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Os candidatos ao Senado Rosane Ferreira (PV) e Sergio Moro (União), durante debate da Gazeta do Povo, na segunda-feira (26)
Os candidatos ao Senado Rosane Ferreira (PV) e Sergio Moro (União), durante debate da Gazeta do Povo, na segunda-feira (26)| Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo

O candidato à cadeira do Paraná no Senado pelo União Brasil, Sergio Moro, reagiu a declarações do senador Alvaro Dias (PODE) feitas ao longo de uma live, na terça-feira (27). Em entrevista à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (28), Moro sustenta que tem apontado apenas “incoerências políticas” do candidato à reeleição e que não vai partir para o “ataque pessoal”. “Eu estou apontando as incoerências políticas, as alianças que são feitas para se tentar ganhar a eleição. Não fiz nenhuma ofensa pessoal a ele, ao contrário do que ele fez na live, se dirigindo a mim de uma forma inapropriada. Fica muito confortável ele falar isso numa live, e não no debate”, diz Moro, ao criticar a ausência do adversário no debate de segunda-feira (26), promovido pela Gazeta do Povo.

Dos oito candidatos convidados, apenas Alvaro Dias não participou do encontro. No dia seguinte, o senador fez uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook, de mais de 50 minutos, na qual, entre outras coisas, falava de Sergio Moro e da aliança com o PSB. “Eu fui duramente atacado no debate, mas eu tinha os meus argumentos e as minhas respostas. Ficou estranha a ausência dele, revelando uma fragilidade, uma falta de condição de participar de um debate. Acho lamentável”, afirma ele.

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Para o atual senador, as declarações de Moro no sentido de associá-lo “ao PT, à esquerda e ao socialismo” é “um insulto aos eleitores do Paraná, uma agressão à inteligência das pessoas”. Já o ex-juiz federal tem reforçado a aliança de Alvaro com o PSB e lembrado de manifestações de petistas como Gleisi, que já defenderam publicamente a derrota de Moro como prioridade, o que tem sido interpretado por eleitores como um estímulo ao “voto útil” em Alvaro, em detrimento da candidatura ao Senado da ex-deputada federal Rosane Ferreira, da federação formada pelo PT, PCdoB e PV.

“O grande problema aqui é uma contradição com a história do senador, que sempre se posicionou contra o PT e a favor da Lava Jato. O Alvaro pode fazer a aliança que ele entender pertinente, mas é bom esclarecer o eleitor qual é o espectro ideológico que ele defende agora. O PSB é um aliado do Lula. Não é qualquer aliado. É a esquerda que sempre se posiciona com o PT. O PT é um aliado do MST, que é inimigo do agro. Lula chamou os agricultores de fascistas. Eu respeito a história do senador. Mas acho que não se pode tentar ganhar a eleição a qualquer custo, fazendo aliança com o PSB”, diz Moro.

Alvaro é sustentado pela coligação "Por Amor ao Paraná", reunindo, além do PODE e do PSB, também o Patriota, a Federação PSDB/Cidadania e o PSC. “Me causa estranheza que, no Paraná, o PSB não esteja com a Rosane ou Requião. E, ao mesmo tempo, o que a gente tem visto são manifestações constantes de expoentes do PT, como a Gleisi Hoffmann, que não pede votos para a candidata do PT, a Rosane. Então está muito claro este vínculo entre Alvaro e o PT”, repete Moro.

Ex-aliados

Questionado sobre a sua saída do Podemos, apontada por Alvaro como uma “traição”, Moro alega que não teve apoio da sigla para manter sua candidatura ao Planalto, o que o levou a buscar espaço no União Brasil. “É fato notório que o Podemos já não defendia minha candidatura presidencial. O próprio Alvaro não se manifestava a meu favor há muito tempo nas suas redes sociais. Eu persistiria na candidatura presidencial ainda num partido pequeno, como o Podemos, mas eu precisaria ter ao menos o apoio do partido, e das principais figuras do partido, e este apoio falhou. O que me obrigou a mudar de partido e adequar meus planos”, alega ele.

“Mas estou muito satisfeito e orgulhoso com esta oportunidade de me tornar senador pelo Paraná. Para que a gente consiga retomar o protagonismo no Senado e também no cenário nacional político. Na época da Lava Jato, o Brasil olhava para o Paraná. Acho que a Operação Lava Jato foi um marco na história do Brasil, quando pela primeira vez a gente conseguiu quebrar a impunidade de poderosos que pagaram ou receberam suborno. Então eu me sinto confortável com a minha vida pública. Tenho condições de ser um senador forte e independente em Brasília, que não desapareça, que não se omita”, alfineta ele.

A live do candidato à reeleição, exibida na terça-feira (27), foi retirada do ar. De acordo com Alvaro, o vídeo “desapareceu misteriosamente”. “Surpreendentemente, não há registro nenhum. Estamos tentando descobrir quem foi o malandro que tirou do ar”, disse o senador, nesta quarta-feira (28). Na live, Alvaro não cita nomes, mas dá recados diretos ao ex-correligionário, alega que “a suposta aliança com a esquerda é conversa fiada”, um “insulto ao eleitor do Paraná”, e acrescenta que aceita voto de “todo mundo”.

Pesquisa

Alvaro e Moro intensificaram a campanha nesta reta final. Na sexta-feira (23), o Instituto Radar Inteligência mostrou Alvaro com 32,5% das intenções de voto, seguindo de Moro, com 27,6%. A margem de erro do levantamento é de 2,7 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

O terceiro lugar é do candidato Paulo Martins (PL), com 12,3%. Em seguida, estão Rosane Ferreira (PV) e Aline Sleutjes (Pros), com 2,1% cada uma, e Orlando Pessuti (MDB) e Desiree Salgado (PDT), também empatados, com 1% cada. Os demais fizeram menos de 1%. Não sabem ou não responderam representam 17,9%. Brancos e nulos somam 2,7%.

A pesquisa Radar Inteligência, contratada pela RICTV, entrevistou 1.350 eleitores paranaenses, entre os dias 19 e 21 de setembro. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, sob os números 09959/2022 e 06437/2022, respectivamente.

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