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Primeiro debate entre Leite e Onyx no segundo turno é marcado por troca de ofensas
| Foto: Reprodução/Facebook TV Band RS

A TV Bandeirantes realizou na noite desta segunda-feira (11), o primeiro debate do segundo turno para o governo do Rio Grande do Sul. O encontro entre o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) foi marcado pela troca de ofensas entre os candidatos, além de propostas para o futuro do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A (Banrisul), melhoras no indicadores de educação e investimentos públicos.

Logo no primeiro bloco os candidatos trocaram acusações. Leite citou uma fala de Onyx em uma palestra, em que o candidato do PL afirmou a intenção de privatizar o Banrisul. O deputado federal respondeu que não deseja vender o banco caso seja eleito e criticou a desvalorização da instituição financeira na gestão do tucano. Leite, por sua vez, acusou o ex-ministro de desejar "botar a mão no dinheiro" e que essa política poderia quebrar a instituição.

Em determinado momento do debate, o ex-governador chamou o adversário de "pipoqueiro" e disse que essa conduta fez com que o deputado federal tenha sido trocado de ministérios durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Onyx rebateu ao afirmar que conseguiu recursos para o Rio Grande do Sul, em especial durante a pandemia. Também pediu respeito aos pipoqueiros, que segundo ele, não "pediram aposentadoria aos 37 anos", em referência à aposentadoria especial que Leite recebeu em maio, após renunciar ao cargo de governador – quando o pagamento virou alvo de ação judicial, o tucano abriu mão do benefício pago a ex-governadores.

O candidato do PL, que saiu do primeiro turno com vantagem em relação ao adversário (37,5% dos votos contra 26,81% do tucano), também criticou o Regime de Recuperação Fiscal executado por Leite, o qual chamou de "herança maldita". O ex-governador se defendeu e criticou o adversário por nacionalizar a campanha, deixando de lado a discussão no Rio Grande do Sul.

Educação

Onyx criticou os índices nacionais que mostram o Rio Grande do Sul como a quarta pior colocada no país (segundo indicadores do Observatório do Plano Nacional de Educação, levantados em 2020). O deputado federal chamou esses números de "vergonhosos" e acusou Leite de fraudar números da educação estadual para subir no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Leite disse que não eram corretas as insinuações de Onyx e afirmou que o principal problema da educação no estado é a evasão escolar no Ensino Médio e por isso criou o programa Todo Jovem na Escola, que remunera alunos com boa presença na sala de aula. O tucano ainda criticou o congelamento do repasse federal de verbas para a compra de merendas.

Economia

Nesse tema, o candidato do PL acusou Leite de adotar a política do "fecha tudo" durante a pandemia, o que, segundo argumentou, gerou a quebra de diversas empresas. Onyx ainda apontou que o ex-governador não tem planejamento para auxiliar o agronegócio gaúcho contra a estiagem.

Leite negou o pensamento de "deixar isso para depois" sobre as medidas de restrição durante a pandemia da Covid-19 e justificou os fechamentos como forma de "salvar muitas vidas". Sobre a estiagem, o ex-governador afirmou ter auxiliado na desburocratização para o acesso à irrigadores por produtores rurais.

Saúde

Leite apontou que assumiu o estado com atrasos no repasse de verbas para o setor e conseguiu ampliar em R$ 50 milhões essas verbas. Já Onyx afirmou que pretender aumentar os investimentos para criação de novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Infraestrutura

O ex-governador disse que pretender utilizar os cofres estaduais para completar obras não finalizadas pelo Governo Federal. Além disso, Leite afirmou o desejo de melhorar o escoamento da produção agropecuária do estado, por meio de obras no Porto de Rio Grande.

Onyx prometeu fechar a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que administra os pedágios em rodovias estaduais, para priorizar investimentos em hidrovias e na recuperação de ferrovias no Rio Grande do Sul.

Agronegócio

O tucano afirmou que em sua gestão o governo enfrentou a pior estiagem em 70 anos, em meio a pandemia da Covid-19. Leite ainda declarou que irá promover programas de financiamento aos produtores rurais para expandirem a proteção nas lavouras.

O deputado federal prometeu fomentar investimento em conectividade e tecnologia no campo para aumentar a produção e diminuir o êxodo rural.

Segurança

Onyx disse que Leite se beneficia de programas federais de segurança pública para justificar o aumento da segurança do estado. O deputado federal prometeu valorização salarial para os policiais gaúchos e investimentos para melhorar o sistema penitenciário do Rio Grande do Sul, em especial com presídios de segurança máxima.

Leite declarou que o estado subiu de oitavo para quinto no Brasil com menos crimes violentos, além de ter apresentado redução de feminicídios. O tucano ainda apontou que pela primeira vez na história do estado irá entregar um efetivo das forças de segurança maior do que quando assumiu o mandato.

Recursos do governo federal

O tucano utilizou a pergunta seguinte para criticar o fato de Onyx realizar campanha para o presidente Bolsonaro, enquanto, segundo o candidato, deveria estar buscando recursos para o Rio Grande do Sul como deputado federal. O candidato do PL rebateu ao afirmar que o ex-governador não utilizou as verbas enviadas pelo governo federal para a área da saúde, citando que Santa Catarina e Paraná cresceram enquanto o estado ficou estagnado após a pandemia. Leite usou a tréplica para apontar que de R$ 4 pagos em impostos pelos gaúchos, apenas R$ 1 retorna.

Considerações finais

Leite utilizou as considerações finais para afirmar que não é verdade que esquece das pessoas ao citar números e que é preciso falar deles para conseguir cuidar da população. O tucano ainda citou o caso de Caixa 2 envolvendo Onyx, afirmando que é preciso olhar para o Rio Grande do Sul e não para Brasília.

Onyx disse que o projeto de governo dele fala de pessoas e famílias. Lamentou a citação ao caso de Caixa 2, afirmando ter tido coragem e humildade ao assumir o delito. O deputado federal ainda apontou que "ajudou o presidente Bolsonaro a salvar o Brasil".

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