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Alberto Haddad, que se apresenta nas redes sociais como "sobrinho do Maluf"
Alberto Haddad, que se apresenta nas redes sociais como “sobrinho do Maluf”.| Foto: Reprodução

As eleições de 2022 vão manter uma tradição brasileira: a de candidaturas de parentes de figurões da política. Familiares de políticos se apresentam como pré-candidatos em diferentes estados principalmente para as vagas de deputado. Eles querem repetir o sucesso de outros colegas do cenário político, que se lançaram como “herdeiros” dos figurões em outras ocasiões e posteriormente acabaram criando suas próprias trajetórias na política.

A pré-candidata do MDB à Presidência é um exemplo de herdeira bem-sucedida. Simone Tebet é filha de Rames Tebet, que foi governador do Mato Grosso do Sul, deputado e senador. Ele também foi senador, e presidiu o Senado entre 2001 e 2003.

Outro nome que de peso na eleição atual e que começou como herdeiro é ACM Neto (União Brasil), pré-candidato ao governo da Bahia. Ele é neto de Antonio Carlos Magalhães, que governou o estado e que também presidiu o Senado. Eleitos governadores em 2018, Renan Filho (AL) e Hélder Barbalho (PA), ambos do MDB, são outros exemplos de políticos que seguiram a trajetória dos pais – no caso, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jáder Barbalho (MDB-PA).

Conheça alguns dos “herdeiros”e familiares de figurões da política que devem participar das eleições 2022:

Antonio Cristóvão Queiroga Neto (PL-PB)

Chamado de Queiroguinha, o estudante de Medicina de 22 anos é filho do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele é pré-candidato a deputado federal pela Paraíba. A atuação de Queiroguinha despertou controvérsias nas últimas semanas pelo fato de ele estar participando de eventos e feito discursos como se fosse representante do governo federal ou integrante do Ministério da Saúde. Reportagem do jornal O Globo relatou que Queiroguinha tem agido para liberar verbas do SUS (Sistema Único da Saúde) para municípios do interior paraibano. Ele não tem cargo ou função pública no governo federal. O ministro Queiroga chamou a participação de Antonio em atos de “visita” de um filho ao ambiente de trabalho do pai.

Pedro Campos (PSB-PE)

Pré-candidato a deputado federal, Pedro Campos é irmão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e filho do ex-governador Eduardo Campos (PE), que era o candidato do PSB às eleições presidenciais de 2014 até morrer em um acidente aéreo.

Eduardo Campos, aliás, já era um herdeiro na política, por ser filho de Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), e neto de Miguel Arraes, que também governou o estado.

Pedro é engenheiro e ocupou um cargo comissionado na estrutura do governo pernambucano.

Alberto Haddad (PP-SP)

Apesar do sobrenome, Alberto não tem parentesco com o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad (PT), e sim com outro ex-prefeito de São Paulo: Paulo Maluf.

Alberto é pré-candidato a deputado estadual e, nas redes sociais, costuma abordar o legado do “tio Paulo” para a cidade. Apesar de chamar o ex-prefeito e ex-governador de “tio”, Alberto não é sobrinho de Paulo Maluf. O parentesco entre eles é um pouco mais complexo: “Minha bisavó é tia do pai dele, a minha avó também é parente, então tenho parentesco pelo meu avô e pela minha avó. Mas chamo de tio porque é o mesmo sangue, ele é mais velho que eu, me viu nascer”, disse, em entrevista à CNN.

Danielle Cunha (União Brasil-RJ)

A filha de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, deve concorrer ao cargo de deputada federal em 2022. Será a segunda tentativa dela de chegar ao Congresso – na primeira, em 2018, obteve pouco mais de 13 mil votos e não foi eleita.

Danielle e Eduardo apoiarão a candidatura do governador Cláudio Castro (PL) à reeleição. Entre 2018 e os dias atuais, uma das ações de Danielle foi a de ser co-autora do livro “Tchau, querida”, em que ela e o pai contam histórias do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), capitaneado pelo então presidente da Câmara.

Joaquim Roriz Neto (PL-DF)

O pré-candidato a deputado distrital (equivalente de Brasília aos deputados estaduais) é neto de Joaquim Roriz, o governador que comandou o Distrito Federal por mais ocasiões, com quatro mandatos. Joaquim Roriz Neto é também “herdeiro de herdeira”, por ser filho de Jaqueline Roriz, que foi deputada federal e distrital. Apesar de jovem, com 31 anos, Joaquim Roriz Neto vai para a sua terceira eleição – concorreu a deputado federal em 2014 e 2018, sem sucesso.

Rafael Parente (PSB-DF)

Também de Brasília, mas o único pré-candidato ao governo desta lista, Rafael Parente é filho de Pedro Parente, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e ex-presidente da Petrobras sob a gestão Michel Temer. Rafael já foi secretário da Educação na gestão do atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Ele e o emedebista romperam, porém, ainda no primeiro ano de mandato. Pedro tem mantido o discurso de que é pré-candidato ao governo do Distrito Federal, mas pode ceder para compor a chapa do senador Reguffe (União Brasil), também pré-candidato.

Márcia Bittar (União Brasil-AC)

A professora Márcia Bittar é um exemplo de “herdeira” na eleição atual não por ascendência, mas sim por ser casada com um político de carreira – Márcio Bittar (União Brasil-AC), senador e defensor no Congresso do governo de Jair Bolsonaro (PL). Márcia havia sido lançada como pré-candidata ao Senado, mas os planos políticos mudaram e agora ela deve ser a vice na chapa do governador Gladson Cameli (PP), que tentará a reeleição.

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