Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), é alvo de acusações de vínculos com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Foi Araújo quem lançou Pablo Marçal como candidato à prefeitura de São Paulo e as suspeitas vêm sendo exploradas pelos adversários, inclusive em debates eleitorais.
Um áudio obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, gravado em fevereiro de 2024 e atribuído a Avalanche, revela uma conversa com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do PRTB, buscando apoio para a própria candidatura à presidência do partido. Na gravação, Avalanche supostamente afirma ter contatos dentro do PCC e se gaba de ter influenciado a soltura de André do Rap, um dos líderes da facção.
A reportagem confirmou a autenticidade da gravação por meio de seis fontes de informação, incluindo pessoas que estiveram presentes no encontro e membros do PRTB. No áudio, a voz atribuída a Avalanche menciona "o chefe do PCC que está solto", referindo-se a Francisco Antonio Cesário da Silva, conhecido como "Piauí", ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis (SP). Ele ainda sugere que seu motorista seria um aliado de Piauí dentro da organização criminosa.
Apesar das evidências apresentadas, Avalanche negou ao jornal as acusações, alegando não reconhecer a própria voz no áudio e classificando a gravação como fake news. O político negou qualquer ligação com o PCC e disse que as acusações são absurdas.
Ex-presidente estadual da sigla de Pablo Marçal é investigado por envolvimento com PCC
As suspeitas sobre a relação do PRTB com o crime organizado se intensificaram após a nomeação de Tarcísio Escobar como presidente do partido em São Paulo. Escobar, que ocupou o cargo por três dias no início da gestão de Avalanche, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por associação ao tráfico de drogas em uma investigação que envolve o PCC.
O fato foi publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmado à Gazeta do Povo pela Secretaria da Segurança Pública paulista. O órgão afirma que "o caso foi investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) de Mogi das Cruzes e relatado à Justiça em julho de 2024, com indiciamento pelo crime de associação ao tráfico". Além deste caso, Escobar possui duas condenações, por estelionato e furto.
O tema tem vindo à tona nos debates eleitorais à prefeitura de São Paulo e Marçal tem minimizado a gravidade das acusações comparando a situação de Avalanche com a de outros líderes partidários que foram presos, como Lula (PT).
A Gazeta do Povo buscou contato com Leonardo Avalanche, Tarcísio Escobar e Pablo Marçal, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para as manifestações.
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