pesquisa eleitoral
Até semana passada, o Ipespe entrevistava 1.000 eleitores por telefone| Foto: Pixabay

A XP Investimentos, contratante do Ipespe, cancelou a pesquisa eleitoral para presidente que seria divulgada nesta sexta-feira (10). O registro do levantamento no TSE, sob o protocolo BR-06295/2022, foi retirado do sistema da justiça eleitoral nesta quarta-feira (8) e a corretora anunciou mudanças na periodicidade e no tamanho da amostra, que até então era de mil entrevistados.

"A realização das pesquisas terá periodicidade mensal, com número de entrevistas ampliado em relação às realizadas nos levantamentos anteriores, oferecendo dessa maneira uma ferramenta ainda mais ampla para que os investidores compreendam o cenário eleitoral e seus impactos no mercado. As próximas pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral já estarão adequadas ao novo formato", diz uma nota da XP enviada à imprensa depois que o blog da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, informou que a divulgação das pesquisas eleitorais do Ipespe seriam canceladas, o que a XP nega.

As pesquisas do Ipespe vinham sendo feitas quinzenalmente desde janeiro, mas em maio passaram a ser semanais. A mais recente foi divulgada na sexta-feira passada (3) e mostrava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 45% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 34%. A sondagem também mostrou que, entre os pré-candidatos, Lula foi citado por mais pessoas como "honesto" (35%). A característica foi atribuída a Bolsonaro por 30% dos entrevistados. O resultado gerou repercussão negativa nas redes sociais e críticas à XP por parte de apoiadores do presidente.

A XP não informou o motivo das mudanças. À Gazeta do Povo, o Ipespe disse que a contratante apenas determinou o cancelamento do registro no TSE da pesquisa que seria divulgada nesta sexta-feira, que já estava sendo realizada, sem mencionar o motivo. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, houve pressão de ministros de Bolsonaro e de clientes da corretora de investimentos, especialmente os ligados ao agronegócio. Essa informação não foi confirmada nem negada pela XP.

As próximas pesquisas eleitorais do Ipespe devem ter uma amostra de dois mil eleitores, o que deve reduzir a margem de erro de 3,2 pontos percentuais para 2,1. Não há registros no TSE para novas sondagens eleitorais do instituto e o Ipespe informou que ainda não há uma data para a divulgação do próximo levantamento.