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“O Giuliano sempre foi muito humilde e já provou o que é capaz de fazer. Quero vê-lo um dia como um dos melhores do mundo", Dona Tarsília, mãe do meio-campista Giuliano | Jefferson Bernardes / AFP
“O Giuliano sempre foi muito humilde e já provou o que é capaz de fazer. Quero vê-lo um dia como um dos melhores do mundo", Dona Tarsília, mãe do meio-campista Giuliano| Foto: Jefferson Bernardes / AFP

As chaves do sucesso colorado

Alguns fatores administrativos, como o grande números de sócios, os patrocinadores e a adequação à Lei Pelé, ajudam a entender a solidez do Internacional nos últimos anos. Desde a virada após o quase rebaixamento em 1999 e 2003

Rede de olheiros e captação de novos talentos

As categorias de base têm olheiros espalhados por vários centros, entre eles o interior do Paraná (de onde saíram Nilmar e Alexandre Pato).

Plano de sócios

Foi pioneiro no Brasil. Os primeiros sócios, do plano antigo, têm direito a ingresso. Eles pagam mais caro que os do plano recente, que têm apenas preferência de compra. O número de sócios do Colorado é cerca de 110 mil, bem mais que os 57 mil lugares do Beira-Rio. O clube também tem modalidades para quem mora fora de Porto Alegre.

Fidelidade

Os sócios do plano antigo confirmam presença com antecipação. Assim é definida a carga de bilhetes para os titulares da categoria "Sócio Campeão do Mundo" (com 50% de desconto na compra). Caso ainda sobrem, são vendidos para não associados.

Patrocinador

O Banrisul, banco estatal do Rio Gran­­de do Sul, estampa a marca na camisa colorada (e também na do rival Grêmio). O clube tem outros parceiros: Unimed, Reebok e Tramontina. Há um costume no Rio Grande do Sul de se patrocinar os clubes locais e os gaúchos consomem m uito os produtos de empresas locais. Além disso, os patrocinadores costumam manter contratos com os dois clubes para não desagradar a nenhuma das duas grandes torcidas locais.

Venda de jogadores

Desde 2003, o Inter lidera o ranking de vendas de atletas por valor recebido no Brasil. Foram R$ 311,4 milhões pelas negociações de jogadores como Nil­­mar, Alexandre Pato, Rafael Sóbis, Walter e Sandro (que se despede hoje). O dinheiro é rein­­ves­­tido em estrutura e mais reforços, co­­mo os retornos de Renan, Rafael Sóbis e Tinga. Por se embasar bem na Lei Pe­­lé, o clube não costuma perder atletas de graça ao fim dos contra­­tos – tormento da maioria dos adversários brasileiros.

Quase um ano depois, em uma casa na Vila Lindoia, o verde e o amarelo da seleção saem para dar espaço às cores do Colorado gaúcho em um novo desafio para os nervos de mãe, irmãos e amigos do meio-campista Giuliano, atual "predestinado" do Internacional: será a primeira final de Liberta­­dores para a família Jesus Lima. A partida que vale o inédito título para o ex-paranista começa às 22 horas, em Porto Alegre.

Em Curitiba, a correria é tamanha que um dia antes da decisão não é fácil falar com a matriarca dona Tarsília. "Tenho muitas coisas para resolver na preparação da torcida. Estou esperando uma pessoa para trocar algumas ideias, mas só sei que vai ter muito vermelho por aqui", diz a mãe de Giu­liano e mais sete irmãos.

Ainda em dúvida se o filho de 20 anos entrará ou não no lugar de Tinga na formação titular do Colorado, ela prepara os adereços e faixas para o momento da final e não esconde a ansiedade e a fé. "O pedido feito nas correntes de oração tem sido por um gol decisivo do Giuliano", conta.

Não seria exatamente uma novidade na campanha da equipe gaúcha. Artilheiro do Inter na competição, com cinco gols marcados até agora, ele balançou a rede contra o Estu­­diantes aos 43 minutos do segundo tempo, classificando o time para as semifinais; contra o São Paulo, fez o único gol do time na partida que garantiu a vantagem do empate para o jogo de volta no Morumbi; e no primeiro duelo decisivo da Libertadores, no México, marcou um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Chivas. Hoje, um empate é o suficiente para a festa no Beira-Rio.

"Chorei todas as vezes", conta Tarsília. "Ainda não acredito em como tudo está acontecendo na vida dele, em como ele está sendo abençoado. Ainda é muito menino", reflete, emocionada. Consi­derado amuleto dos colorados pela imprensa gaúcha, Giuliano foi eleito revelação da Série B de 2008, quando ainda defendia as cores do Tricolor paranaense. O craque da Vila Lindoia foi também capitão e maior destaque da seleção brasileira sub-20 em 2009, time que contava com o também meio-campo Ganso entre seus jogadores.

"O Giuliano sempre foi muito humilde e já provou o que é capaz de fazer. Quero vê-lo um dia como um dos melhores do mundo", conta a mãe. Esta noite, Dona Tarsília, que é apegada à doutrina evangélica como toda a família, vai aguardar mais um telefonema vindo de Porto Alegre: "Antes dos jogos ele sempre liga para pedir a bênção da mãe. Já nos falamos nesta semana e ele está tranquilo. Vai dar tudo certo".

Na época da derrota para Gana na final do Mundial sub-20, em 2009, Tarsília chorou as mesmas lágrimas do filho que estava no Egito, mas foi otimista: "Outros títulos virão", disse ela à Gazeta do Povo. Hoje é dia de fazer a história colorada – e da Vila Lindoia – mais vitoriosa e feliz.

Ao vivo

Internacional x Chivas, às 22 horas, na RPC TV, SporTV e BandSports.

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Porto Alegre, 22 h

Internacional

Renan; Nei, Bolívar, Índio e, Kléber; Sandro, Guiñazú (Wilson Mathias), Tinga e D’Alessandro; Taison e Alecsandro (Éverton).

Técnico: Celso Roth

Chivas

Michel; Luna, Magallón, Reynoso e Ponce; Mejía, Fabián, Baez e Bautista; Arellano e Bravo.

Técnico: José Luis Real

Estádio: Beira-Rio. Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia)

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