O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil).
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil).| Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados.

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil) desistiu nesta terça-feira (19) de disputar o cargo mais uma vez nas eleições deste ano. "A direção do União Brasil decidiu pelo apoio a outro candidato, então eu não serei candidato a governador", disse Garotinho em uma live transmitida nas redes sociais. O político havia anunciado sua pré-candidatura ao governo do Rio em maio.

Garotinho deve decidir até a próxima sexta-feira (22) se será candidato a deputado federal, estadual ou a nenhum cargo. “Vou reunir meu grupo político até sexta-feira para dar uma posição, [estou] muito desmotivado, porque gostaria mesmo de ser candidato a governador, tinha um plano para o estado, mas não houve maioria, fico triste”, disse Garotinho.

Já Clarissa Garotinho, filha do ex-governador, foi anunciada como a pré-candidata ao Senado pelo União Brasil. Garotinho afirmou que fez um acordo com o partido e não apoiará a reeleição de Cláudio Castro ao governo do Rio. “Eu comuniquei a direção do União Brasil, que concordou, que eu não apoie o atual governador. Eu não farei campanha para Cláudio Castro e nem apoiarei o atual governo do qual eu tenho profundas diferenças e divergências”, disse.

Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski rejeitou uma ação movida por Garotinho. A decisão, na prática, acabava por manter sua inelegibilidade para as eleições deste ano. A defesa do político havia solicitado a extensão dos efeitos da anulação da condenação imposta pela Justiça Eleitoral a Thiago Cerqueira Ferrugem Nascimento Alves, ex-vereador de Campos dos Goytacazes (RJ), alvo da Operação Chequinho.

Em 2016, o ex-governador foi alvo da mesma operação, que investigou o cadastro de 18 mil moradores de Campos dos Goytacazes no programa Cheque Cidadão em troca de votos nas eleições daquele ano. Garotinho chegou a ficar preso por oito dias, mas foi solto por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ainda pode recorrer da decisão de Lewandowski e o caso pode ser julgado pelo colegiado, informou o jornal O Globo.

No último dia 14, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, restabeleceu os direitos políticos do ex-governador. Garotinho havia sido cassado em 2018, quando foi condenado por um esquema de desvio de R$ 234 milhões da Secretaria de Saúde do estado, entre 2005 e 2006.