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Luiz Inácio Lula da Silva (PT)| Foto: EFE/Fernando Bizerra

Reeleito pela terceira vez à Presidência da República, um feito inédito desde a redemocratização, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 59,6 milhões de votos (50,83% dos votos válidos) em uma coligação que uniu partidos de esquerda e de centro, tendo o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), como vice na chapa.

A volta ao Palácio do Planalto 12 anos depois de deixar a Presidência teve uma campanha marcada pelo apoio de diferentes forças políticas, agentes do mercado financeiro e políticos que já foram rivais. A chamada “frente ampla” contra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) contou, ainda, com parcerias improváveis, como ambientalista Marina Silva (Rede), a ex-presidenciável Simone Tebet (MDB) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

A campanha foi marcada por intensos embates contra Bolsonaro que, ao longo da campanha, adotou a estratégia de estimular o antipetismo, lembrando casos de corrupção dos governos do PT e da prisão de Lula pela Polícia Federal.

Lula foi presidente do país entre 2003 e 2010. Seu governo foi marcado por políticas sociais – a mais importante delas foi o programa Bolsa Família –, expansão do acesso ao ensino superior, crescimento da economia e escândalos de corrupção. Ele deixou o Palácio do Planalto com alta popularidade e conseguiu eleger sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Nascido em Pernambuco, Lula, antes de ser político, foi metalúrgico e líder sindical. Comandou greves de operários em São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o período da ditadura militar. Entrou para a política na década de 1980, ao fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) e ao eleger-se deputado federal por São Paulo. Concorreu à Presidência da República, sem sucesso, em 1989, 1994 e 1998.

O primeiro governo de Lula foi marcado pelo escândalo do mensalão, um esquema de corrupção no qual líderes do PT usavam doações de campanha feitas por empresas para pagar propina a congressistas para que apoiassem o governo. Seu ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi um dos nomes do alto escalão petista a ser condenado e preso por causa do mensalão.

O sindicalista, porém, manteve a popularidade e foi reeleito presidente. O crescimento da economia e da renda per capita também foi uma das marcas de seu governo, puxado pela alta das commodities, programas de assistência social, obras públicas e financiamento estatal de empresas privadas.

Anos depois de deixar o governo, Lula teve seu nome vinculado a outro grande caso de corrupção, conhecido como Petrolão, descoberto pela Operação Lava Jato. O ex-presidente chegou a ser condenado a oito anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo relacionado ao tríplex do Guarujá (em 2019, o Supremo Tribunal de Justiça manteve a condenação, mas diminuiu a pena inicial de 12 anos). Lula foi preso em 2018, em Curitiba, após julgamento em segunda instância. Por causa disso, não pôde participar das eleições presidenciais daquele ano. Posteriormente, foi condenado a mais 12 anos de prisão no caso do Sítio de Atibaia.

O petista ficou 580 dias preso na sede da Polícia Federal de Curitiba. Foi solto em novembro de 2019, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que um condenado só pode ser preso após acabarem todos os recursos de apelação – e não mais após condenação em segunda instância.

Em abril de 2021, o STF anulou as acusações contra o petista por considerar que os processos não poderiam ter sido julgados na 13.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, por não terem relação com o escândalo de corrupção da Petrobrás.

Com isso, Lula recuperou seus direitos políticos e poderá concorrer à Presidência em 2022.

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