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Simone Tebet no Jornal Nacional
A candidata Simone Tebet concedeu entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo| Foto: João Miguel Júnior/Globo

A candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) participou de sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta sexta-feira (26). Ela foi a quarta e última presidenciável a participar da série de entrevistas promovida pelo telejornal ao longo desta semana, que contou com participações do presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda-feira, de Ciro Gomes (PDT) na terça; e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta.

Durante 40 minutos de sabatina, a candidata respondeu a perguntas dos âncoras Willian Bonner e Renata Vasconcellos sobre temas como envolvimento do seu partido em corrupção, reforma tributária, educação, segurança pública e programas sociais propostos em seu plano de governo.

Na entrevista, a presidenciável se comprometeu com a criação de um seguro de renda para trabalhadores informais que estão no programa Auxílio Brasil. A medida funcionaria como uma poupança na qual o governo federal depositaria mensalmente 15% do valor que o trabalhador declara que ganha ao mês na informalidade para que ele possa retirar o saldo depositado, até duas vezes por ano, quando estiver sem renda. Simone disse que não haveria mecanismos de checagem do valor declarado pelos trabalhadores.

“A cada declaração – nós não vamos checar – ele vai dizer o quanto ganha na informalidade (...) nós vamos depositar 15%. Isso faz parte do programa de transferência de renda (...) e não é para efeito de previdência, é para efeito de sobrevivência, para ele não passar mais necessidade”.

A presidenciável declarou que a forma de financiamento desse programa será mostrada nas inserções no horário eleitoral gratuito.

Veja abaixo as colocações de Simone Tebet sobre outros temas:

Envolvimento do MDB em corrupção

Simone Tebet disse que o MDB é maior do que “meia dúzia de seus políticos e caciques”, e que a legenda é ética, mas “que tem, sim, uma meia dúzia que esteve envolvida, no passado, no escândalo do Petrolão do PT, e que não estão conosco”.

A presidenciável voltou a mencionar um episódio em que o Partido dos Trabalhadores teria tentado sabotar sua candidatura. Em outras ocasiões ela já havia dito que uma ala do MDB ligada ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) que apoia a candidatura do ex-presidente Lula tentou suspender a convenção nacional do partido, que confirmaria o nome de Tebet. “Judicializaram minha candidatura e foi imediatamente rejeitada a ação”.

Para evitar novos casos de corrupção, disse que caso eleita, iria “garantir a independência e autonomia do Ministério Público, da PGR e da Polícia Federal para fazer sua parte com transparência”.

Divergências no MDB

Questionada sobre o apoio de lideranças do MDB em nove estados mais o Distrito Federal a candidaturas de outros candidatos à presidente, respondeu que isso se deve à polarização político-ideológica que está em curso no país. “Em compensação, tenho muitos dos prefeitos nesses estados nos apoiando”.

Indagada sobre como implantaria a equidade de gênero em seu governo uma vez que no MDB há somente 33% de candidaturas femininas, valorizou o fato de o MDB ter lançado uma chapa com uma mulher como candidata à presidência da República. “É um passo, é uma escada”. Disse que, caso eleita, o projeto número 1 nessa pauta seria a igualdade salarial entre homens e mulheres.

Promessas de campanha

Perguntada sobre como fechar a conta diante de metas ousadas na área econômica em seu plano de governo, como zerar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS), erradicar a pobreza e construir um milhão de casas, Simone Tebet disse que possui “o maior time de economistas liberais do Brasil” e que, apesar de ter compromisso fiscal, a agenda social será prioritária em seu governo. “Pode faltar dinheiro para qualquer coisa, mas não pode faltar dinheiro para acabar com a miséria. A pobreza nós vamos diminuir, a miséria nós vamos acabar”, declarou.

Disse também que isso seria possível acabando com o “orçamento secreto”. Sobre a questão fiscal, disse no ano próximo ano o Teto de Gastos terá que ser extrapolado no valor de cerca de R$60 bilhões para cobrir os programas de transferência de renda. “É inadmissível não garantirmos R$ 600 para quem tem fome”.

Sobre o represamento das filas no SUS em decorrência da pandemia, disse que para isso seria decretada continuidade do estado de calamidade ou estado de emergência “para fim de dizer para o prefeito: cumpra sua parte, faça os exames, mande a nota e vamos pagar”. A presidenciável promete zerar a fila do passivo em dois anos.

Indagada sobre como promoveria a erradicação da pobreza no país, declarou que depende da aprovação da reforma tributária e de o Brasil voltar a crescer e gerar emprego. “Não é erradicar a pobreza só com dinheiro público, fazendo transferência de renda. É dando o peixe e ensinando a pescar”.

Reforma tributária

Afirmou que a reforma tributária mais importante é a do consumo, porque afeta diretamente os mais pobres. Disse que uma proposta sobre o tema está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) do Senado, e que seu eventual governo atuará para aprovar essa medida nos seis primeiros meses de mandato.

Disse, ainda, que é favorável à taxação de lucros e dividendos para mexer na tabela do Imposto de Renda a fim de isentar mais pessoas desse imposto, mas não respondeu qual seria a faixa de isenção intentada.

Educação

Questionada sobre a estagnação da avaliação do ensino médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no período em que a presidenciável era vice-governadora do Mato Grosso do Sul, rebateu dizendo que, por não ser a governadora, não tinha a caneta na mão. Disse, entretanto, que ao deixar o governo do estado garantiu melhores salários dos professores. Quanto ao Ideb, afirmou que o índice no estado saltou nos últimos anos também como resultado do seu mandato.

Segurança pública

Sobre o aumento de índices de criminalidade durante sua gestão como vice-governadora sul-mato-grossense, afirmou que como se trata de um estado de fronteira, com alto índice de entrada de drogas no país, não é possível comparar com outros estados.

“Vamos recriar o Ministério Nacional de Segurança Pública. Os governadores não dão conta de fazer isso sozinho. É preciso uma coordenação, é preciso vontade política. E não precisa de mais dinheiro (...) É assim que vamos fazer, colocando um bom ministro da segurança pública para estar ao lado dos governadores”, disse a candidata.

Declarações finais

“Eu quero me dirigir a vocês para dizer que eu quero ser presidente da República porque o Brasil precisa seguir um caminho diferente. Não é possível continuar como está. O Brasil precisa de união, de amor e de cuidados verdadeiros. Nós vamos colocar as pessoas em primeiro lugar, para acabar com a fome e a miséria, porque eu sou mãe, sou professora, sou advogada, tenho experiência, fui prefeita reeleita com 76% dos votos, antes fui deputada estadual, vice-governadora e hoje senadora. Tenho experiência e sou ficha limpa.

Por isso, eu vou estar todos os dias pedindo autorização para entrar na sua casa, para poder olhar nos seus olhos, uma campanha simples, direta, para poder falar para vocês como nós vamos apresentar soluções reais para os problemas reais da população brasileira. Comida mais barata, educação e saúde de qualidade, emprego e renda. Esse é o nosso compromisso. Para isso, eu preciso da sua confiança, do seu apoio e do seu voto. Meu número é 15 e assim, juntos, com amor e coragem é que nós vamos mudar o Brasil de verdade.”

Como foram as entrevistas com Bolsonaro, Ciro e Lula

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