Manifestantes se reuniram nesta terça-feira (1) em frente ao quartel da Mouraria, em Salvador, na Bahia.
Manifestantes se reuniram nesta terça-feira (1) em frente ao quartel da Mouraria, em Salvador, na Bahia.| Foto: Divulgação

Um grupo de manifestantes se organizou na manhã desta terça-feira (1) em frente ao quartel da Mouraria, em Salvador, na Bahia. De acordo com o advogado Henrique Quintanilha, um dos participantes do protesto, o objetivo da manifestação é questionar o resultado eleitoral do domingo (30) - que teve a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - considerado viciado por interferência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O movimento começou após a indignação dos moradores da região com o resultado das eleições. “Percebemos que as pessoas estavam indignadas, falando muito soltamente (sobre o resultado das eleições). Isso explodiu e já estamos com três grupos organizados”, afirmou. "Não é um ato de 'maus perdedores', mas um movimento que se formou naturalmente em todo o Brasil, e em Salvador não foi diferente", disse o advogado.

Outros movimentos pretendem organizar mobilizações nacionais em frente aos quartéis de todo o país na quarta-feira (2). “Amanhã será feita uma carreata para o quartel do Cabula (19º Batalhão de Caçadores)”, disse o advogado.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria do Exército em busca de um posicionamento sobre as manifestações, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A publicação será atualizada em caso de resposta.

No domingo (30), logo após a apuração das urnas ser concluída, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, afirmou ter ligado para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para avisar que proclamaria o resultado da eleição. Depois, durante entrevista à imprensa, disse que não vislumbra risco de contestação da vitória do petista pelo atual mandatário.

Questionado se havia possibilidade de Bolsonaro questionar o resultado, em razão de declarações de que só aceitaria uma derrota em caso de “eleições limpas”, Moraes respondeu: “Não vislumbramos nenhum risco real de nenhuma contestação. Resultado foi proclamado e será aceito. Aqueles que foram eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, serão diplomados e tomarão posse. Quanto a eventuais fissuras faz parte do jogo."

O presidente do TSE também descartou uma eventual contestação em razão da denúncia da campanha de Bolsonaro de que, durante duas semanas antes do segundo turno, teria perdido mais de 154 mil inserções de propaganda em rádios de todo o país.