodiram pelo mundo, com protestos estudantis, de intelectuais, operários, artistas e donas de casa. Costa e Silva fazia parte do grupo chamado "linha dura" do Exército, auxiliado por alguns civis conservadores, como o ministro da Justiça Gama e Silva.

Conteúdo extra para web: confira abaixo as informações de outros presidentes

O primeiro militar

Primeiro presidente após o fim da monarquia, Marechal Deodoro da Fonseca assume como presidente provisório. Foi eleito de forma indireta, mesmo sem a aprovação total das lideranças civis. Enfrentou problemas de consolidação da República e de estabilização da economia. Nessa área foi o responsável pelo Encilhamento, uma medida tomada pelo ministro da fazenda Rui Barbosa, para estimular o crescimento econômico e acelerar o desenvolvimento da indústria brasileira. Esta política, entretanto, emitiu grande quantidade de moedas, o que causou uma enorme inflação ao invés de resolver o problema. Deodoro também promulgou a primeira Constituição da República e governou de forma autoritária. Quando resolveu acabar com o congresso nacional, perdeu todo apoio e tentou um golpe, mas acabou renunciando dois anos depois de assumir.

Fontes: Adriana Sobanski, Cleusa Maria Fuckner e Rosa do Carmo Lourenço Gianotto, professoras de história do Colégio Estadual do Paraná.

O primeiro civil

Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil que o Brasil teve. Era ligado às elites agrárias, em especial a cafeeira. Durante seu governo ocorreu a Guerra de Canudos (1896-1897), que terminou com o massacre dos sertanejos e a morte de Antonio Conselheiro, que era beato, corria o sertão pregando mensagens de esperança, construindo capelas, igrejas e cemitérios. Às margens do rio Vaza Barris, interior de Canudos, formou uma comunidade de ex-escravos, brancos, mulatos e mestiços pobres e indígenas, com regras rígidas e horários para orações. Os fazendeiros reclamaram ao governo, chamando-os de comunidades de fanáticos. Foram enviadas forças do exército para por fim ao povoado de Belo Monte.

No plano econômico fez grande esforço em promover o desenvolvimento da indústria numa época em que a economia era voltada à cafeicultura, o que gerou descontentamento entre os produtores. A situação social era de trabalhadores com péssimas condições de vida devido à inflação.

Sua ligações com o governador do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos, e os políticos paulistas permitiram que Prudente de Moraes negociasse o fim da Revolução Federalista em 1895, que iniciou no governo anterior, do Marechal Floriano Peixoto.

Fontes: Adriana Sobanski, Cleusa Maria Fuckner e Rosa do Carmo Lourenço Gianotto, professoras de história do Colégio Estadual do Paraná.

O presidente da guerra

Wenceslau Brás foi o presidente que governou durante a Primeira Guerra Mundial e seu governo foi muito influenciado pelo conflito. No plano diplomático, rompeu relações com a Alemanha reconhecendo o estado de guerra. No econômico a indústria nacional sofreu um crescimento significativo para suprir a falta de produtos que não podiam ser importados da Europa por causa da guerra.O período foi marcado por uma série de greves pelo país e pela eclosão do movimento operário – que foi duramente reprimido pela polícia - e ideologias anarquista e socialista.

Fonte: Márcio José Santos, professor de história do Curso Acesso.

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