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No Flow Podcast, Simone Tebet diz que é contra o aborto e a legalização das drogas
Simone Tebet, candidata do MDB ao Palácio do Planalto, participou do Flow Podcast nesta quinta-feira (18)| Foto: Reprodução

A candidata ao Palácio do Planalto Simone Tebet (MDB) participou do Flow Podcast na noite desta quinta-feira (18). A senadora é a segunda a participar da série de entrevistas promovidas pelo programa com os candidatos à presidência – Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista no dia 9 de agosto. Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram convidados, mas não confirmaram participação até o momento.

Ao longo de aproximadamente quatro horas, a candidata abordou sua trajetória na vida pública e projetos que tiraria do papel, caso seja eleita presidente. Também falou sobre a CPI da Covid, da qual foi integrante; e fez críticas aos ex-presidentes Bolsonaro, Lula e Dilma Rousseff (PT). Ao abordar suas convicções a respeito de temas sensíveis, manifestou-se contrária ao aborto e à legalização das drogas, mas disse que em seu governo defenderia o avanço de medidas relacionadas à cannabis para fins medicinais.

Veja abaixo declarações de Simone Tebet sobre alguns dos principais temas abordados.

Contra a reeleição

“A maior reforma que temos que fazer se faz com uma única canetada. Eu, eleita presidente da República, a primeira coisa é entregar um documento registrado em cartório, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, dizendo que eu renuncio a uma disputa à reeleição. E aí mando uma PEC para o Congresso, e o Congresso vai decidir para os outros (...). O próximo presidente terá que ser um governo de transição porque vai exigir muito esforço, muitas reformas para tirar o Brasil dessa crise e fazer o que precisa ser feito”.

Programas Sociais

Tebet afirmou que implantaria, em seu eventual governo, um programa permanente de transferência de renda com piso de R$600 e “com graus de miserabilidade e pobreza diferentes – os mais miseráveis ganhando mais e os menos pobres ganhando um pouquinho menos”.

Ela também propõe pagar uma poupança mensal a trabalhadores informais que recebem o Auxílio Brasil. “Vamos supor que a família tire mil reais por mês, mas tem a quantidade de filhos, então se adequam ao perfil de ganhar Auxílio Brasil. Nós vamos colocar todo mês 15% desse valor numa poupança para ele”. Segundo a candidata, esses trabalhadores poderiam retirar esse dinheiro em meses que não conseguirem renda suficiente.

Aborto

“Eu sou contra a legalização do aborto salvo os casos que já estão previstos no Código Penal. Se nós fizermos uma pesquisa, a população brasileira é mais conservadora e acredito que a maioria ainda seja contra a legalização do aborto no Brasil (...). Provavelmente se a gente fizer uma pesquisa com as próprias senadoras, hoje, do Senado Federal, eu acredito que a maioria seja contra a legalização do aborto”.

Legalização De Drogas

“Acho que o Brasil não está preparado para legalizar drogas, acho que temos problemas seríssimos. Acho que a sociedade não quer, falando da maioria absoluta. Mas nós temos que ter coragem de enfrentar o que é muito sério e precisa ser resolvido, e Mara [Mara Gabrilli, candidata a vice na chapa de Simone] vai vir com essa missão de entender que a cannabis tem que ser usada para fins medicinais”.

Regulamentação de imprensa e fake news

“Sou radicalmente contra qualquer tipo de controle da mídia. Isso tem viés ideológico, é coisa de quem tem medo da verdade. O que a gente tem que combater é fake news”. Tebet menciona que são importantes campanhas publicitárias e educação para o combate a notícias falsas. A candidata, entretanto, é favorável à maior moderação de conteúdo por parte de plataformas de redes sociais.

União entre Lula e Alckmin

“Tudo na vida tem que ter coerência. Se não tiver cai no descrédito. Não vamos esquecer que os dois se atacaram de forma acirrada. E não vamos esquecer que isso é um processo eleitoral, o cunho é para ganhar a eleição. Eu não sei que Lula vem aí, essa é a realidade. Porque eu não vejo o Lula debatendo, eu não o vejo participando das sabatinas”.

Fundo eleitoral

“A democracia precisa ser financiada. Não deu certo o financiamento com empresas. Nós temos que de alguma forma permitir que pessoas que sejam anônimas na sociedade, mas que tenham voto – professores, sindicalistas, trabalhadores de chão de fábrica, lideranças comunitárias – tenham o mesmo espaço e poder de competir”.

Reforma Tributária

A candidata disse que pretende priorizar a reforma tributária que está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, que tributa menos no consumo e mais nos serviços.

Sua estimativa é que o projeto seja aprovado no Congresso Nacional no primeiro semestre de 2023 caso seja eleita. “Quem articula isso é o presidente. É o governo, ele tem que mostrar que quer”.

Reforma Administrativa

“O caminho da reforma administrativa é fazer o que é possível. A reforma administrativa não pode ser vista como uma reforma para prejudicar, contra o servidor. Ela tem que ser a favor do serviço público”.

“Tem que acabar com os supersalários, mas não tem que atingir o servidor. O servidor só tem que ser avaliado periodicamente para ver se é pontual, assíduo, não falta serviço, é esforçado. Ele está desatualizado? Vamos colocar ele no curso, vamos atualizar esse servidor”.

CPI da Covid-19

A senadora fez críticas à forma como Bolsonaro conduziu a pandemia e sua opção por não tomar a vacina contra a Covid-19. Sobre a CPI, declarou:

“Todo mundo fala que a CPI sempre dá em pizza. Essa foi a única que não deu, porque ela fez o dever de casa, ela foi conclusiva. Estava ali o seguinte: houve atraso na compra de vacinas, morreram tantas pessoas, houve omissão do governo federal. A outra conclusão: há indícios de esquema de corrupção que precisam ser investigados”.

Simone Tebet disse que não há razoabilidade em classificar Bolsonaro como “genocida”, mas que o presidente deve ser responsabilizado pela condução da pandemia.

* Ao final das apurações da CPI, em outubro de 2021, foi elaborado um relatório concluindo pelo indiciamento de 78 pessoas, dentre elas o presidente da República, ministros, ex-ministros de Estado, deputados federais e outros. Em julho deste ano, a Procuradoria Geral da República (PGR) requereu o arquivamento de diversas investigações provenientes do relatório da CPI por entender que não havia evidências que demonstrassem a real existência dos crimes.

Estrutura de governo

Ela reforçou que, caso eleita, terá ministérios paritários com 50% de homens e 50% de mulheres e negros. “Temos que desmistificar uma pouquinho essa coisa de ‘Não pode dar ministério para um partido ou para o outro’. Você pode dar ministério para as pessoas de bem”.

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