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Caminhoneiros realizam bloqueio na Rodovia Castello Branco como forma de protesto após a derrota do presidente Jair Bolsonaro, em Barueri| Foto: EFE/ Sebastiao Moreira

Os bloqueios de rodovias em protestos pela vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições têm sido criticados por entidades e autoridades do meio político.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os Sindicatos dos Policiais Rodoviários Federais criticaram o silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o resultado das eleições, o que segundo as entidades "estimula uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras". Além disso, eles cobraram do Departamento de Polícia Rodoviária Federal os mecanismos necessários para "cumprirem à desobstrução das rodovias federais".

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) declarou que "respeita o direito de manifestação de todo cidadão", mas condena as limitações ao "direito de ir e vir das pessoas". A organização ainda citou que os bloqueios provocam transtornos econômicos e dificultam o acesso de produtos de primeira necessidade como alimentos, medicamentos e combustíveis.

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) emitiu um alerta para "iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. As indústrias já sentem impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores" e se coloca "veementemente contrária a qualquer manifestação antidemocrática que prejudique o país e sua população".

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) apontou que os protestos prejudicam caminhoneiros autônomos e celetistas. A entidade ainda acusa os manifestantes de utilizarem "caçambas com pedras e terras para dificultar a passagem nas rodovias".

Outra entidade a criticar os bloqueios foi a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) no Congresso. A bancada disse que o movimento coloca "risco ao abastecimento da cadeia produtiva do agronegócio" e fez um apelo para que cargas vivas, rações, ambulâncias e produtos de primeira necessidade sejam liberados.

Por fim, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) chamou os bloqueios de "manifestação de desrespeito ao resultado das urnas e à vontade do povo brasileiro. O órgão ainda declarou que irá trabalhar pela paz da população de "maneira absolutamente intransigente".

Políticos também condenam bloqueios

Diversos políticos e autoridades públicas do Brasil, inclusive de direita, utilizaram as redes sociais para criticarem os bloqueios em todo Brasil.

Aliados de campanha do presidente Bolsonaro, os governadores de Minas Gerais e Paraná Romeu Zema (Novo) e Ratinho Junior (PSD) reforçaram que apoiam a desobstrução das rodovias pela PRF. "A eleição já acabou, temos que assegurar o direito de todos de ir e vir, e também que mercadorias cheguem onde precisam pra não haver desabastecimento", apontou Zema. "O direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro. É momento de pacificar o Brasil", disse Ratinho.

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse que "as pessoas têm o direito de ir e vir" e que o bloqueio nas estradas "é inadmissível". O colega de legenda de Garcia e governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fez coro as críticas e afirmou que "'quem quer o bem do Brasil quer estabilidade e respeito à manifestação feita pelo povo nas urnas".

O ex-presidenciável Luiz Felipe D'Avila (Novo) apontou que "os bloqueios são atitudes de vândalos que suscitam o caos e desrespeitam a Lei, a liberdade e a ordem".

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