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Frankfurt – Carlos Alberto Parreira não se diz supersticioso. Mas briga com as evidências. Publicamente já assumiu o sete como número da sorte. E, ao desembarcar na Alemanha em busca do seu segundo título mundial como técnico, fez questão de pisar com o pé direito no Aeroporto. É pouco se comparado à ligação fervorosa de seu auxiliar Mario Jorge Logo Zagallo com a magia do número 13 – e com seu inseparável Santo Antônio.

Questão de fé ou de crendice pura e simples, o certo é que ambos terão um adversário à altura nas quartas-de-final. Pelo menos no quesito ocultismo. Raymond Domenech, técnico da França, não esconde de ninguém seu apego fanático ao misticismo, principalmente à Astrologia. Baseado nessas convicções, escolheu os jogadores para o Mundial e até mesmo a data para a definição do goleiro titular. Tudo respeitando a indicação de mapas astrais.

Craques de bola ou pernas-de-pau, os nascidos entre 23 de outubro e 22 de novembro podem esquecer a seleção com o atual treinador. O comandante dos Bleus vetou atletas do signo de escorpião, como o conhecido Robert Pires, com uma explicação lógica. "Eles acabam se matando uns aos outros", explicou, talvez sem lembrar que Maradona e Pelé, dois dos maiores gênios da história, são desse signo.

Domenech também deixou os leoninos de lado. O manual do técnico é claro em apontar os nascidos entre 23 de julho e 22 de agosto como irresponsáveis. Nesse caso, entretanto, não é preciso ser radical. Basta não ter muitos leoninos no elenco, já que "eles podem fazer algo bobo". Quem quer ser campeão não pode se dar a tal luxo.

A superstição – em alemão "der Aberglaube", com 13 letras – é sinônimo de Zagallo, como o 13. E apoiado nas "coincidências" do número mágico do legítimo tetracampeão mundial, a sorte pode pender para o Brasil. A caminhada do hexa começou num dia 13 (dia de Santo Antônio, de quem o Velho Lobo é devoto) e termina dia 9 – contando a partir de amanhã, sete dias.

Adotando a estratégia de guerra do inimigo, outro fator animador. Não há na seleção verde-amarela egocêntricos de escorpião ou cabeças-de-vento de leão, como reza o guia de Domenech.

A esperança de Parreira – e de milhões de brasileiros – é que os astros que decidam o jogo sejam outros. Os que estarão dentro de campo. Estrelas como Ronaldinho Gaúcho, com uma falta bem cobrada; Kaká, com um chute inesperado; ou Ronaldo, com sua provada precisão no pé direito. Constelação por constelação, a verde-amarela costuma brilhar mais.

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