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Candidatos ao governo de São Paulo fazem último debate antes do primeiro turno; acompanhe
Participaram do debate da TV Globo os candidatos Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo)| Foto: Reprodução TV Globo

Na noite desta terça-feira (27) foi realizado o último debate entre candidatos ao governo de São Paulo antes da votação em primeiro turno, que ocorrerá neste domingo (2). Estiveram presentes no debate, promovido pela TV Globo, os candidatos Fernando Haddad (PT), ex-prefeito da capital paulista; Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro; Rodrigo Garcia (PSDB), atual governador de São Paulo, além de Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo).

Em diversos momentos, Haddad e Freitas fizeram menções a seus padrinhos políticos envolvidos na disputa presidencial. Em quase todas as suas falas, o candidato petista optou ou por fazer críticas ao governo de Jair Bolsonaro ou por exaltar gestões do ex-presidente Lula. Freitas também mencionou Bolsonaro seguidas e mencionou feitos do atual governo, do qual foi integrante, em suas respostas.

Rodrigo Garcia, que não possui padrinho político, criticou os adversários que, segundo ele, se “penduram” em Lula e Bolsonaro e não pensam no estado. Explorou também a afirmação de que trazer a rivalidade federal para o estado paulista prejudicaria São Paulo.

Alusões a Lula e Bolsonaro iniciaram já nas primeiras perguntas

Sorteado para fazer a primeira pergunta, Tarcísio de Freitas escolheu Haddad para perguntar sobre propostas para gerar empregos no estado. O petista, de início, evocou seu Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez alusão a cenários econômicos de governos petistas e criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua resposta, propôs redução do ICMS de produtos, aumento do salário mínimo para R$ 1580 e aumento do investimento público.

Na réplica, Freitas apostou em mencionar feitos do seu padrinho político e disse que replicaria o modelo de gestão do governo Bolsonaro caso seja eleito. Afirmou também que, se eleito, reduziria a carga tributária, daria crédito ao micro e pequeno empresário a fim de gerar mais empregos, investiria na capacitação profissional e na desburocratização.

Haddad, na réplica, destacou que haveria parceria entre o governo federal e o paulista caso ele e Lula sejam eleitos, para reduzir o desemprego no estado.

O petista também escolheu Freitas para direcionar sua primeira pergunta. Após fazer novamente críticas ao governo Bolsonaro, questionou o ex-ministro sobre o modelo de gestão proposto, de semelhança com o governo federal. Freitas mais uma vez defendeu o governo do atual presidente e valorizou a entrega de resultados do Executivo. Apontou, também, avanços econômicos, conclusão de obras de infraestrutura e aprovação de reformas estruturais durante o governo Bolsonaro.

Na réplica, Haddad manteve as críticas a Bolsonaro, disse que a “guerra entre o governo federal e o governo estadual tem que acabar ” e reforçou que ele e Lula possuem projeto em conjunto visando o estado. Freitas também apontou parceria entre governo federal e estadual, sobretudo para atrair investimentos, em caso de eleição sua e de Jair Bolsonaro.

Outros temas abordados

Em pergunta a Tarcísio de Freitas, o atual governador abordou a ação judicial que moveu contra uma propaganda eleitoral de Freitas que mencionava uma quantidade de obras paradas no estado que, segundo Garcia, estava equivocada. O sucessor de João Doria disse que São Paulo atualmente é um "canteiro de obras” e fez críticas às obras inacabadas do governo federal.

Freitas, que atuou justamente com Infraestrutura no governo Bolsonaro, defendeu-se argumentando que a gestão de Bolsonaro assumiu com mais de 14 mil obras inacabadas durante governos petistas e mencionou obras executadas durante sua gestão, com destaque para a conclusão da transposição do rio São Francisco. O ex-ministro prometeu “muitos benefícios” para São Paulo em caso da dobradinha Bolsonaro-Freitas nos governos federal e estadual.

Haddad, ao ser sorteado para perguntar sobre o tema moradia, voltou a falar sobre o governo Lula, ao mencionar o programa Minha Casa, Minha Vida, e fez críticas ao programa do atual governo, Casa Verde e Amarela.

Ao ser questionado sobre como reduzir a fome, Rodrigo Garcia anunciou que para acabar com o problema no estado implementaria o cartão Bom Prato, no qual seriam concedidos R$ 300 mensalmente para a população de baixa renda consumir em restaurantes ou fazer compras de supermercado. O atual governador disse também que reduziria impostos para a população mais pobre e defendeu investimentos da atual gestão feitas no estado.

Haddad é cobrado sobre declaração preconceituosa de Lula

No terceiro bloco, Haddad foi indagado por Vinicius Poit sobre sua opinião quanto à recente declaração de Lula quanto a Bolsonaro, de que ele teria “jeitão de capiau ignorante do interior de São Paulo”. Em resposta, o ex-prefeito disse que Lula sofre preconceito da elite econômica do país e que "nunca foi preconceituoso com ninguém".

Poit, na réplica, disse que Haddad erra por arrogância ao não reconhecer o erro de Lula, e que sua fala ofendeu moradores do interior do estado paulista.

Ao se confrontarem, Freitas e Garcia, o ex-ministro apontou problemas do atual governo, enquanto o atual governador aproveitou para alfinetar Freitas pelo fato de ele não ser paulista. “Se perder a eleição vai voltar para Brasília ficar com sua família”, disse.

Haddad também mirou em Garcia atacando a gestão do atual mandatário e de Doria e cobrou Garcia por supostamente “esconder” Doria. O ex-governador tucano, aliás, também foi alvo de variadas críticas por parte de Tarcísio de Freitas e Elvis Cezar. Garcia rebateu dizendo que o petista foi o pior prefeito da capital paulista.

Na área da segurança pública, Rodrigo Garcia disse que aumentaria investimentos nessa área e se comprometeu a valorizar financeiramente os policiais e a manter o uso de câmeras acopladas nos uniformes dos agentes de segurança.

Outros temas abordados com mais ênfase pelos candidatos ao longo do debate foram segurança pública – em especial melhores condições para policiais civis e militares; revisão dos preços dos pedágios no estado; violência contra a mulher; combate à corrupção, cultura e diversidade

Declarações finais

Nas considerações finais dos candidatos, Rodrigo Garcia pediu voto para sua chapa a fim de continuar o trabalho de sua gestão e afastar o estado de disputas ideológicas. Vinicius Poit destacou a segurança pública como uma das bandeiras centrais de sua chapa e destacou que sua campanha eleitoral é a única, dentre os candidatos presentes, que não usa recursos do Fundo Eleitoral.

Em sua conclusão, Fernando Haddad evitou novas menções a Lula e optou por retomar algumas de suas diretrizes de governo. Elvis Cezar pediu votos para membros do seu partido, o PDT, incluindo o presidenciável Ciro Gomes, o qual até então não havia sido mencionado pelo candidato pedetista durante o debate.

Tarcísio de Freitas, por fim, reforçou seu perfil mais técnico e menos político e anunciou seu comprometimento com os pilares do cuidado com as pessoas e da promoção do desenvolvimento econômico.

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