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Avaliação negativa ao governo Bolsonaro cresce na última pesquisa Exame/Ideia
| Foto: Agência Brasil

Após criticar a "Carta aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, disse que também não vai assinar o documento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que prepara um manifesto chamado "Em Defesa da Democracia e da Justiça".

Bolsonaro disse que são os gestos que demonstram que ele é um democrata e não a assinatura de uma carta. Para o candidato do PL, o documento da Fiesp é político. As declarações foram dadas em entrevista ao telejornal SBT Brasil na terça-feira (2).

"Essa carta [da Fiesp] como está, você não precisa assinar. É com gestos [que se mostra que é democrata]. Não vale o outro lado assinar uma carta se todas as outras suas demonstrações vão na contramão disso. Você não precisa de uma carta para dizer isso aí. Eu, por exemplo, comprovo que sou democrata pelo que fiz. Me aponte uma só palavra minha [...] fora das quatro linhas da Constituição. Não tem", afirmou Bolsonaro ao telejornal.

Com relação ao texto da USP, Bolsonaro disse na terça-feira (2) que grande parte das assinaturas vem de pessoas que supostamente seriam ligadas à esquerda. O candidato do PL utilizou expressões como “sem caráter” e “cara de pau” para se referir aos apoiadores do documento. A carta da USP já contava com aproximadamente 670 mil assinaturas.

Houve reação por parte dos organizadores da carta da Faculdade de Direito da USP. Luiz Antonio Marrey, que é procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, disse que só pode ser contra a carta em defesa da democracia quem tem hostilidade a essa forma de organização político-constitucional. “A carta defende o regime democrático no Brasil, como existe hoje. Só pode ser contra uma manifestação em defesa da democracia quem possa ter hostilidade a essa forma de organização político-constitucional”, afirmou Marrey ao jornal O Estado de S. Paulo.

As duas cartas citam a preocupação com os ataques contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas. O manifesto da Fiesp será lançado em 11 de agosto. Até o momento, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e oito centrais sindicais estão entre as entidades que já manifestaram publicamente que aderiram à iniciativa da Fiesp.

Em 27 de julho, na convenção do Partido Progressistas (PP), Bolsonaro já havia dito que respeita a Constituição, defende a democracia e que não precisa de “nenhuma cartinha” para isso. A declaração foi publicada pela CNN Brasil.

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