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Convenção oficializa Tarcísio ao governo de São Paulo
Republicanos oficializou a candidatura de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo e o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro| Foto: Reprodução/ YouTube

O Republicanos oficializou neste sábado (30) o apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição e lançou a candidatura de Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura, ao governo de São Paulo. As confirmações ocorreram em evento do partido que unificou as convenções nacional e paulista.

Com a presença de Bolsonaro e da primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Tarcísio criticou sem citações nominais o ex-governador paulista João Doria (PSDB) e seu grupo político pelas ações adotadas durante o período de enfrentamento da pandemia da Covid-19.

O discurso de enfrentamento ao PSDB e PT foi apoiado pelo presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP). Bolsonaro também fez uso da palavra e também criticou de forma velada o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT).

Além das críticas a PSDB e PT, Tarcísio, Bolsonaro e Marcos Pereira também falaram sobre as possibilidades de realizações no governo de São Paulo e no Brasil, como a perspectiva de obras a serem concluídas no estado paulista.

A convenção paulista do Republicanos confirmou o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) como candidato a vice de Tarcísio. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes (PL) vai compor a chapa majoritária como o candidato ao Senado.

O evento homologou a coligação "São Paulo pode mais", composta por Republicanos, PL, PSD, PTB e PSC, que apoiará o nome de Tarcísio na disputa para o Palácio dos Bandeirantes. As convenções ocorreram Expo Center Norte, em São Paulo.

Republicanos critica PT e PSDB e posiciona Tarcísio como candidato da direita

O Republicanos lançou Tarcísio de Freitas como o candidato da direita em São Paulo. Dessa forma, taxou PSDB e PT como partidos de esquerda. "São Paulo não pode continuar na mão da outra face da esquerda. Tarcísio, você lembra que eu falei para você: 'PT e PSDB são as duas faces da mesma moeda'", comentou o presidente do partido, Marcos Pereira.

"[São] 28 anos de PSDB dominando o estado de São Paulo. E nesses últimos quatro anos, com aquele governador que eu só chamo de João. O João oprimindo o povo, as igrejas, oprimindo o comércio. Agora, a partir de outubro, com fé em Deus, com o apoio de vocês, com a ajuda de vocês, nós teremos Tarcísio o próximo governador de São Paulo para mudar São Paulo em definitivo", acrescentou Pereira.

Tarcísio adotou a mesma linha de enfrentamento ao PSDB em críticas veladas à gestão Doria. "Esse grupo, no momento em que o Brasil passou pela maior dificuldade de sua história recente, o que fez? Aumentou impostos. Esse grupo afastou crianças das escolas, fechou comércios. Esse grupo maltratou servidores públicos, maltratou aposentados. Esse grupo ficou indiferente ao sofrimento das pessoas, dos moradores de rua, aos sofrimentos dos dependentes químicos, dos portadores de necessidades especiais, das pessoas com deficiência", disse.

A retórica política foi endossada por Bolsonaro. Em seu discurso, ele disse que a Petrobras se endividou em cerca de R$ 900 bilhões entre 2003 e 2015 em acusações de corrupção nas gestões petistas. "E esse endividamento, além de corrupção, foram três refinarias começadas e não concluídas. R$ 90 bilhões jogados no lixo sem que um único barril de petróleo fosse destilado", comentou.

"Também [houve] a entrega de duas refinarias nossas para o governo da Bolívia no início do governo daquele cara que, agora, quer voltar à cena do crime com outro criminoso conhecido por suas falcatruas aqui no estado de São Paulo", acrescentou Bolsonaro, em referência às candidaturas de Lula e Haddad.

Quais as propostas de Tarcísio ao governo de São Paulo

Ao longo de seu discurso, Tarcísio manifestou seus interesse em levar São Paulo para uma "nova era". Para isso, disse que seu plano para o estado de governo tem dois pilares. "O cuidado com as pessoas e a geração forte de empregos", afirmou o ex-ministro da Infraestrutura.

Tarcísio disse que quer "tirar projetos do papel". O candidato de Bolsonaro ao governo paulista manifestou o interesse em combater a fome, a pobreza extrema, em levar o saneamento básico "para os locais onde ainda não chegou e ainda não existe", e em projetos que transformem a infraestrutura e que irão "entender a vocação econômica de cada região do estado".

"Projetos que vão conectar a nossa juventude ao emprego, vão dar para eles alguma perspectiva, uma esperança. Projetos que vão cuidar dos moradores em situação de rua, do tratamento dos dependentes químicos. Projetos que vão trazer a esperança de volta ao estado de São Paulo, porque esse estado tão rico está ficando muito desigual, e nós precisamos combater as desigualdades", destacou.

O ex-ministro da Infraestrutura falou em combater a desigualdade regional com incentivo regional e prometeu "fazer a diferença". Tarcísio falou em ampliar a oferta de energia e fez vários acenos a empresários, dos micro e pequenos empreendedores, incluindo pequenos produtores rurais, que merecem "respeito e crédito". "O nosso estado merece uma carga tributária menor, menos asfixia tributária, menos impostos para que a gente possa crescer", disse.

O postulante ao Palácio dos Bandeirantes também falou em reduzir as filas para tratamentos de saúde e cirurgias eletivas e em assegurar uma educação de qualidade a todo o estado. "O estado de São Paulo não pode ser o quinto lugar no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], tem que ser o primeiro", sustentou.

Tarcísio também manifestou o interesse em assegurar a São Paulo o maior programa de habitação popular da história. "As pessoas precisam de teto, de casa. Quem não tem casa não tem saúde, não tem trabalho. As pessoas precisam de carinho, de acolhimento", comentou.

O ex-ministro de Bolsonaro também defendeu uma "infraestrutura de qualidade" em São Paulo. "Merece ferrovias, que voltaram com o governo Bolsonaro. Merece aeroportos regionais, rodovias duplicadas, a conclusão do Rodoanel. Não podemos mais permitir obras inacabadas. O estado de São Paulo merece mais, pode mais. E nós vamos fazer essas diferenças, nós vamos transformar a vida das pessoas, trazer a prosperidade de volta", afirmou.

O que Bolsonaro disse em defesa à candidatura de Tarcísio ao governo de SP

O discurso de Tarcísio precedeu o de Bolsonaro, que fez diversos afagos a seu ex-ministro da Infraestrutura. O presidente da República destacou que, mesmo com um dos orçamentos "mais curtos", o candidato ao governo de São Paulo deu "provas da sua competência" ao buscar maneiras de bem aplicar os recursos públicos.

"De imediato, ele [Tarcísio] convidou o Exército brasileiro, com seus batalhões de engenharia, a começar a colaborar com obras em rodovias por todo o Brasil. Foi um sucesso o trabalho dele. Também participou nas questões de privatizações, aeroportos, portos, e nas concessões de rodovias", declarou Bolsonaro.

O presidente da República destacou que, hoje, o motociclista não paga pedágio na rodovia Presidente Dutra, que atravessa a parte leste do estado de São Paulo e a região sudoeste do Rio de Janeiro.  "Assim como todas as demais novas concessões ou renovações, o motociclista não pagará mais pedágio. Isso é lucrativo para todos nós, porque os locais que mais aconteciam acidentes era na região de praças de pedágio. Isso começou a deixar de existir", comentou.

Bolsonaro também enalteceu os feitos de Tarcísio em "ressuscitar" o modal ferroviário no Brasil. "Mais do que isso, no tocante a rodovias particulares, privadas, com o trabalho da Câmara e do Senado ao seu lado, ele abriu a oportunidade para que isso realmente se concretizasse. Temos pedidos para fazermos ferrovias no Brasil o equivalente a mais de 20 mil quilômetros", afirmou.

Para o presidente, o trabalho de Tarcísio em desenvolver o modal ferroviário é uma "revolução". "Inclusive para a malha paulista. Está em vias de ser inaugurada a [ferrovia] Norte-Sul. Ele destravou gargalos como o da BR 163, no Pará. Ele é o terror dos balseiros. O trabalho dele é identificar onde tinham os gargalos, onde balseiros cobravam mais de R$ 200 para atravessar um caminhão, foi lá e fez uma ponte. Não fizemos propaganda disso, fizemos o nosso trabalho e nessas regiões todos sabem o quanto ele foi eficiente", sustentou.

Tarcísio e Bolsonaro acenam à base política em São Paulo

Como na convenção nacional do PL, em que Bolsonaro oficializou sua candidatura à reeleição, o presidente da República voltou a fazer acenos à base política. Cumprimentou o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e agradeceu a oportunidade em lançar Tarcísio como candidato ao governo de São Paulo.

O chefe do Executivo federal também elogiou Marcos Pontes. "Tem um candidato ao Senado como nunca se viu por aqui", comentou. "Pela sua origem, pela sua formação, pelo trabalho que sempre fez à frente do Ministério da Ciência e Tecnologia, é um nome para invejar muita gente em nosso país. Tenho a certeza que vai ter o apoio da grande maioria da população no nosso estado", complementou.

Bolsonaro também comentou que, "por vezes", existem "momentos de certo afastamento". Mas fez apelos de união à base política e apoiadores presentes. "Não se esqueça de uma coisa, quando os bons se dividem, os maus vencem", afirmou.

Tarcísio também fez acenos aos aliados políticos. Agradeceu Marcos Pereira por ter "aberto à porta" e dado a oportunidade e o suporte para concorrer ao estado paulista. Também fez agradecimentos nominais ao PL, PTB, PSC, PSD e ao Mobiliza 33, o antigo PMN. "E tenho certeza ainda que outros partidos virão e estarão conosco nesta luta", afirmou.

O candidato ao Palácio dos Bandeirantes também agradeceu ao seu Felício Ramuth. "Que, em gesto de grandeza, abriu mão de sua candidatura para nos apoiar neste processo. Um luxo, um dos maiores prefeitos, vai trazer conhecimento e competência para um plano de projeto que cada vez fica mais forte, sólido", declarou.

Em sinalização a Marcos Pontes, Tarcísio também elogiou seu candidato ao Senado. "Ganhou o espaço, levou a bandeira do Brasil onde nunca tinha estado antes", comentou. O ex-ministro da Infraestrutura também fez gestos aos pré-candidatos à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa de São Paulo.

Bolsonaro convoca eleitores para os atos de 7 de setembro

Também a exemplo da convenção do PL, Bolsonaro fez críticas contundentes a opositores políticos. Sem citações nominais, disse que todos têm uma "luta" no momento "do bem contra o mal". "Nós sabemos que o outro lado quer destruir a família brasileira. O outro lado quer liberar as drogas no Brasil, quer legalizar o aborto em nosso Brasil. O outro lado quer desarmar a população brasileira", disse.

No início de sua fala, Bolsonaro também disse que reza todos os dias para que o povo "não experimente as dores do comunismo". Em outro momento, falou que os "os bandidos se unem para voltar a assaltar o nosso país". "Hoje tenho certeza que a maioria da população tem a consciência de quem foram essas pessoas e os malefícios que proporcionaram a todos nós. Repito: peço a Deus que não permita que essas quadrilhas voltem ao poder para roubar o nosso dinheiro e a nossa liberdade", declarou.

A exemplo da convenção nacional do PL, Bolsonaro também voltou a convocar a população para as manifestações de 7 de setembro. Ele manifestou, porém, o interesse em tornar a Praia de Copacabana como principal palco dos atos para o dia, não a Avenida Paulista.

"Queremos inovar no Rio de Janeiro, às 16h, no 7 de setembro. Pela primeira vez, as nossas Forças Armadas e nossas irmãs forças auxiliares estarão desfilando na Praia de Copacabana ao lado de nosso povo, no nosso Rio de janeiro, cartão postal do Brasil, um estado, aliás, de todos nós, aliado com a economia de São Paulo. Vamos mostrar ao nosso povo que, mais do que querer, tem o direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade", afirmou Bolsonaro.

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