Guilherme Boulos (Psol) foi o candidato à Câmara mais votado por São Paulo nas eleições de domingo (2), com mais de 1 milhão de votos.
Guilherme Boulos (Psol) foi o candidato à Câmara mais votado por São Paulo nas eleições de domingo (2), com mais de 1 milhão de votos.| Foto: Reprodução/Youtube

O deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol) afirmou que a chapa composta pelo ex-presidente Lula (PT) e pelo ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), não terá uma agenda econômica liberal, caso seja eleita no segundo turno. As declarações foram feitas na noite de segunda-feira (3), durante entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura.

"O Alckmin foi posto (na chapa) como expressão de uma frente democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento as ideias liberais do Alckmin foram incorporadas ao programa de governo da chapa. Não houve qualquer promessa nesse sentido", afirmou Boulos, que foi o candidato à Câmara mais votado por São Paulo nas eleições de domingo (2), com mais de 1 milhão de votos.

Questionado sobre a possibilidade de Lula abrir os planos na área econômica e se Henrique Meirelles poderia ser indicado para o Ministério da Economia, como um aceno ao centro, Boulos afirmou que eles já estão acontecendo. “Você querer definir ministro antes de ganhar eleição é um erro cabal. Tem que ganhar a eleição primeiro, depois você discute a composição de ministérios, quaisquer que sejam os nomes. Esse acenos já estão acontecendo. As vezes se tem uma idealização de que a agenda da Faria Lima é o centro. Não. A agenda Faria Lima é a agenda da Faria Lima", declarou.

"Não acho que precisa se fazer qualquer concessão pra essa agenda para poder ganhar eleição presidencial no Brasil. Vieram me dizer que a bolsa subiu porque o Bolsonaro teve um desempenho melhor que o previsto e o mercado (financeiro) reagiu bem. Olha, eu quero eleger o Lula presidente não é pro mercado reagir bem. É para combater a fome. É para garantir que as pessoas tenham dignidade e oportunidade”, disse.

“É bom que o Meirelles se posicione contra o Bolsonaro e a favor de Lula, como o fez, melhor do que se fizesse ao contrário. Mas as posições econômicas que o Meirelles defende são contrárias às posições econômicas que estão no plano de governo de Lula. O plano de governo de Lula é a revogação do teto (de gastos). O Meirelles fez o teto. O plano do Lula é a revogação da reforma trabalhista. O Meirelles fez a reforma trabalhista", afirmou Boulos.

"Então eu não acredito que seria o caminho mais coerente com o plano de governo que está colocado o Meirelles ser o responsável pela economia (em um eventual governo Lula). Não vi isso expresso e cogitado em lugar algum. Houve uma foto com ex-candidatos à Presidência da República, da qual eu também participei, que estavam apoiando Lula contra Bolsonaro. É natural”, declarou.